quinta-feira, 21, novembro, 2024

Painel Político de segunda-feira, 28 de outubro

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Colaboração de Hamilton Mendes

Em compasso de espera

A crise do PSL que dividiu a agremiação literalmente em duas, cria muita expectativa entre filiados e simpatizantes do partido do presidente Bolsonaro em Araraquara. E não apenas de bolsonaristas. Muita gente ligada ao grupo de Luciano Bivar também está em compasso de espera, especialmente porque é bastante provável, e porque não dizer, já esperada, a destituição da atual direção do PSL local. E como adiantado pela coluna na última semana, o desfecho da crise já teria até data: dia 1º de novembro. Se nada de novo acontecer até lá, o deputado Júnior Bozella deve ser anunciado como novo presidente da Executiva estadual do partido no lugar de Eduardo Bolsonaro. Confirmado no posto, Bozella deve destituir Rodrigo Ribeiro em Araraquara, reconduzindo ao comando do partido na cidade seu assessor, e homem de confiança, Marcos Custódio.

Jogo de cena

A propalada notícia divulgada pela grande imprensa nos últimos dias, dando conta de que a deputada Joice Hasselmann e o senador Major Olímpio protocolaram no PSL nacional o pedido de destituição de Eduardo Bolsonaro da presidência estadual da legenda em São Paulo, além de pedirem sua expulsão do partido, é na verdade um grande jogo de cena. Nos bastidores sabe-se que Eduardo já está destituído desde a segunda-feira (14). A retaliação também teria alcançado alguns homens de sua confiança em São Paulo, como o deputado Douglas Garcia, que estaria suspenso de suas funções partidárias e não pode se manifestar em nome do partido. O presidente do PSL local, Rodrigo Ribeiro, é assessor de Garcia e espera há dias o desfecho do caso.

Expulsão pode antecipar movimentos

A divulgação do pedido de Joice e Olímpio “oficializa” em público o que já é realidade do seio do partido. Ou seja: está dada a deixa para que a Executiva Nacional do PSL anuncie nas próximas horas a destituição de Eduardo Bolsonaro do comando da agremiação em São Paulo. Sai ele, e saem todos os homens e mulheres ligados ao Movimento Conservador, antigo Direita São Paulo. O caso a se aguardar com expectativa aí é um só: Eduardo será expulso, ou não? Se for, abre-se uma brecha enorme por onde podem passar todos os bolsonaristas insatisfeitos com o grupo de Bivar. Ou seja: a porta do partido estaria aberta para todos saírem sem risco de perderem os mandatos.

Nada como o tempo…

Se hoje estão juntos e irmanados, Joice e o Major Olímpio bateram de frente na campanha eleitoral de 2018. A deputada apoiou a campanha de João Dória ao governo do estado, e foi uma das artífices da campanha BolsoDória. Já Olímpio subiu no palanque do ex-governador Márcio França, mobilizou boa parte da PM em todo o estado em apoio ao seu candidato e bateu forte no atual governador durante todo o processo eleitoral. Ao final do embate, o PSL de São Paulo atravessou sua primeira crise, e ela atendia pelos nomes de Joice Hasselmann e Major Olímpio. Os dois bastante próximos do então presidente eleito Jair Bolsonaro. Na época a deputada queria o comando do partido em São Paulo, mas não conseguiu. O relógio do tempo andou, muita água passou por debaixo da ponte, e hoje Joice e Olímpio navegam no mesmo barco e falam a mesma língua. Os dois contra os Bolsonaro.

Prefeitura e Governo

Na refrega entre os Bolsonaro e o presidente do PSL, Luciano Bivar, Olímpio e Joice se bandearam para o lado do deputado pernambucano, cerraram fileira e declararam guerra ao clã. É público o desejo de Joice de disputar a prefeitura de São Paulo em 2010, e de Olímpio em disputar o governo do estado em 2022. Sem papas na língua, o presidente já havia declarado não ser simpático aos nomes, e afirmou o desejo de indicar ele, os nomes para as disputas. O clima esquentou.

A tese de Eduardo

Segundo Eduardo Bolsonaro, que apesar de ter conseguido a liderança do PSL na Câmara dos deputados deve amargar a destituição em São Paulo até o começo de novembro, o que Joice e Olímpio querem é, ao lado de Bivar, terem o controle de boa parte do fundo eleitoral e ratificarem suas candidaturas à Prefeitura da capital (2020) e ao Governo do estado (2022), respectivamente. De outro lado, os dois acusam Eduardo e os irmãos de influenciarem o pai e atrapalharem o bom funcionamento das instituições. Antes do tsunami Bolsonaro (e ele foi muito importante para o crescimento da agremiação) o PSL era partido nanico, e de aluguel. Hoje é um gigante, com a maior fatia do fundo eleitoral entre os partidos e 53 deputados. Pelo andar da carruagem, Bolsonaro não parece tão importante agora.

Força nos bastidores

Apesar de nada declarar e não aparecer em público comentando assuntos relativos aos bastidores da política nacional, um araraquarense se move com desenvoltura pelos bastidores da República, e com força política e influência suficientes para alterar rumos e propor novas situações aos envolvidos: é o prefeito, Marcelo Barbieri. Figurão do MDB desde os tempos do antigo PMDB (ele foi filiado ao também antigo MDB, mas ainda não era figurão), Barbieri é um dos grandes nomes da articulação política do partido em Brasília, com trânsito fácil e livre no Congresso Nacional.

Um pouco de cérebro

Homem de confiança do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, Marcelo é um dos principais interlocutores do partido em Brasília. Experiente na articulação política e conhecedor dos atalhos do poder, o araraquarense já ocupou o posto em governos anteriores – inclusive dentro do Palácio do Planalto -, respondendo pela negociação com deputados e senadores e costurando alianças. Privando de excelentes relações com lideranças políticas de norte a sul do País, Barbieri desenvolve ações nos bastidores buscando aproximar líderes e parlamentares brigões, muitos deles noviços na arte da política e ainda acostumados a agirem com o fígado. Barbieri tem boas relações dos dois lados, e o MDB é visto conversando com todos, o tempo todo. Um pouco de cérebro nesses momentos de conflito faz toda a diferença.

Ex-prefeito é condenado em Ação do MP

O ex-prefeito de Ibitinga Florisvaldo Antônio Fiorentino (PSDB) foi condenado pela prática de ato de improbidade administrativa, no último dia 27 de setembro, com a suspensão dos direitos políticos por 3 anos. A justiça determinou o valor da ação em R$ 200 mil. Fiorentino e outros dois acusados de uso irregular do cargo de comissão, estão proibidos se contratar ou receber benefícios do Poder Público por 3 anos, e devem pagar multa no valor de 10 vezes a última remuneração de cargo público; além de um pagamento, por danos morais, igual a 12 vezes os valores recebidos pelos outros dois homens, arrolados na ação, no cargo comissionado. A ação foi protocolada pelo MP depois da denúncia de que o prefeito teria prometido dois cargos em comissão durante a campanha eleitoral de 2012. Um áudio, narrando uma suposta conversa entre os acusados, tratando sobre o assunto alvo de discussão no processo, foi juntado nos autos. A decisão cabe recurso no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Redação

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