José Augusto Chrispim
Cerca de metade dos motoristas da Viação Paraty, que opera o transporte coletivo em Araraquara, entrou em greve nessa sexta-feira (3). Dos 70 ônibus da empresa, apenas 35 rodaram em condições normais. Segundo os líderes do movimento, o protesto ocorreu pelas demissões que a empresa vem promovendo.
Alguns dos motoristas que se recusaram a trabalhar, especialmente líderes do movimento, receberam entre a noite de quinta (2) e a madrugada dessa sexta-feira (3) cartas de demissão da empresa, por Justa Causa.
A reportagem do jornal O Imparcial teve acesso a uma dessas cartas, endereçada a Fábio Roberto de Moraes. Segundo o documento enviado pela Paraty ao motorista, “a incitação de greve em descumprimento à lei” é o argumento para justificar a demissão por Justa Causa. A comissão afirma que os motoristas foram demitidos sem motivo já que greve é um direito permitido pela constituição. As negociações entre motoristas e empresa não progrediram.
Sem acordo
De acordo com Moraes, na tarde de ontem (3), foi realizada uma mesa redonda entre os 18 funcionários demitidos por Justa Causa e um representante da Viação Paraty na Delegacia do Trabalho, mas não houve acordo. “Foram apresentadas três propostas para a empresa que podia reverter as demissões ou pagar as indenizações devidas, mas o representante da Paraty não aceitou nenhuma e não quis negociar. O mediador da Delegacia do Trabalho disse que as demissões foram feitas de forma ilegal, por isso, na segunda-feira vamos procurar o Ministério Público”, informou o funcionário demitido.
A empresa entrou com um pedido de liminar no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas, sob a alegação de que a greve é ilegal, pois foi deflagrada sem aviso e dentro do prazo de negociação das reivindicações. A empresa alega também que os grevistas não respeitaram a manutenção de 70% do quadro da empresa, o que prejudicou a prestação do serviço aos usuários.
Paralisação
A paralização parcial dos ônibus da Paraty trouxe prejuízo aos usuários durante todo o dia de ontem, mas de acordo com Moraes, até segunda ordem, as linhas voltariam a funcionar normalmente.