sexta-feira, 22, novembro, 2024

O governo do Dr. Michel Temer

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Luís Carlos Bedran

Luís Carlos Bedran                          

 

Quando o Dr. Michel Temer assumiu a Presidência da República em 2016, após o impeachment de sua antecessora, por sua história como advogado, professor e político, causou-me uma expectativa muito grande de que o País, enfim, iria entrar nos eixos depois do caos deixado pelo poder político anterior.

Porque foi um dos primeiros colegas que conheci quando assumi o cargo de Procurador do Estado de São Paulo em 1978, ele que trabalhava numa importante área da Procuradoria e orientou os recém ingressados no concurso sobre sua função.

Depois ele foi nomeado Procurador Geral do Estado em 1983 e logo no ano seguinte, Secretário da Segurança Pública. Ingressou na política, eleito deputado federal (até constituinte) várias vezes, apresentando inúmeros projetos importantes que foram aprovados. Duas vezes vice-presidente da República e até o fim deste ano, presidente.

Seu longo e alentado currículo não caberia nesta página. Escrevi um artigo, três meses antes das eleições deste ano, dizendo que dificilmente sua administração conseguiria se recuperar, ante os inúmeros problemas que teve de enfrentar e até denúncias.

E disse mais: que nos últimos dois anos conseguiu alavancar a economia, depauperada pelo governo anterior e realizou uma série de medidas positivas de grande impacto social, como a diminuição da inflação e a dos juros, apesar da alta do dólar face ao aumento dos juros nos EUA.

Teve de enfrentar o grande movimento dos caminhoneiros, coisa inédita no País, ônibus foram queimados, greves de policiais no Rio de Janeiro, quadrilhas organizadas, obrigando seu governo a intervir naquele Estado.

Como se não bastasse, conseguiu aprovar o teto dos gastos públicos, bem como a reforma do Ensino Médio; sancionou a nova lei trabalhista, o desemprego diminuiu. Continua a enfrentar a crise da entrada dos venezuelanos no País, obrigando-o novamente a decretar intervenção federal, desta vez em Rondônia. E, por uma série de circunstâncias, não conseguiu levar adiante a necessária e fundamental Reforma da Previdência Social.

Como ex-presidente perderá o foro privilegiado e se defenderá das denúncias que lhe foram apontadas, mas espero que conseguirá explicá-las a contento. A rejeição ao seu governo diminuiu consideravelmente pelo otimismo que se observa com a eleição do capitão-deputado Bolsonaro, até mesmo entre aqueles que neste nãovotaram, consequência da rejeição popular aos políticos tradicionais, que, aliás, é uma tendência mundial.

É evidente que nem todos concordam que seu governo conseguiu fazer muito para os brasileiros nesses dois anos e meio. Mas, justiça seja-lhe feita. Apesar das imensas pressões que recebeu nesse pequeno período, das denúncias a alguns de seus ministros, numa rápida formação de seu ministério, após o impeachment, a História irá reconhecer que fez o que pode para o bem do País. Sua postura como Presidente da República, honrou a liturgia do cargo.

Como afirmou recentemente, “seu governo assumiu em momento de grave crise econômica; implementamos ampla agenda de reformas que está modernizando nosso País. E que cumpriu sua missão”.

Rendo aqui minhas homenagens ao Dr. Michel Temer, paulista de Tietê, meu ilustre colega advogado e Procurador do Estado.

Redação

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