A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) “Gilda Rocha de Mello e Souza”, localizada no Jardim Indaiá, tem enfrentado problemas com a substituição de professores que se afastam por motivos de saúde ou usam os seis abonos permitidos pela lei. Ainda que seja direito do servidor, a ausência do professor tem comprometido a educação de uma geração que depende do ensino público.
Segundo Maria Marta Neves, diretora há nove meses na unidade, existem casos pontuais de afastamentos, principalmente na matéria de Português. “Primeiro, a professora saiu afastada pelo INSS. Nesse período, trouxemos um substituto. Quando acabou o período da licença, ela não voltou. Há autorização para fazer hora extra, porém nem sempre tem professor disponível, é uma situação complicada, pois é o professor que está ficando escasso. No último concurso, já foram chamados seis aprovados, mas ninguém ainda assumiu. Isso é um reflexo da desvalorização da profissão”, pontua.
Para o professor de História e Geografia Ricardo Martins, o afastamento e as demissões na unidade são parte de uma questão histórica. “É difícil achar substitutos para cá, pois há casos de agressões contra os professores. E isso acontece devido a uma questão de falta de vínculo da comunidade com a escola. Quando a unidade foi criada, o objetivo era atender os moradores do Jardim Indaiá, mas, por causa da expansão da cidade, alunos de outras regiões também foram matriculados aqui sem que fosse feita uma integração ou um trabalho cultural para incentivar o fortalecimento da relação com a escola. É complicado”, desabafa o docente.
Por outro lado, Maria Marta relata que, no universo de 780 alunos, há no máximo 30 casos de ocorrências de hostilidade com educadores. “Como cheguei há pouco tempo, estou fazendo a análise desses dados para entender o que pode justificar a situação que estamos passando. Mas acredito que os conflitos no bairro possam influenciar. Estamos em um território vulnerável. A droga, o tráfico e a carência financeira impactam na vida da escola”.
Na tarde de segunda-feira (9), o vereador Rafael de Angeli (PSDB) esteve na unidade para entender a situação. Ele questiona a ausência de uma legislação para substituição. “Estamos falando de quase 800 alunos que estão com a aprendizagem comprometida. Recebemos denúncias, em nosso gabinete, informando que, desde 2008, esse problema é recorrente nesta escola. Precisamos pensar na contratação de professores substitutos para suprirem as ausências que são de direito dos servidores. Além disso, é importante trabalharmos essa noção de pertencimento do aluno em relação à escola. Encaminharei alguns questionamentos e sugestões ao Executivo, com foco na Secretaria de Educação, na tentativa de solucionar o problema”, explica.
Além da dificuldade de substituição das aulas, o vereador pôde constatar que há problemas com os equipamentos de projeção de imagens. Ele também encaminhará a demanda à Secretaria de Educação.