quinta-feira, 21, novembro, 2024

Nando Reis fala de música e literatura na abertura da FliSol 2024

Programação variada gratuita da Festa Literária da Morada do Sol segue até amanhã (10)

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O cantor, compositor e autor Nando Reis foi atração na noite de abertura da FliSol 2024. A 3ª edição da Festa Literária da Morada do Sol teve início no Teatro Municipal na última quarta (6) e segue até este domingo (10), com programação gratuita.

Bernadete Passos, diretora da FliSol e do Instituto Colibri, comandou a solenidade de abertura, recebendo o patrono da FliSol, o escritor araraquarense e “imortal” da Academia Brasileira de Letras, Ignácio de Loyola Brandão, e a secretária municipal da Cultura, Teresa Telarolli. Também, a escritora homenageada desta edição, Djamila Ribeiro, compareceu ao evento, causando grande surpresa e emoção ao público presente.

A diretora agradeceu a todos os parceiros que colaboraram na produção da FliSol 2024 e lembrou que “a Festa tem um papel fundamental de divulgar e incentivar a leitura e a produção dos escritores do interior, assim como formar leitores”.

Teresa Telarolli agradeceu aos presentes, “porque é sempre muito tocante, motivador para quem trabalha com cultura e arte, ver uma casa cheia prestigiando, em busca de ouvir e conviver com cultura e literatura que, normalmente, não tem o mesmo apelo de outras artes. Eu agradeço demais, pois o que nos motiva a fazer na vida, ganha um sentido renovado quando temos esse tipo de resposta da comunidade e do público”.

Djamila Ribeiro ficou tocada em ser homenageada pela FliSol nesta edição e disse que é a primeira vez que é homenageada em uma feira literária. “É uma honra imensa estar aqui na sua terra”, disse referindo-se a Ignácio. “É um dos maiores reconhecimentos que podemos ter na vida: receber esse carinho. É a primeira vez na minha trajetória que eu sou homenageada por uma feira literária, então isso tem ainda mais um valor especial, por ser aqui em Araraquara, essa terra, a Morada do Sol, que tem esse filho ilustre que é o Ignácio de Loyola Brandão. Toda minha gratidão a essa cidade que me acolheu de maneira tão amorosa e tão carinhosa”.

No palco do teatro, Ignácio – acompanhado por Ludmila – ouviu uma homenagem a ele, com leitura da professora de Literatura, Silvana Santoro, enquanto um vídeo apresentou o circuito “Caminhos de Loyola”. Antes também, a EMD – Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira apresentou a coreografia “Bravun de Elegbara”.

Ignácio disse: “comecei minha vida em Araraquara e, de alguma maneira, estou terminando minha vida em Araraquara” e contou que está fechando seu novo romance, “Risco de Queda”. “Eu cheguei nessa idade, porque não morri”, disse arrancando risos da plateia. “Outro dia, eu tive a melhor definição de idoso e velho e, com isso, eu concluo: velho tem saudade, idoso tem projetos. Eu tenho projetos”.

A Música e a Literatura

A mesa literária “A Música e a Literatura”, com Nando Reis, contou com a medição do Prof. Dr. Alexandre Campos, Professor Assistente Doutor na UNESP – FCL de Araraquara.

Em um papo descontraído, Nando Reis contou sua trajetória na música, com o viés da literatura e da poesia e também lançou o livro “Pré-Sal”. “Este livro é um caderno de ilustração feito de forma displicente a partir da música ‘Pré-Sal’, uma canção longa, exótica, bastante enigmática e de reminiscências”, disse referindo-se à canção “imagética” do disco Sei, de 2012.

O livro reúne desenhos, colagens, fotos, ilustrações e fragmentos de memória que transporta à sua infância e juventude. Os registros foram feitos em uma caderneta com caneta hidrográfica, nanquim, grafite, crayon, lápis de cera, lápis aquarela, guache, Ecoline, além de papéis e fotografias. “Sempre gostei de desenhar, mas sem a menor pretensão”. Vale lembrar que, antes de “Pré-Sal”, Nando lançou o livro “Meu Pequeno São-Paulino” (2009), que faz uma viagem pela sua infância, pelos grandes ídolos e títulos do seu time de coração.

No início da conversa, Nando confessou: “eu me sinto até um pouco constrangido por estar sentado aqui para falar de literatura, diante de Ignácio de Loyola Brandão e Djamila Ribeiro, porque afinal de contas a minha área tangencia a literatura, já que meu trabalho e ofício é a música e eu sou um compositor”.

No fim do bate-papo, em uma interação com Nando Reis, Ignácio de Loyola que estava na plateia, disse “eu consigo escrever um livro de 500 páginas, mas não consigo escrever 20 linhas de uma canção. É lindíssimo escrever canção, é lindíssimo escrever música… tenho uma inveja imensa!”, afirmou o imortal, sendo ovacionado pelo público.

Redação

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