Ariane Padovani
Um grupo de ex-motoristas da Viação Paraty esteve na manhã dessa terça-feira (7), em frente ao Sindicato dos Trabalhadores em Transportes de Araraquara para protocolar um pedido de estado de greve e votação em assembleia para a readmissão dos 14 ex-funcinários que foram demitidos por justa causa na madrugada da última sexta-feira (3), através de cartas entregues em suas residências por um motoboy.
De acordo com Rael Aparecido da Silva, líder do Grupo Movimento Motô, “essa situação é arbitrária, pois a carta diz que os ex-funcionários estavam incitando a greve, o que, além de ser um direito do trabalhador, não acontecia no momento da entrega das demissões”. “Essas demissões são uma forma de retaliação a um grupo que se propõe a buscar melhorias para os funcionários com a empresa. Então toda vez que é feito algum movimento, algum trabalhador se levanta para buscar uma melhoria, buscar os seus direitos, a empresa usa de retaliação, usa esse tipo de situação para amedrontar e levar o trabalhador a abandonar a causa, a busca por melhorias”, explicou Rael à reportagem.
O ex-motorista ainda defende que eles estão apenas reivindicando os direitos trabalhistas da categoria. “Estamos pedindo apoio da mídia e da sociedade para que olhem pela gente, porque o que a Viação Paraty está fazendo com os trabalhadores é injusto, ameaçando que não teremos mais chance de emprego na cidade de Araraquara e região, pois falaram em reunião junto à comissão que eles conhecem muita gente”, concluiu.
Paralisação
Na última sexta-feira (3), metade dos motoristas da Viação Paraty, que opera o transporte coletivo em Araraquara, entrou em greve. Dos 70 ônibus da empresa, apenas 35 rodaram em condições normais o que afetou várias linhas atendidas pela empresa. A situação foi normalizada no sábado (4).
Segundo os líderes do movimento, a paralisação foi realizada pelas demissões por justa causa que a empresa havia promovido durante aquela madrugada.
Uma mesa redonda foi realizada entre os 14 funcionários demitidos por Justa Causa e um representante da Viação Paraty na Delegacia do Trabalho, na tarde de sexta-feira (3), mas não houve acordo. A empresa entrou com um pedido de liminar no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas, sob a alegação de que a greve é ilegal, pois foi deflagrada sem aviso e dentro do prazo de negociação das reivindicações. A empresa alega também que os grevistas não respeitaram a manutenção de 70% do quadro da empresa, o que prejudicou a prestação do serviço aos usuários.