sexta-feira, 22, novembro, 2024

Mãe pede ajuda para buscar filhos na Itália

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Ariane Padovani

A ONG AREIA (Agrupamento de Rádio Emissão Independente Araraquara) está realizando uma campanha para ajudar uma mãe a reencontrar os três filhos biológicos que foram adotados ainda pequenos e atualmente moram na Itália.

Márcia Aparecida precisou entregar os filhos Bruno, na época com cinco anos, André, com quatro, e Micheli, com apenas três meses, para uma conhecida quando o marido a abandonou e, com problemas psicológicos, não teve condições de criá-los. Essa conhecida prometeu devolver as crianças assim que Márcia se restabelecesse, mas desapareceu com as crianças. Com a ajuda da ONG AREIA, Márcia conseguiu localizar os filhos, hoje com 31, 30 e 28 anos, na Itália. Mas ela não tem dinheiro para ir até a Europa reencontrá-los e, eles tampouco, conseguem vir para o Brasil. Mãe e filhos têm conversado pelas redes sociais desde então com a ajuda da tecnologia, já que eles não falam português. Márcia descobriu que, além de duas noras, também tem três netos, Lyan, Diego e Brayam.

“Era difícil financeiramente, eu tinha problemas psicológicos, tenho até hoje, tomo remédio, e eu não tinha como cuidar deles”, disse Márcia em entrevista a uma rede de televisão.

Em abril, após a ONG divulgar a história de Márcia através de uma rede de rádios amadores, ela recebeu uma mensagem de uma de suas noras dizendo acreditar que era casada com um de seus filhos. “Fiquei tão feliz que não acreditei. Vai ser melhor quando eles estiverem perto de mim”, acrescentou.

Morando no Jardim das Hortênsias, Márcia precisa de recursos para conseguir comprar uma passagem para ir ao encontro dos filhos. Após o reencontro, seus filhos, noras e netos pretendem vir com ela para o Brasil.

Doação

Quem quiser ajudar Márcia pode entrar em contato através dos telefones (14) 99798-2384 ou (16) 99769-7717, ou doar qualquer valor através da conta de Gilmar de Sousa Lima, marido de Márcia.

Agência: 0282

Conta: 00178592-0

ONG AREIA

A ONG AREIA, que há 25 anos realiza trabalhos sociais e se dedica a encontrar pessoas desaparecidas, também está precisando de recursos para continuar realizando seus trabalhos, que atualmente estão paralisados por conta da falta de equipamentos. Itens como computadores, uma impressora com Bulk, celulares, fone de ouvido, microfone, rádio amador ou depósito na conta bancária da entidade.

José Aparecido Pessetti, presidente fundador da ONG e mais conhecido como Zinho Uirapuru, começou a encontrar pessoas em 1988 com a febre do rádio amador. Ele já ajudou a encontrar mais de oito mil pessoas. “A gente não tem como imprimir as fotos dos desaparecidos devido às dificuldades que estamos passando para levar no Terminal de Integração, na Rodoviária e mandar para as outras cidades”, falou José em entrevista a um telejornal. “Nós não queremos parar”, garantiu.

Ajuda

Banco do Brasil

Agência: 0082-5

Conta Corrente: 98.106-0

Os telefones da ONG Areia é (16) 3461-4541 ou (16)99765-3965. O endereço é Avenida Arlindo Miguel, 84 – Jardim Adalberto Roxo II, em Araraquara.

Triste realidade

De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cerca de oito pessoas desaparecem por hora no Brasil. O levantamento mostra que 693.076 boletins de ocorrência foram feitos de 2007 a 2016, uma média de 190 por dia. O estado de São Paulo lidera as estatísticas no mesmo período, com 242 mil desaparecimentos.

O ano de 2017 terminou com 82.684 registros de desaparecimento, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 226 pessoas desaparecidas por dia no país. Novamente, o estado de São Paulo liderou as estatísticas com 25.200 pessoas desaparecidas, seguido por Minas Gerais, com 8.878, e Santa Catarina, com 7.752 desaparecimentos.

Na região

Em 2018, a Polícia Civil registrou 1.912 desaparecimentos em dez municípios das regiões de Campinas e Piracicaba, uma média de um caso a cada quatro horas. Os números mostram uma alta de 7,9% em relação a 2017. Entre os municípios analisados, Campinas foi o que apresentou o maior número de desaparecidos com 626 ocorrências. Em Paulínia, no entanto, ocorreu a maior variação, uma alta de 32,7% nos casos.

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) elaborou um perfil que apontou que 60% dos desaparecidos são homens, a maioria com idade entre 15 e 20 anos. A motivação dos desaparecimentos, em sua maioria, é a dependência química. Segundo a Polícia Civil, apenas 2% dos casos estão relacionados a crimes, como homicídio doloso ou culposo, e suicídio.

 

Pessoas desaparecidas

Cidade

2017

2018

Variação (%)

Americana

123

136

10,5%

Campinas

620

626

0,9%

Hortolândia

147

164

11,5%

Indaiatuba

121

158

30,5%

Limeira

169

194

14,7%

Nova Odessa

33

29

-12,13%

Paulínia

61

81

32,7%

Piracicaba

220

227

3,1%

Santa Bárbara d’Oeste

98

107

9,1%

Sumaré

179

190

6,1%

TOTAL

1.771

1.912

7,9%

Fonte: SSP-SP

Redação

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