segunda-feira, 8, julho, 2024

Carta aberta à população

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Autoridades, Cidadãos e Cidadãs.  A CASA Cairbar Schutel – Hospital Psiquiátrico Espírita Cairbar Schutel, que há 51 anos presta relevantes serviços à comunidade Araraquarense e de toda a região no tratamento da Saúde Mental (até então atendia 24 municípios, sendo alterado este atendimento por recentes Portarias para Araraquara e micro região), em função ao alto passivo financeiro que carrega desde o início da Entidade, tem sido alvo de críticas e interpretações errôneas. Há tempos atrás fomos alvos de comentários por parte de um Magistrado, quando disse, por desconhecimento, “acredito que esta entidade é administrada por ferreiros e não profissionais gestores”. Este mesmo Magistrado teve oportunidade de visitar nossa Entidade e mudou totalmente sua visão em função da excelência dos trabalhos apresentados, apesar da grande dificuldade financeira. Recentemente fomos alertados por Diretor de tradicional Entidade de nosso município quando nos disse ter ouvido, de mais de uma pessoa, que o Cairbar passava por grande crise financeira por falta de gestores capazes. Resolvemos então, tornar público as causas pelas quais estamos, como sempre estivemos, nesta situação. Primeiro gostaríamos de esclarecer que durantes muitos anos (18, aproximadamente) a Entidade teve como Diretor Presidente o Sr. Nelson Fernandes Junior, 48, graduado em Administração Hospitalar, que hoje presta consultoria à nossa Entidade e faz parte do quadro da PRÓ-SAÚDE MENTAL, associação fundada com o propósito de dar suporte administrativo e treinamentos aos Hospitais Psiquiátricos do Estado de São Paulo, Minas Gerais e Goiás, levando a todas as administrações destes hospitais o cabedal de conhecimento que adquiriu ao longo destes 18 anos. Nestas duas últimas gestões o Cairbar tem como Diretor Presidente Osvalte J. Nogueira, que em gestões anteriores era Diretor Tesoureiro, graduado em Direito, Administração de Empresas e Marketing e com Pós-Graduação em Produção e Produtividade. Portanto Senhores, o problema não é falta de gestão e sim de recursos, como iremos traduzir a seguir.
Nosso corpo técnico, bastante reduzido, devido falta de recursos financeiros, conta com cinco médicos, dois psicólogos, duas assistentes sociais, uma terapeuta ocupacional, uma nutricionista, uma farmacêutica, uma educadora educacional, seis enfermeiras, vinte e oito técnicos de enfermagem.
Atendemos em média 170 pacientes por dia, divididos em internos, em tratamento, oficineiros, ou participantes das oficinas terapêuticas, estes passam o dia na entidade em atividades de laborterapia, retornando diariamente aos seus lares, os residentes, totalmente dependentes físicos e mentais, sem parentes,e aqueles que com autonomia relativa que participam da RT Residência Terapêutica.
Nossa contabilidade anda rigorosamente em dia, auditada anualmente, com as prestações de contas feitas regularmente ao Tribunal de Contas.
Cada paciente custa R$ 120,00 por dia e o  SUS nos paga R$ 49,00 por dia, ou seja, 40% do que efetivamente custa.  Esta enorme diferença, ao longo de todos estes anos de serviços prestados, é que nos coloca nesta situação difícil de passivo financeiro.
O CEALAG – CENTRO DE ESTUDOS AUGUSTO LEOPOLDO AYROSA GALVÃO, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), sem fins lucrativos, constituído por professores do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, elaborou estudo de viabilidade de nossa entidade, sendo que iremos transcrever trechos do trabalho por eles feito.
“Na expectativa de contribuirmos para a tomada de decisão em relação não apenas à instituição Casa Cairbar Schutel, mas, também em relação a possibilidade de serem implementadas melhorias na assistência à saúde mental de usuários de Araraquara e municípios adjacentes, passamos a análise a que nos propomos.”
“Sendo uma das instituições signatárias do movimento pela “reforma psiquiátrica” no Brasil, o hospital permanentemente repensa seus objetivos, métodos e estratégias, visando adequar-se às novas práticas e recomendações das políticas públicas.”
“Com o déficit acumulado nos últimos anos, a instituição viu crescerem as obrigações não liquidadas a tempo e hora, resultando débitos comerciais, fiscais, trabalhistas e previdenciários que dificultam sua manutenção e viabilidade, inclusive por estar impedido de formalizar convênios/contratos com as esferas públicas.”
“Como já afirmado, a avaliação relativa ao endividamento da Casa Cairbar Schutel – Hospital Psiquiátrico, não se trata aqui de um processo de auditoria de âmbito fiscal, trabalhista, previdenciário ou mesmo econômico financeiro, cuidamos sim de fazer um paralelo entre a implementação da reforma psiquiátrica, efetivamente iniciada nos anos 90, e os efeitos percebidos por inúmeras instituições que não exclusivamente a Casa Cairbar.”
“Como afirma o próprio gestor da Casa Cairbar, não é impossível que ao longo das duas últimas décadas se possam identificar equívocos na gestão da instituição, cabe, no entanto, ponderar se tais eventuais equívocos teriam sido capazes de por si só, de gerar o quadro atual de quase insolvência da organização. Antecipando o que a seguir apresentamos, podemos afirmar que toda uma conjuntura contribuiu para que o hospital chegasse a tal situação. Para essa compreensão, é preciso resgatar um pouco da história da reforma psiquiátrica no Brasil.”
“No ano de 1997, os repasses anuais do SUS ao hospital psiquiátrico – Casa Cairbar, correspondiam a R$_1.833.758,04. Para 2017, a estimativa de repasses até 31 de dezembro é de R$_2.921.137,44. Verifica-se um crescimento percentual de 159,30% sobre o valor de repasse anual. Se tomarmos por índice de correção o IPC-A (IBGE), obtido através de aplicativo do Banco Central do Brasil, acessado em 07/10/2017, disponível em https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/corrigirPorIndice.do?method=corrigirPorIndice o acréscimo deveria ser equivalente a 241,38188%, perfazendo um repasse anual equivalente a R$_6.260.117,67. Há então uma defasagem da ordem de R$ 3.338.980,23.”
Entendam, Senhores, que esta defasagem é anual. Multiplique-se este valor pelas décadas que estamos trabalhando e verão que não se trata de má gestão da Entidade, mas sim de total falta de recursos financeiros. Fazemos tudo que podemos para suprir o déficit (almoços, jantares, festas juninas, telemarketing, etc.) mas o máximo que conseguimos é comprar medicamentos, misturas para refeições, e manutenção do prédio. Graças a Deus o básico para refeições temos conseguido com a generosa população, empresas parceiras, escolas, escoteiros, tiro de guerra, campanhas nas portas de supermercados, faculdades e escolas que enviam seus alunos para estágios, Rotary, Lions e Maçonaria.
Agradecemos vossa atenção a esta nossa carta, pois já estava ficando difícil suportar críticas indevidas, depois de tanto esforço e dedicação.
Por favor, nos visitem. Fazemos este apelo, pois temos a certeza que cada visitante passa a ser um multiplicador de nosso trabalho. Pelo menos visite nosso site www.casacairbar.org.br, onde existem vários vídeos que mostram as atividades de nossos pacientes, inclusive com depoimentos dos mesmos.

Osvalte Juraci Nogueira – Diretor Presidente                    
RG 6.838.316-2

Marisia Helena da Cruz – Diretora Tesoureira
RG 6.594.095-7

Redação

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