De 3 a 9 de novembro, Araraquara celebra a literatura e a leitura com a realização da 4ª edição da FliSol – Festa Literária da Morada do Sol. Mesas literárias, bate-papos, lançamentos de livros, saraus, exposições, oficinas, intervenções artísticas, e atividades para todas as idades estão na programação gratuita.
Festa Literária da Morada do Sol traz à cidade autores consagrados, educadores, artistas e pensadores que ajudam a construir pontes entre palavras e pessoas. Reunindo diferentes vozes, linguagens e territórios e se consolidando como um espaço de troca, reflexão e celebração, os encontros contam com talentos da literatura contemporânea, como o homenageado desta edição, Itamar Vieira Junior, ou o patrono da festa, o araraquarense Ignácio de Loyola Brandão que neste ano celebra 60 anos de carreira literária.
Muitos outros nomes consagrados da cultura brasileira estão confirmados nesta edição: Lirinha, Aline Midlej, Helena Theodoro, Amara Moira, Luciana Müller e Geni Nunez – todos com o viés da literatura em comum e com mesas realizadas no Teatro Municipal de Araraquara.
O músico Lirinha chega com sua potência nordestina, com poesia incendiada no corpo e na voz, atuando na fronteira entre música, artes cênicas e literatura. Tem também jornalismo, com a coragem e a representatividade da jornalista negra e autora Aline Midlej; a sabedoria da primeira mulher negra a concluir doutorado em Filosofia no Brasil (1985) e sua produção focada na cultura afro-brasileira, Helena Theodoro; a diversidade e a resistência de Amara Moira e sua literatura queer; o acolhimento, a mudança social e a força transformadora presentes na produção de Luciana Muller; e ainda tem a resistência da ativista indígena guarani, escritora e psicóloga Geni Núñez.
Mais do que uma festa literária, a FliSol é um convite à escuta, ao afeto, ao conhecimento e à valorização da leitura como ferramenta de transformação.
Vale reforçar que os convites gratuitos para as atividades já estão sendo distribuídos pela plataforma Sympla (uma semana antes da realização do evento).
A 4ª edição da Festa Literária da Morada do Sol é uma realização do Ministério da Cultura e Instituto Colibri, em parceria com a Prefeitura de Araraquara por meio da Secretaria Municipal da Cultura e Fundart, e da Secretaria Municipal da Educação. Com parceiros e apoiadores como Sesc, Senac, Sesi, Unesp, Uniara, Instituto Federal de São Paulo, Academia Araraquarense de Letras, Hotel Municipal, Paraty Mobilidade, Casa do Saci, Café com Pernas, BRN Construtora, EPTV e EP FM, a FliSol chega este ano a sua 4ª edição e reforça seu papel como uma das principais plataformas culturais do interior paulista. O evento conta ainda com patrocínio da Necta e do Sicoob Araraquara.
Conheça mais os convidados:
- Itamar Vieira Junior — Nascido em Salvador (1979), graduou-se em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e obteve mestrado e doutorado em Estudos Étnicos e Africanos na mesma instituição.
Seu romance Torto Arado (2019) ganhou os prêmios LeYa (2018), Jabuti e Oceanos (2020) e tornou-se um fenômeno editorial.
Como etnógrafo com atuação também em comunidades quilombolas, sua obra conecta vivência acadêmica e literatura ficcional de modo reconhecido no panorama literário brasileiro. - Quarta-feira (5 de novembro) – 19h30: “Mesa do Autor Homenageado, com Itamar Vieira Junior”, com mediação: Vanessa Ventura e Ignácio de Loyola Brandão
- Quinta-feira (6 de novembro) – 9h30: “Imersão Itamar”, com Itamar Vieira Junior, com mediação de Silvani Silva (para estudantes participantes das “Imersões literárias”)
- Ignácio de Loyola Brandão – Ignácio de Loyola Brandão nasceu em Araraquara (SP) no dia 31 de julho de 1936. O patrono da FliSol, neste ano, celebra 60 anos de carreira literária e celebra o lançamento de um selo especial pelos Correios.
Membro da Academia Brasileira de Letras (Cadeira 11), eleito em 14 de março de 2019, Ignácio iniciou carreira no jornalismo ainda jovem, atuando como crítico de cinema a partir de 1952 e, em 1957, mudou-se para São Paulo para trabalhar em publicações como o jornal Última Hora e diversas revistas da Editora Abril.
Sua estreia literária ocorreu em 1965 com o livro de contos Depois do Sol. Publicou mais de 40 obras — romances, contos, crônicas, literatura infanto-juvenil — e alcançou destaque com o romance distópico Zero (1975) e com Não Verás País Nenhum (1981).
Sua produção é considerada essencial para a literatura brasileira contemporânea por investigar, com rigor crítico e inventividade, as transformações do Brasil urbano e moderno, a ditadura, a sociedade de massa e a subjetividade pós-moderna. - Quarta-feira (5 de novembro) – 19h30: “Mesa do Autor Homenageado, com Itamar Vieira Junior”, com mediação: Vanessa Ventura e Ignácio de Loyola Brandão
- Sexta-feira (7 de novembro) – 18h30: “Mesa Ignácio de Loyola Brandão – Homenagem ao autor – 60 anos na Literatura”, com Ignácio de Loyola Brandão e André Brandão
- Lirinha – o inventivo artista brasileiro atua na fronteira entre música, artes cênicas e literatura. Começou sua carreira ainda criança como declamador de poesias em Arcoverde, sertão de Pernambuco, e hoje representa uma geração de criadores que rompe paradigmas na produção musical e investigação sonora, refletindo uma intensa experiência sensorial na mixagem entre poesia e música.
Em 1997, idealizou o espetáculo cênico musical Cordel do Fogo Encantado, novidade impactante na música pernambucana. Com o grupo gravou quatro discos: Cordel do Fogo Encantado (2000), O Palhaço do Circo sem Futuro (2002), Transfiguração (2006) e Viagem ao Coração do Sol (2018), além do DVD MTV (2005).
Lançou três álbuns solo: LIRA (2011) e O Labirinto e o Desmantelo (2015), ambos produzidos por Pupillo (Nação Zumbi), e MÊIKE RÁS FÂN (2023). Como compositor, assinou canções para Gal Costa, Céu, Pitty, Elba Ramalho, Natiruts e Otto. Suas músicas foram trilhas dos filmes Deus é Brasileiro e Lisbela e o Prisioneiro.
Como autor, publicou três livros, incluindo O Garoto Cósmico (2007). Como diretor artístico, criou espetáculos que misturam poesia e música, como Alfarrábio Sonoro (2018) e performances com Letícia Sabatella. Atualmente apresenta o show JOSÉ PAES DE LIRA canta LIRINHA, celebrando sua trajetória artística. - Quinta-feira (6 de novembro) – 19h30: “Raízes do Encantado”, com Lirinha – José Paes de Lira Filho, mediação: Paulo Andrade
- Aline Midlej – A jornalista é apresentadora do Jornal das Dez na Globo News, plantonista do Jornal Nacional, colunista da Revista Vogue e TEDx speaker. Autora do livro “De Marte a Favela: como a exploração espacial inspirou um dos maiores projetos de combate à pobreza do Brasil”. Pós-graduada em Ciências Humanas, passou os últimos 20 anos nos principais canais de televisão do país. É embaixadora do Movimento LED, uma iniciativa da TV Globo que mapeia projetos de sucesso na educação brasileira. Pelo trabalho desenvolvido como jornalista, já recebeu premiações como o Vladimir Herzog de Direitos Humanos, Prêmio Esso e Troféu Mulher Imprensa. Mais recentemente, em 2024, foi reconhecida como a jornalista negra mais admirada do país, numa premiação do portal Jornalistas & Cia.
- Domingo (9 de novembro) – 19h30: “Lugar de fala – O que precisa ser dito”, com Luciene Vignoli Müller e Aline Midlej, mediação: Lilian Liang
- Helena Theodoro — Educadora, filósofa e escritora brasileira nascida no Rio de Janeiro (1943). Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais (UFRJ), possui mestrado em Educação e doutorado em Filosofia, sendo a primeira mulher negra a concluir doutorado em Filosofia no Brasil (1985).
Sua produção acadêmica e literária foca na cultura afro-brasileira, nas religiões de matriz africana, no samba e no carnaval, marcando-a como figura de relevância para os estudos literários e culturais brasileiros. - Sábado (8 de novembro) – 17h: “Mesa Ancestralidade”, com Helena Theodoro e Esmeralda Ribeiro, mediação: Dagoberto Ferreira
– Amara Moira — Escritora, professora, ativista feminista transfeminista, doutora em Teoria e Crítica Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A primeira mulher trans a defender seu doutorado com nome social nessa universidade, sua obra literária inclui E se eu fosse puta (2016) e Neca: Romance em Bajubá (2024), explorando identidade, sexualidade, linguagem bajubá e literatura queer, o que a posiciona como uma autora relevante para a literatura contemporânea brasileira, sendo uma referência na luta por direitos e visibilidade das pessoas LGBTQIAP+.
- Domingo (9 de novembro) – 18h: “Afeto em tempos de rede”, com Bruna Santiago e Geni Núñez, mediação: Amara Moira
- Luciene Vignoli Müller – Escritora, Membro da Academia Guarulhense de Letras, Palestrante, Editora e Leitora Assídua. Lu Müller encanta ao escrever e palestrar sobre temas do cotidiano com carisma, sensibilidade e clareza. Sua vivência em situação de rua durante a infância e pré-adolescência inspira milhares de pessoas, despertando reflexões sobre o poder do conhecimento, a força da persistência, o impacto das escolhas e a real possibilidade de transformação. Fala com profundidade sobre os colos que recebemos e os que oferecemos, e descreve – como poucas pessoas – o valor do nosso tempo junto a quem amamos.
É escritora, editora à frente do Grupo Format Comunicação, membro da Academia Guarulhense de Letras e professora da Escola Superior do Ministério Público de São Paulo (ESMP-SP) e da Escola de Magistrados da Justiça Federal da 3ª Região (EMAG/TRF3). Ativista pela prevenção e enfrentamento das violências contra crianças e adolescentes, defensora das bibliotecas públicas e das pessoas em situação de rua, transforma sua história em ponte para a escuta, o acolhimento e a mudança social.
Autora best-seller de Colo Invisível, palestrante, duas vezes TEDxSpeaker, YouTuber no Canal Bibliotequeira e Embaixadora do PopRuaJud no TRF3. Em sua homenagem, foram inauguradas a Biblioteca Colo Invisível, em Maringá (PR), e o Espaço de Leitura Colo Invisível, em Jardinópolis (SP), reconhecimentos que simbolizam a força transformadora de sua trajetória com os livros, a leitura e o acolhimento. - Domingo (9 de novembro) – 19h30: “Lugar de fala – O que precisa ser dito”, com Luciene Vignoli Müller e Aline Midlej, mediação: Lilian Liang
- Geni Núñez – A ativista indígena guarani, escritora e psicóloga tem pós-doutorado no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). É doutora no Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (PPGICH/UFSC). É membro da Comissão de Direitos Humanos (CDH), do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e da Articulação Brasileira de Indígenas Psicólogos/as (Abipsi). É coassistente da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY). É autora dos livros Descolonizando Afetos (2023), Jaxy Jaterê (2023) e Felizes por enquanto (2024).
- Domingo (9 de novembro) – 18h: “Afeto em tempos de rede”, com Bruna Santiago e Geni Núñez, mediação: Amara Moira































