sexta-feira, 20, setembro, 2024

Ignácio de Loyola Brandão lança novo romance

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‘Desta terra nada vai sobrar, a não ser o vento que sopra sobre ela’ fecha trilogia iniciada com ‘Zero’; do autor Ignácio de Loyola Brandão, dá largas asas à fantasia em cenário futurista .

Trata-se de um romance épico-distópico centrado numa história de amor, a partir do seu rompimento, cuja trama se desenvolve num cenário futurista nada cor-de-rosa. Lançado primeiro na Itália, em 1974, aqui proibido pela ditadura militar no mesmo ano de sua publicação (1975), hoje contabilizando a espantosa marca de 35 edições, além de várias traduções mundo afora, vindo a ser seguido por “Não verás país nenhum”, de 1981, já com mais de 20 edições, e premiado pelo Instituto Ítalo-Americano.

A terra do título em pauta aqui é esta mesma em que vivemos, num tempo incerto, quando estaríamos no sexto século e seríamos trezentos milhões de habitantes, com o país tendo atingido a marca de 1.080 partidos e passado por 113 impeachments — um negócio altamente lucrativo; os políticos, chamados de astutos, quase não aparecem em público e chegam a medir 22 centímetros, pois vão diminuindo de tamanho à medida que recebem propina. Os magistrados superiores vivem isolados em um bunker. Ninguém conhece os seus rostos.

Nesse dantesco Brasil novo, a capital federal mudou tantas vezes que ninguém sabe mais onde fica. O governo aboliu as escolas, porque acredita que cada um tem o direito de se educar como quiser. Além do Ministério de Educação, deixaram de existir os do Meio Ambiente e de Direitos Humanos, da Cultura e da Saúde. As epidemias surgem avassaladoramente, a autoeutanásia é legalizada para idosos, comboios de mortos horrorizam os vivos, escancarando o estado assombroso da nação. Tornozeleiras eletrônicas são acopladas nos indivíduos logo ao nascerem, celulares implantados em seus corpos, chips embutidos nas paredes. Todos têm as suas ações, e até os pensamentos, sob controle absoluto. Os costumes estão subjugados à força das Ligas Íntimas da Pureza Sexual, enquanto o brasileiro se torna o povo que tem as percepções mais equivocadas da própria realidade. (Informações O Globo Cultura)

Redação

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