sexta-feira, 22, novembro, 2024

Ignácio de Loyola Brandão o imortal da Morada do Sol

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*Edinho Silva

*Fernando Passos

Na manhã do último domingo, Araraquara eternizou em definitivo seu filho ilustre e em ruas e praças com o lançamento do projeto “Caminhos de Ignácio de Loyola Brandão”. Idealizado pela Academia araraquarense de letras, o projeto foi prontamente encampado e viabilizado pelos Poderes Executivo e Legislativo do Município.

Seguindo experiências internacionais e também boas práticas brasileiras, Araraquara poderá sempre mostrar para sua gente, desde nossas crianças, até visitantes, onde nasceu Ignácio, como foi sua infância, sua amizade irrestrita com o saudoso Jose Celso Martinez Correa, as Igrejas, as praças, os cinemas, as escolas, que frequentou, resgatará seus professores, suas primeiras relações com a literatura; os cenários e circunstâncias que formaram o imortal da Academia Brasileira de Letras. Até mesmo a vida boemia estará retratada, característica peculiar aos escritores que buscam inspiração na “paisagem noturna da cidade”, e assim foi também com Ignácio.

Trata-se de um roteiro que passa por locais marcantes na história de Loyola, e da própria Morada do Sol. Em cada local foi instalada uma placa com um breve texto escrito pelo próprio homenageado, falando sobre a importância daquele lugar na sua vida, contando casos e mencionando as obras, seus livros, em que aqueles lugares foram retratados ou que serviram de inspiração. Essas informações também estarão disponibilizadas em áudios com a voz do escritor, material que poderá ser acessado por meio de um QRCode. No domingo o próprio Loyola com convidados conhecera o acervo pela primeira vez.

Ignácio Loyola será saudado ao longo do “caminho” por familiares, admiradores, acadêmicos, jovens, escolas, crianças que inspirados por ele já dialogam com projetos literários e culturais. Em cada lugar uma saudação e referência específica de cada temática recuperada “Pelos Caminhos de Ignácio”. Araraquara acaba de comemorar 206 anos de história. Aqui Macunaíma foi escrito por Mário de Andrade, Ruth Cardoso nasceu e fez sua primeira formação, bem como foi aqui que Jose Celso deu seus primeiros passos na dramaturgia, e o próprio Ignácio registrou seus primeiros escritos. Aqui Rosa Branca fez seus primeiros arremessos e Careca seus primeiros gols. Já mais recente, foi também aqui que Liniker fez suas primeiras canções e Hebert Richers daqui se inspirou para ganhar o Brasil.

A Escola de Belas Artes fundada na década de 30, nos anos 50, fez acentuar a importância cultural da cidade, expondo ao mundo telas de artistas como Judith Lauand, Ernesto Lia, Francisco Amendola e Sidney Rodrigues. A vocação de vanguarda cultural da cidade se acentua quando em 1960 recebe a visita de Jean Paul Sartre e Simone de Beavouir. Na Faculdade de Filosofa, hoje Unesp, Sartre faz a histórica “Conferência de Araraquara”, hoje livro essencial para o leitor compreender o pensamento daquele período.

Nesse ambiente cresceu e se moldou a personalidade, o imaginário e próprio amor pela literatura de Ignácio, que fascina a todos mundo afora.

*Edinho Silva, Prefeito Municipal de Araraquara.

*Fernando Passos, Presidente da Academia Araraquarense de Letras.

Redação

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