Com o aumento da expectativa de vida, a permanência dos profissionais mais experientes no mercado de trabalho tem aumentado. E com isso, eles estão dividindo espaço com os jovens e recém-formados que ingressam no ambiente profissional. Diante disso, as empresas lidam com um cenário desafiador: a convivência de quatro gerações atuando nos mesmos setores ou formando uma mesma equipe. E para aumentar ainda mais a pluralidade, inteligências artificiais e robôs vem protagonizando, cada vez mais, a cena.
Os babies boomers, nascidos entre 1646 e 1964, contrastam com a geração Z, que vieram a partir dos anos 1990. Enquanto uma demorou cerca de três décadas para ter contato com os primeiros computadores, a outra passou a infância navegando.
Já as gerações, X (nascidos entre 1960 e 1980) e Y (de 1981 e meados da década de 90), apesar da proximidade dos anos tem experiências bem distintas. A primeira reúne pessoas que cresceram ouvindo falar de aparelhos eletrônicos, mas a tecnologia ainda era algo distante. Já a segunda, é caracterizada por mais uso e familiaridade com meios de comunicação e tecnologias digitais.
Patrícia Lisboa, head trainer e hacker comportamental, explica que as diferenças entre os grupos etários vão além da técnica. “Cada geração é marcada por algumas características em comum, relacionados à sua época de nascimento, crescimento, formação e outros. Além disso, as pessoas têm estilos, capacidades e comportamentos próprios, que também influenciam”, comenta.
Deste modo, a variedade de profissionais e perfis em um mesmo ambiente ou área, exige práticas para conciliar a relação entre eles. “Saber aproveitar as qualidades e capacitações que cada geração tem a oferecer é muito produtivo para as empresas”, diz Patrícia.
A pluralidade quando bem explorada e planejada possibilita aproveitar o melhor dos profissionais e da interação entre as gerações dentro do ambiente de trabalho. Saber desenvolver o que cada uma tem a oferecer, contribui para que as empresas tenham mais dinamicidade e amplitude de serviços e soluções.
Segundo a especialista, o primeiro passo é conhecer as características gerais e individuais de cada grupo. Entender a forma de trabalhar e agir. “Só é possível traçar planos e metas para uma equipe que se conhece. É muito comum que cada profissional tenha ambições diferentes. A partir do momento que você entende a dinâmica de cada um, é possível fazer com que o trabalho em conjunto seja ainda positivo”, explica Patrícia.
Outro ponto importante, segundo ela, para construir um ambiente produtivo é o trabalho na comunicação. Diferentes gerações se comunicam de maneiras diferentes. É necessário criar um canal que todos consigam se expressar e se entender.
Ao longo dos anos, as qualidades procuradas e as necessidades das empresas se alteram, por isso é fundamental a adaptação de todos. “Nos treinamentos que faço, busco explicar que o sucesso está na combinação correta dos papeis dentro das equipes, no compartilhamento de conhecimento, na troca de ideias, no trabalho em conjunto”, diz a head trainer.
Inteligência artificial e o futuro do trabalho
Além da convivência entre diferentes gerações, a tecnologia faz, cada vez mais, parte do cotidiano. Baby boomers e a geração X, por exemplo, em geral são mais propensos a terem dificuldades com essas ferramentas. Por isso, a tecnologia em constante mudança pode ser um desafio para essas gerações mais acostumadas com rotina e cotidiano. Diante disso, contar com o apoio das gerações mais jovens como a y e a z, que já são imersos nesse mundo, pode ser de grande utilidade. E, por outro lado, a geração X, por compartilhar suas experiências e conhecido de mercado com os novatos.
Agora com a entrada da inteligência artificial e dos robôs no, dia a dia, de várias profissões, pessoas e empresas vão precisar se capacitar e se adaptar para trabalhar com o auxílio dessas máquinas. “A revolução tecnológica chegou para mudar completamente as relações de trabalho. Hoje uma demanda que exigia várias pessoas e muito tempo é executado por uma máquina em poucos minutos. Para saber adaptar a essas mudanças é necessário treinamento”, diz Patrícia Lisboa.