O vereador Edio Lopes participou na última quinta-feira (5), de audiência pública estadual, para discussão dos efeitos dos agrotóxicos na apicultura e na biodiversidade. A atividade ocorreu na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP de Botucatu. Em pauta estava o projeto de lei estadual que prevê a proibição da pulverização aérea de agrotóxico em todo o estado de São Paulo, de autoria do deputado estadual Padre Afonso Lobato (PV).
Participaram do debate, professores doutores da UNESP, engenheiros ambientais e sanitaristas da EMBRAPA.
O vereador expôs seu projeto de lei e compartilhou a experiência e dificuldades enfrentadas em Araraquara e região. “Estamos somando forças em torno do nosso projeto no município, que tem o mesmo objetivo”, afirmou Edio. O deputado citou a importância do projeto apresentado pelo vereador Edio Lopes no município de Araraquara.
Abelhas polinizam a vida
Durante o evento, vários agricultores e apicultores relataram comprometimento da produção de vegetais, hortaliças e frutas e a morte de animais e abelhas. De acordo com o Dr. Ricardo de Camargo, da EMBRAPA, abelhas são indicadores ecológicos por excelência e não apenas produzem mel. “Elas são fundamentais para polinizar a vida e para a produção dos alimentos”, ressaltou. Para o especialista, os prejuízos dos agrotóxicos, aumentados pela forma de aplicação aérea, precisam ser barrados. “Não é possível que o poder econômico se sobreponha aos interesses da sociedade”, afirmou.
Os dados apresentados pelo especialista da EMBRAPA foram alarmantes: amostras demonstram que há mais de 100 vezes a concentração de um tipo de agrotóxico utilizado no Brasil, o glifosato, do que é permitido pelas agências internacionais. Um dos argumentos apresentados pelo agronegócio, rebatido por Camargo, foi de que não é possível a produção de alimentos sem agrotóxico. “Essa é uma mentira repetida um bilhão de vezes para se fazer de verdade. A FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – já concluiu que o modelo de agricultura da revolução verde está falido. Os sistemas orgânicos apresentam grande capacidade de produção e quem tem que mudar é quem está causando impacto e ainda recebe subsídios”, asseverou.
Onde é produzido se proíbe seu uso
De acordo com o prof. Dr. Ricardo Orsi, há toda uma cadeia produtiva que precisa ser preservada. O objetivo deve ser de proteger o planeta e a humanidade. “Vocês acham que eles vão querer que isso mude? Quem tem que se mobilizar somos nós! A mudança incomoda, mas temos que pensar o que queremos para o futuro da humanidade. Nossa geração já está toda contaminada”, finalizou Camargo, afirmando que a vida de um suíço onde a Syngenta está vale mais do que a de um brasileiro, pois lá, onde são fabricados os agrotóxicos é proibida a sua utilização.