Araraquara encerrou o mês de junho com a abertura de 437 vagas formais de trabalho. De acordo com o levantamento do Núcleo de Economia do Sincomercio, baseado em dados do Novo Caged, a cidade registrou 2.559 admissões e 2.122 desligamentos no período. No mês anterior, foram 2.537 admissões, 2.422 desligamentos e saldo positivo de 115 vagas. Já em junho de 2020, foram 1.615 admitidos, 2.056 desligados e saldo negativo de 441 postos formais de trabalho.
A análise revela ainda, na comparação mensal, que as admissões apresentaram leve alta de 0,9%, enquanto as demissões caíram 12,4%. Sendo assim, o mês de junho registrou expansão do mercado de trabalho em Araraquara pelo terceiro mês consecutivo, com aumento de 0,57% no total de trabalhadores ativos. “No primeiro semestre de 2021, o setor de serviços recebeu a maior parcela das novas vagas (895), seguido da indústria (627), da construção (539) e da agropecuária (139). Quanto ao encerramento de vagas no período, o único setor registrado foi o de comércio ampliado, que agrega as atividades de reparação de veículos e motocicletas”, avalia João Delarissa, economista da instituição.
Já a média salarial para o município de Araraquara segue em trajetória descendente pelo segundo mês consecutivo, chegando a R$ 1.897,14, uma redução de R$ 95,51, ou 4,8%, em relação à média salarial de maio, que era de R$ 1.992,65.
PNAD contínua
Além do Novo Caged, outra importante pesquisa sobre o mercado de trabalho brasileiro foi divulgada na última sexta-feira, 30. A PNAD Contínua, que é elaborada pelo IBGE desde 2012, acompanha as flutuações da força de trabalho no Brasil e produz, a cada trimestre, informações sobre a inserção da população no mercado de trabalho. Para isso, a pesquisa investiga em torno de 211 mil domicílios trimestralmente e aplica uma metodologia que atende às recomendações de organizações internacionais, como a Comissão de Estatística das Nações Unidas e a Organização Internacional do Trabalho.
Esses dados mostram alguma melhora na comparação com o trimestre anterior da população ocupada (que são aqueles que têm algum tipo de ocupação remunerada), que aumentou em 400 mil pessoas, e também do desalento (que é aquele grupo de pessoas que não têm emprego, mas desistiram de procurar uma oportunidade de trabalho), que diminuiu em 42 mil pessoas. No entanto, a situação do mercado de trabalho no Brasil ainda é muito delicada. A taxa de desemprego, medida pela PNAD, vem numa trajetória crescente desde o início de 2020, atingindo a máxima histórica no trimestre encerrado em abril e se manteve estável na última divulgação, que traz os resultados do trimestre encerrado em maio de 2021.
Para Delarissa, um dos fatores que explica o resultado está diretamente relacionado à forma como ele é calculado. “A taxa de desemprego nada mais é do que a relação entre as pessoas que estão sem trabalho e o total de pessoas que estão procurando emprego, então, se o número de pessoas querendo trabalhar aumentar mais rápido que a geração de emprego, o desemprego vai continuar alto. É o que tem acontecido atualmente no país”, pontua.
Diferentemente da PNAD, o Caged tem como fonte de análise os registros de admissões e desligamentos de empregados contratados no regime CLT pelas empresas, que enviam essas informações todos meses ao Governo Federal por meio do eSocial. Portanto, o Caged apresenta um retrato do mercado de trabalho formal, que, hoje, compreende aproximadamente 41 milhões de trabalhadores, mas desconsidera os quase 35 milhões de brasileiros que estão na informalidade (de acordo com a PNAD) e uma série de outras especificidades características de cada estudo. Tudo isso junto impede comparações entre as duas pesquisas.
Entretanto, fazendo uma avaliação das duas divulgações, é possível enxergar uma evolução do mercado de trabalho brasileiro. “A queda do número de desalentados, o aumento da população à procura de emprego e o crescimento das contratações trazem boas perspectivas para os próximos meses. Mas, para que isso aconteça, a estabilidade da pandemia, o avanço da vacinação e a continuidade das flexibilizações das atividades econômicas são fundamentais”, afirma o economista.