José Augusto Chrispim
Dando prosseguimento às entrevistas com os candidatos a vereador de Araraquara, a redação do O Imparcial conversou com Alcindo Sabino (PT). O candidato foi coordenador do Orçamento Participativo da Prefeitura de Araraquara nos últimos quatro anos e desenvolve um trabalho há muitos anos na área da dependência química na cidade.
Sabino é professor de teatro na Uniara, onde também se graduou Bacharel em Direito. O ex-morador da Usina Tamoio conta que, por meio de uma sólida trajetória no teatro, teve oportunidade de percorrer o Brasil, conhecer e respeitar a diversidade das pessoas, da cultura e dos locais.
O candidato falou à reportagem sobre suas propostas e expectativas, caso seja eleito vereador no pleito que será realizado no dia 15 de novembro próximo. Veja a entrevista na íntegra.
O Imparcial: Qual é a sua expectativa para as eleições em Araraquara?
Alcindo: “Em relação às minhas expectativas para as eleições de Araraquara, eu acredito que existe um sentimento na população que esse nosso modelo político está desacreditado e não é uma coisa só aqui de Araraquara, do Brasil, mas é um fenômeno. Então a minha expectativa é que realmente a população tome posse do que é público e mesmo nas decisões políticas, então que elas elejam pessoas que dêem essa oportunidade ou que tenham como bandeira a questão de um mandato mais participativo”.
O Imparcial: Qual é a sua principal motivação para se candidatar a uma vaga no Legislativo?
Alcindo: “Em relação a minha motivação para a vaga, primeiro, eu me sinto muito preparado para ocupar essa vaga por todo trabalho que eu desenvolvi ao longo desses quatro anos à frente do Orçamento Participativo e também, claro, pelas experiências que tenho com o público que já vem de uma longa data, mas principalmente penso em fazer um mandato realmente participativo, estou com muita vontade, já tenho uma organização para que isso aconteça e é isso que estou falando para as pessoas, estou me comprometendo com as pessoas para que de fato isso aconteça”.
O Imparcial: Quais são seus principais projetos, caso se eleja vereador? E quais bandeiras você defende?
Alcindo: “O meu principal projeto é, de fato, fazer um mandato participativo. Eu já tenho essa expertise, eu trago como coordenador do Orçamento Participativo, de participação popular, e a ideia é que a gente use esse modelo dividindo a cidade em 12 regiões e em cada uma delas formar comitês de pessoas envolvendo associações, igrejas, grêmios estudantis, a sociedade que já está organizada e também novos membros para que a gente leve a discussão do que está acontecendo na Câmara para essas pessoas. E também levar as discussões das minhas bandeiras que são: idosos, dependência química, desenvolvimento urbano e ambiental, cultura e também economia criativa e solidária. Então esses projetos todos serão discutidos com a população para que a gente possa juntos propor projetos de lei dentro de cada uma dessas áreas e é lógico que, estando em contato com a população, novos projetos e demandas irão surgir e a partir daí a gente criar coletivamente, ver qual vai ser a solução para essas demandas que surgirão dentro desses comitês que a gente vai formar nos bairros”.
O Imparcial: Na sua experiência como coordenador do Orçamento Participativo, você conviveu de perto com a população da periferia. Você acredita que isso possa te ajudar a buscar soluções para os problemas desses munícipes no exercício da legislatura?
Alcindo: “A minha coordenação dentro do OP foi essencial para minha construção, caso eu venha a ser vereador porque, além de conhecer a cidade, eu fiz mais de 150 reuniões espalhadas por todas as regiões da cidade, então isso me traz o conhecimento de cada região e Araraquara a gente vive, a gente tem essas regiões muito diferentes uma das outras, então é preciso ter um olhar diferenciado para cada uma delas e isso que estou propondo, que a gente continue esse trabalho dentro do que cabe, dentro do papel de um vereador, mas sempre dialogando, ouvindo e dando voz às pessoas da cidade. Essa experiência que eu tenho me prepara para de fato exercer uma das principais funções de um vereador, que é a fiscalização e também a proposta de propor projetos de lei que realmente vão de encontro com a necessidade da população. E não é só isso, quando você elege uma obra você começa, depois do processo onde as pessoas vão e votam, a gente também vai para dentro da prefeitura para que essa obra saía do papel, então acompanhei desde o projeto arquitetônico orçamentário, licitação, a contratação da empresa, início da obra, fiscalização e até a entrega dessa obra, então isso me preparou para que eu tenha conhecimento para a gente exercer, como eu já disse, a fiscalização das obras da gestão pública”.
O Imparcial: Você desenvolve um trabalho na área da dependência química. Como vereador, você acredita que pode desenvolver algum projeto maior nesse sentido?
Alcindo: “O trabalho na dependência química é um trabalho que me realiza muito. É muito difícil, é um trabalho que eu acredito que toda sociedade deva parar, conversar sobre isso, estender a mão para quem precisa e eu vejo nesse sentido que o grande carro-chefe é a criação de um Centro de Referência para Dependência Química, que isso já saiu na Conferência que a gente ajudou a organizar há dois anos e só não saiu do papel por conta da pandemia, mas já estava com o prefeito Edinho, isso já foi aprovado na Câmara. Então, primeiro fazer com que esse Centro realmente comece a atender e a partir daí fazer um atendimento mais humanizado porque quando você tem uma pessoa que tenha o problema do uso abusivo de álcool e drogas na família não é só ela que tem problema, é a família e a gente como sociedade. Então nós temos que ter o olhar diferenciado para que esse problema social que a gente vive seja realmente encarado como deve ser feito e não fingir que não existe, então a gente tem que mexer nessa ferida”.
O Imparcial: Em sua opinião, quais são os principais desafios para a próxima legislatura na pós-pandemia?
Alcindo: “Pós-pandemia acho que nosso grande desafio é a geração de trabalho e renda. Mas como o vereador vai trabalhar para gerar trabalho e renda? Aí eu volto nos comitês que a gente vai criar. Eu falo um pouco da economia criativa e solidária. Eu acredito que a função do vereador é também de articulador, a gente tem que fazer parcerias com universidades para ter cursos de capacitação, a gente tem que incentivar essas cooperativas. Incentivar de que forma? Ensinar o caminho, como que se faz, a gente tem toda uma equipe técnica e jurídica dentro da Câmara que a gente pode sim colocar à disposição para que essas pessoas consigam se organizar. E também fazer alguns projetos onde a gente valoriza o pequeno comerciante, o comerciante de bairro, eu tenho uma proposta interessante para a Região Norte em relação a isso. Onde essas pessoas também contratam pessoas que moram no próprio bairro e a gente ter, fazer essa articulação para que essa cadeia econômica seja voltada, mas não para os grandes empresários, isso a prefeitura cuida, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico já cuida, mas essa relação que a gente tem com os pequenos ou com as cooperativas, acredito sim que um vereador pode ajudar nessa construção”.
O Imparcial: Dê uma mensagem aos eleitores e diga por que merece o voto do araraquarense.
Alcindo: “A minha mensagem aos eleitores é que estou muito confiante e querendo muito ser vereador. Esse processo, esses últimos quatro anos, eu acredito que me preparou para que eu possa exercer essa função de uma forma digna, de uma forma que eu tenha um conhecimento, que eu adquiri esse conhecimento e também sempre dialogando com a população araraquarense. Eu penso que a gente precisa propor uma nova forma de fazer política e essa nova forma é aproximando a população da Câmara Municipal e é isso que estou propondo, é essa a minha mensagem e é isso que eu gostaria de ser cobrado caso eu seja eleito. Conte comigo”, resumiu.