sábado, 23, novembro, 2024

Há felicidade própria diante da infelicidade do outro?

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A política, e o modo de trabalhar dentro da política, tem se transformado nos últimos anos. O movimento de polarização ideológica e programática rachou a sociedade. As chamadas redes sociais mudaram as fontes de informações, antes cativas aos meios de comunicação, e turbinaram as dissensões, muitas vezes alimentadas pelas notícias falsas.

O florescimento do individualismo nestes tempos é uma marca preocupante revelada nas timelines, porque junto dele está a raiz do egoísmo e do questionamento de quem tem direito a quê; a tal meritocracia.

Não é possível a uma sociedade desenvolver-se delimitando o acesso à qualidade de vida e bem-estar ao merecimento de acordo com o gênero, a cor, a religião, a conta bancária, a orientação sexual, à opinião política ou ao endereço. Não é sensato e nem legal apostar no preconceito como regra de vida privada ou pública. Há uma Constituição a cumprir.

E é na política e no modo de se movimentar nesse campo, com ou sem mandato e com todas as dificuldades inerentes, que estão as respostas. A defesa das agendas essenciais fornece o oxigênio para a construção de uma sociedade justa.

A pergunta crucial é: Há felicidade própria diante da infelicidade do outro?

Não, não há. Não é possível ser feliz e pleno diante de um quadro social que se agrava; diante do desmonte de direitos que sangra a esperança dos nossos jovens. Diante de uma política que troca vida por lucro, como tanto querem.

Na próxima sexta-feira, 15, iniciaremos nosso segundo mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo com o compromisso que norteou nosso primeiro mandato: o de trabalhar junto com mulheres, junto à reforma agrária, aos defensores da moradia, pelos direitos humanos, pela diversidade e contra toda forma de preconceito. Um universo de temas que compõem o escopo da justiça social e do direito constitucional e legítimo que todas as pessoas têm a uma vida digna.

Não é fácil estar ao lado das vozes que discordam das injustiças.

O nosso lado é o mesmo das trabalhadoras e trabalhadores que lutam para ver seu país como uma Nação de oportunidades. E o mesmo da juventude que tem esperança na soberania do Brasil.

É preciso ter coragem para o debate, é preciso saber pedir desculpas, é preciso saber chorar e saber que, como mulher, seremos alvo das críticas mais pesadas.

Isso pouco importa, porque a luta supera as dificuldades. O povo da luta sabe disso. E estamos ao lado do povo que luta. Somos resistência e o amor vai vencer o ódio.

Márcia Lia

Deputada estadual

Redação

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