Insistir no erro não é inteligente! A presença das Forças Armadas no Rio de Janeiro atuando em ações de segurança pública já se tornou rotineira e seus resultados são pífios. Nos últimos dez anos, os militares já foram convocados 12 vezes pela Presidência da República para reforçar a segurança no Estado. Sem sucesso.
Desde o momento em que as Forças Armadas ocuparam o Rio, na garantia de uma cidade segura, tem-se o fetiche de que a presença dos militares, fazendo às vezes o papel de polícia, consegue reverter o crescimento das ações criminosas e a violência.
Ledo engano. Ao fazer o balanço da atuação dos militares no controle da segurança pública no estado, desde as operações no Complexo do Alemão entre 2010 a 2012 e do Complexo da Maré, entre 2014 a 2015, obtém-se um saldo desanimador.
Para não recuarmos muito no tempo, tomemos como exemplo o caso conhecido como Guerra da Rocinha, ocorrido há menos de seis meses. Na ocasião, uma grande quantidade de homens e armas foi utilizada, e um “pseudo” cerco tático foi feito. No entanto, depois de um tempo, as Forças Armadas se ausentaram, a guerra entre as facções de narcotráfico permaneceu, alguns milhões de reais foram gastos e a situação continuou a mesma, para infelicidade dos moradores, que tiveram seus direitos básicos de cidadania suspensos, sem retrocesso da guerra urbana e até uma piora da situação.
Diante de um amplo quadro histórico de fracassos, reconhecido pelo Ministro da Defesa e pelo comandante do Exército, força que empresta mais homens a esse tipo de ação, está claro como o dia que errar é humano. Insistir no erro é pouco inteligente.
Existem outros caminhos e soluções, nenhuma delas mágica, para a segurança pública no Rio e no Brasil. A solução militar não é uma delas.
Há de se ter coragem de adotá-las.