As taxas de juros das operações de crédito para pessoa física mantiveram trajetória declinante durante o mês de maio, recuando 0,45% no período e alcançando a menor alíquota desde fevereiro de 2015. Os juros para pessoa jurídica também tiveram suas taxas reduzidas no período (-0,87%), dando continuidade à sequência de reduções iniciada em março de 2018.
Segundo análise do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara com base nos dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (ANEFAC), as quedas ocorridas são atribuídas principalmente à existência de margem para reduções nas taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras – que ainda se encontram em patamares elevados – como também ao momento de estabilidade dos juros básicos da economia, a chamada Taxa Selic, estacionada há 14 meses na mínima histórica de 6,5%. O movimento de queda nas taxas para pessoa física acontece num cenário de leve aumento dos níveis de inadimplência do consumidor e em meio às dificuldades de aprovação das reformas necessárias para o desenvolvimento econômico do país.
Taxas de juros para pessoa física
A taxa de juros média para pessoa física, que reúne os seis tipos mais comuns de obtenção de crédito pela população, registrou queda de 0,45%, passando de 6,70% ao mês (117,76% a.a.) em abril de 2019, para 6,67% ao mês (117,02% a.a.) em maio de 2019, sendo esta a menor média desde fevereiro de 2015.
Na análise individual das taxas, o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), ofertado pelos bancos comerciais para o financiamento de automóveis, e o empréstimo pessoal concedido pelas instituições financeiras foram as linhas de crédito que mais decresceram no período analisado. O CDC registrou queda de 1,2% em maio, passando a taxa de 1,66% a.m. (21,84% a.a.) em abril de 2019, para 1,64% a.m. (21,56% a.a.) em maio de 2019. É a menor alíquota desde julho de 2013 (1,58% a.m. – 20,70% a.a.). Já em relação ao Empréstimo Pessoal das financeiras, a redução foi de 0,6%, passando de 6,7% ao mês (117,76% a.a.) em abril de 2019, para 6,66% ao mês (116,78% a.a.) em maio de 2019, sendo esta a menor taxa de toda a série histórica, iniciada de 1995. No acumulado dos últimos doze meses, a taxa de juros média para pessoa física caiu 0,9%, passando a taxa de 7,08% ao mês em maio de 2018, para 6,67% ao mês em maio de 2019.
Expectativas de curto prazo
Tendo em vista a perspectiva de avanço gradual da atividade econômica por parte dos investidores, a manutenção dos baixos níveis de inadimplência do consumidor para o ano de 2019, a inflação que vem sendo mantida sob controle e a existência de margem para reduções nas taxas praticadas, mantém-se a expectativa de queda nos juros e de expansão da concessão de crédito nos próximos meses. Entretanto, as dificuldades de recuperação do mercado de trabalho, o elevado nível de ociosidade em que as indústrias estão operando e o cenário de restrição do consumo podem constituir entraves à retomada do crescimento econômico, que ainda aguarda o desenrolar das reformas pretendidas pelo governo. Desse modo, ainda que as perspectivas para a concessão de crédito sejam positivas nos próximos meses, é fundamental agir com cautela e responsabilidade no momento da contratação de um financiamento. Recomenda-se a busca pelas modalidades de crédito com menores custos de manutenção e planejamento financeiro para que não haja comprometimento excessivo do orçamento.