Uma das principais causas de cegueira no mundo, o glaucoma é uma doença que se instala de forma silenciosa, e quando os primeiros sintomas surgem, a visão já está comprometida. Com o intuito de conscientizar a população quanto à importância da prevenção, o vereador Edson Hel (PPS) criou, por meio de lei, o Dia de Prevenção e Combate ao Glaucoma, a ser lembrado em 26 de maio.
Nesse ano, em celebração à data, foi realizado um ciclo de palestras que abordou os tipos da doença, os fatores de risco, os sintomas e ainda os tratamentos. Os eventos foram realizados na segunda-feira (27), no Sesi, e na sexta-feira (31), no Plenário da Câmara Municipal. Os palestrantes foram os especialistas Dr. José Augusto Cardillo e Dra. Miriam Skaf Cardillo.
O glaucoma é uma doença que atinge o nervo óptico e as células ganglionares da retina, danificando-as. Na maioria dos casos, é causado pela hipertensão intraocular ocasionada por uma dificuldade de escoamento do humor aquoso, além de fatores como histórico familiar. Diabéticos, negros e asiáticos também têm maior tendência em desenvolver a doença.
Há quatro tipos de glaucoma, o de ângulo aberto, causado por uma obstrução do escoamento do humor aquoso do olho; o de ângulo fechado, caracterizado por um aumento súbito da pressão intraocular quando a pupila se dilata e bloqueia o fluxo do humor aquoso, levando a íris a bloquear a malha trabecular. Há ainda o glaucoma congênito, que é uma condição rara que atinge bebês, e o glaucoma secundário, que surge como uma complicação de outras condições médicas.
Os sintomas do glaucoma variam de acordo com cada caso, o principal é a perda progressiva da visão. Nos casos do glaucoma de ângulo fechado pode haver dor, fotofobia, enjoo, cefaleia, redução da acuidade visual, visualização de um halo de luz brilhante e perda da visão em curto período de tempo. Já nos glaucomas congênitos, os recém-nascidos podem ter globos oculares aumentados e córneas embaçadas.
É válido destacar que o glaucoma não tem cura e não há como reverter o quadro clínico quando a doença já se estabeleceu. Os tratamentos realizados, quase que em sua totalidade com colírios, têm o objetivo de prevenir a piora no quadro do paciente.
O ministrante esclareceu que a cirurgia é a última opção de tratamento. “Além dos colírios temos algumas alternativas como o laser, que é utilizado em pacientes de casos extremamente avançados e quando o colírio não está funcionando. A cirurgia do glaucoma é totalmente diferente que a da catarata, que é uma operação controlada e de baixo risco, em contrapartida, a para o tratamento do glaucoma é uma cirurgia de alto risco, por isso só a fazemos em casos extremos”, salientou Cardillo.
“É preciso esclarecer para as pessoas todas as dúvidas acerca da doença, afinal, grande parte dos casos de cegueira é causada pelo glaucoma, no entanto, boa parte da população não tem conhecimento sobre e só descobrem suas condições quando já apresentam algum sintoma e já estão perdendo a visão”, destacou Hel.
Continuidade
Durante as palestras pessoas que se interessaram foram cadastradas para a triagem que será feita em 25 de setembro, no Sesi. Na data, serão realizados exames e as pessoas que de fato possuem a doença em algum estágio serão encaminhadas para o tratamento adequado.
Quem não fez o cadastro durante o Ciclo de Palestras, mas demonstrar interesse, poderá se cadastrar em setembro.