Vereadora Fabi Virgílio
A nossa amada cidade completa 207 anos e quanta história, vida e memória cabem nela?!
As ruas, as praças, as curvas, as retas, as cores, as casas, os bairros, as vozes, os prédios históricos, os corações, os cheiros, os jeitos, toda a nossa gente, tudo se move num ritmo coletivo, idealista, e dia a dia vamos cada um de nós, do nosso jeito, construindo a cidade dos nossos sonhos.
Na Praça das Bandeiras, a gente faz amigos e ouve histórias; no Museu Histórico, aprendemos um pouco de como chegamos até aqui; no Arquivo Histórico, nos fartamos com tantos documentos; no SESC a gente se diverte; na casa da Cultura, a gente lembra de Sartre, Simone, Luís Antônio, Wallace Leal e respiramos ARTE; no Ponto Chic, a gente lembra de samba e relembra Zé Roberto Telarolli – o poeta da Vila; no cemitério dos Britos, lembramos do episódio triste da nossa história; quando olhamos para a Igreja da Matriz, vem um misto de sensações entre o marco zero da cidade, homem condor, o triste episódio dos linchamentos naquela região e a fé em São Bento, nosso padroeiro.
Quando passamos pela Bento de Abreu, contemplamos o chafariz da Praça do DAAE, lembramos da CTA e admiramos as obras modernistas: Gigantão e Teatro Municipal, que seguem imponentes para os nossos olhos; e lógico, as calçadas em mosaico português e os seus flamboyants magníficos no canteiro central.
Quando ficamos ali na Vila Xavier, lembramos do funga funga e do negro Damião, que inicia os seus batuques no Carmo e depois vai pra Vila. Quando a gente vai para o bairro dos Machados, lembramos de nos benzer com Dona Fátima e de ir à quermesse. E entre tantas idas e vindas, a cidade vai nos formando, nos encantando, nos fazendo ser exatamente aquilo que somos.
Em cada parte dessa cidade, cabe um pedaço da história de cada um, dos amores vividos, dos que poderiam ser. Do primeiro beijo. Do sentar num banco de praça e decidir sobre a vida. Do primeiro espetáculo assistido no Municipal, do Bonitão da CTA, das domingueiras no CAIC do Selmi Dei, do filho que nasceu na Gota de Leite, dos mitos e lendas da nossa morada.
E para celebrar o seu aniversário, e assim como todo aniversariante, a gente reflete sobre tudo. Eu desejo que Araraquara continue seguindo a sua sina de ser referência, solidária, afetuosa, acolhedora e fraterna. A história da cidade vai se tecendo, como um tecer de avó, e dessa forma o tempo, o presente, vai nos atravessando e a gente segue sendo fazedores da cidade, afinal: a cidade somos nós!