sexta-feira, 22, novembro, 2024

Edio Lopes vê como incentivo poder ouvir e buscar alternativas para a população

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José Augusto Chrispim

Dando continuidade às entrevistas com os vereadores da Câmara Municipal de Araraquara, quem fez um balanço sobre seu atual mandato nesta semana foi Edio Lopes (PT). O vereador, que está em seu terceiro mandato, foi eleito no último pleito com 984 votos.

Sobre seu mandato, Edio destaca que dentro das perspectivas de trabalho e com as dificuldades financeiras que o município encontrou no início dessa gestão, depois de 8 anos da administração passada e, a partir da chegada do Edinho, o Executivo junto com os vereadores conseguiu várias melhorias para a cidade. “Fizemos muitas melhorias no que faltava de zeladoria, na área de recapeamento e tapa-buraco por toda a cidade, na educação também, principalmente na saúde que melhorou bastante, com as cobranças que a gente tem feito, que a administração tem procurado atender com qualidade à nossa população. Uma das questões que a gente lutou muito foi a do agrotóxico, onde fizemos um debate sobre uma lei municipal com relação à forma que as usinas estão usando seus defensivos agrícolas que atinge os pequenos agricultores que muitas vezes nos procuram, pois tentam registrar seus produtos como naturais, mas não conseguem. Nós vemos vários aviões passando por nossa cidade e despejando os venenos e fomos pesquisar a forma como está sendo utilizado, mas falta muita coisa para ser resolvida. Existe responsabilidade a respeito disso como, por exemplo, a morte das abelhas e a contaminação da água dos córregos da região que já passou do limite. A sociedade tem que notar que isso é um problema ambiental sério. Precisamos juntos buscar alternativas com responsabilidade”, disse.

Diálogo e incentivo

Para o vereador, o diálogo com vários segmentos da sociedade é uma grande conquista. “O diálogo com vários seguimentos e a aprovação de projetos importantes para a sociedade são muito importantes para o meu mandato, mas uma história que me marcou muito foi a de uma empresa que estava contratando jovens para o primeiro emprego e aprendizes que tivessem 14 anos e 11 meses de idade. Sabendo da importância desse primeiro emprego na vida dos jovens, fui a várias escolas da periferia da cidade conversar com as representantes e, em um determinado dia, chegaram 20 garotos no meu gabinete para se inscreverem para a vaga. Fui atendendo eles aos poucos, pois o gabinete tem pouco espaço, e um menino muito magro, negro, ao final dos atendimentos me procurou e disse que precisava daquele emprego, pois seu pai estava acamado e ninguém estava trabalhando em sua casa. Eu falei para ele que para conseguir a vaga, ele tinha que estudar e se esforçar para passar na prova que seria realizada pela empresa. Falei para ele se dedicar ao máximo e acreditar em sua capacidade. Na sexta-feira próxima ele foi fazer a prova junto de dezenas de outros candidatos e acabou passando em primeiro lugar. Quando ele me ligou agradecendo pelo incentivo eu fiquei muito emocionado. Entre várias lutas que a gente teve no esporte, no meio ambiente, na segurança, na conquista de verbas para a cidade, essa foi uma coisa que me marcou muito por poder incentivar um garoto da periferia a se construir por si próprio. Isso valeu mais do que tudo que fiz em meu mandato. Lembro sempre disso como uma conquista dele, mas que me marcou muito. Isso mostra que com a oportunidade a pessoa consegue fazer acontecer”, relembrou.

Balaio de gato

Questionado se teve alguma decepção em seu mandato, Edio respondeu que o momento atual da política o deixa muito triste. “Eu fico triste com a política hoje, onde somos todos colocados em um balaio de gato como se todos os políticos fossem corruptos. As pessoas têm que entender que na política e na sociedade em geral existem pessoas boas e ruins e, hoje, nas redes sociais e nos meios de comunicação se coloca todo mundo no mesmo balaio de gato. Acho que tem que ter a cobrança, mas tem que saber separar as coisas. A política se transformou em uma guerra de torcidas, virou um momento de muita reflexão da sociedade como um todo de saber quem são os políticos e saber de que forma trabalham, porque senão vamos caminhar para conflitos sociais, conflitos de classe, e isso não é bom para ninguém. As pessoas hoje não respeitam a opinião do outro, não respeitam as diferenças, por isso, a gente fica chateado com o que está acontecendo. Nós estamos ali para votar projetos e muitas vezes eles não agradam a todos, infelizmente nós temos que ter posição e opinião e, às vezes, as pessoas entram nas redes sociais para nos atacar. Eu não discuto em redes sociais, prefiro debater pessoalmente, olhando no olho, e tento resolver as diferenças”, destacou.

Qual é o papel do vereador?

“A sociedade precisa entender qual é a função e o papel do vereador que é cobrar o Executivo, pedir também, fazer pedidos oficiais à administração e, muitas vezes, não é que você não atende aquilo que a pessoa está querendo, mas é que a administração não faz as coisas no tempo da pessoa, aí a pessoa cobra o vereador, pois ela não sabe que a máquina precisa de recursos, depende de dinheiro para fazer as obras e nem sempre é na hora que a pessoa precisa. O que me incentiva na política é ouvir e dialogar com a população, buscando alternativas com a administração municipal para resolver os problemas de quem realmente necessita. Isso é que o que me move na política”, ressaltou.

Direitos iguais

“As pessoas que votaram em mim, eu acredito que confiam em nosso trabalho, já os novos eleitores, espero que antes de votarem em mim, pesquisem quem é o Edio para saber se vale a pena. Se acharem que a gente fez um trabalho que represente a sociedade realmente aí nos dê um voto de confiança. Espero ter o voto de confiança outra vez dessas pessoas para poder buscar melhorar a situação da população, melhorar a situação da cidade para que todos possam ter direitos iguais”, falou.

Debate no plenário

“Acredito que os partidos pequenos terão mais dificuldades nas próximas eleições para eleger vereadores. Quem não tiver candidatos para puxar votos na chapa não vai conseguir fazer o quociente. Mas acredito que partidos menos conhecidos até agora, como o PSL, devem fazer pelo menos um vereador. Espero ser reeleito para poder debater nossas diferenças na Câmara e não apenas em redes sociais como acontece hoje”, argumentou.

Dever cumprido

“Espero ter atendido os anseios de quem votou em nós e acreditou. Eu pretendo conseguir nesse um ano de mandato que ainda tenho pela frente, atender as demandas e necessidades de quem nos deu o voto de confiança. Acho que as pessoas devem procurar ler as informações em fontes confiáveis, fugindo das fake news, nos ligar para tirar dúvidas, para que possamos construir essa relação próxima com a sociedade, pois a gente só consegue mudar e transformar quando sentamos e dialogamos e, assim, construímos uma relação pensando no momento atual e no futuro”, finalizou.

 

Edio Lopes acompanha obra de recapeamento em via pública de Araraquara
Redação

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