Da redação
Uma cerimônia dupla organizada pelo comando do Tiro de Guerra 02-002 levou mais de 400 pessoas, entre atiradores, familiares e populares, às dependências do organismo militar na última sexta-feira (10).
Realizado para homenagear as mães dos atiradores, mas também como continuidade das comemorações ao Dia da Vitória aliada na 2ª Grande Guerra, data que é comemorada oficialmente no dia 8 de maio, o evento foi o primeiro da história sem a presença do Sr. José Marino, herói araraquarense que participou de todas as 16 vitoriosas batalhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) em terras italianas, entre setembro de 1944 e maio de 1945.
Organizado pelo subtenente Cleitor de Almeida Paiva, chefe de instrução do Tiro de Guerra, e tendo no cerimonial o 1° sargento Fábio Bezerra de Lima, o evento teve a presença do último pracinha araraquarense ainda vivo, o Sr. Orlando Pires, que emocionou a todos com sua energia e vivacidade. Orlando completa 100 anos de idade em 27 de dezembro deste ano.
Quem também emocionou os presentes foi a filha do Sr. José Marino, a Sra. Maria do Carmo Marino Schiavon, que ao lado do marido e da filha, compareceu à cerimônia vestida com a gandola do pai, devidamente ornamentada com as medalhas recebidas durante a guerra.
Chamada ao microfone pelo jornalista Hamilton Mendes, convidado pelo comando do Tiro de Guerra para prestar uma homenagem aos pracinhas araraquarenses, a Sra. Maria do Carmo falou aos presentes e chegou às lágrimas ao lembrar a memória do pai.
Representando o Poder Executivo, o Cel. João Alberto, secretário da Segurança Pública de Araraquara, cumprimentou os familiares e as mães dos atiradores, enalteceu a importância da data para o Brasil e para a humanidade, destacando a grande participação de Araraquara no conflito (a cidade enviou 45 filhos para a guerra), e parabenizou o comandante do Tiro de Guerra pela realização do evento.
Importante registrar que um filho de Araraquara, o Sargento Assad Feres, não retornou com vida. Ele morreu com um tiro no ventre no Vale do Rio Pó, sendo enterrado no Cemitério de Pistóia. Seus restos descansam hoje no Mausoléu erigido aos Pracinhas no Rio de Janeiro.
Baixas brasileiras
O Brasil mandou 25.834 homens e mulheres para à Guerra, e perdeu a campanha, mortos em ação, 454 homens do exército, e cinco pilotos da força aérea. A divisão brasileira ainda teve cerca de duas mil mortes decorrentes dos ferimentos de combate, e mais de doze mil baixas em campanha por mutilação ou outras causas incapacitantes para a continuidade no campo de batalha.