A Coordenadoria Executiva de Políticas Para Mulheres (CEPPM), no âmbito das ações educativas voltadas para a equidade de gênero e empoderamento feminino, estabeleceu uma parceria com a Unesp para desenvolver um projeto de educação científica e de gênero denominado “Meninas ComCiência”, que busca incentivar o protagonismo das adolescentes em relação às decisões sobre seu futuro, valorizar a participação das mulheres na ciência e atrair meninas para as carreiras científicas.
O projeto é coordenado pelas professoras Drª Claudete de Sousa Nogueira, Drª Eva Aparecida da Silva, da Faculdade de Ciências e Letras (FCLAr/UNESP) e pela coordenadora de Políticas para Mulheres, Grasiela Lima, que também é doutora em sociologia.
Durante esse semestre foram realizadas atividades de pesquisa com objetivo de apreender as percepções e representações das alunas do ensino médio acerca da ciência, da pesquisa científica e das carreiras acadêmicas.Trata-se de uma pesquisa-ação e, nesse sentido, também está sendo desenvolvida uma disciplina eletiva na Escola Estadual Joaquim Pinto Machado Filho, sob a coordenação das professoras Talita Catini e Cristiane Jesus Nascimento.
Assim, como ação de intervenção, foram realizadas no decorrer do semestre atividades de formação para a construção de conhecimentos acerca da ciência, da pesquisa científica, da universidade como centro de pesquisa, das políticas de acesso à universidade pública e gratuita, da questão de gênero interseccionada à de classe e de raça, e do lugar das mulheres nas ciências (exatas, humanas/sociais, naturais e tecnológicas).
Na última sexta-feira (2), as 40 alunas da disciplina eletiva fizeram uma visita monitorada às quatro unidades da Unesp em Araraquara – as Faculdades de Odontologia, Farmácia, Ciências e Letras e o Instituto de Química -, onde puderam conhecer os laboratórios, as pesquisadoras e as pesquisas que desenvolvem, assim como os espaços da biblioteca da FCLAr e o Centro Cultural Professores Waldemar e Heleieth Saffioti, Chácara Sapucaia. Nas conversas com as pesquisadoras, as alunas dialogaram sobre as pesquisas em desenvolvimento, as publicações, os congressos, os projetos de extensão à comunidade e os desafios da vida acadêmica.
Grasiela Lima valorizou a oportunidade oferecida pelo projeto. “Trata-se de uma excelente oportunidade para as meninas do ensino médio, principalmente para que tenham contato com o ambiente da pesquisa acadêmica, como aconteceu na última sexta-feira. As 40 alunas da disciplina eletiva ‘Meninas Consciência’ da Escola Estadual Professor Joaquim Pinto Machado Junior tiveram importantes conversas com professoras e alunas das quatro faculdades da Unesp de Araraquara, que esclareceram suas dúvidas em relação ao mundo da ciência, ampliando assim seus conhecimentos e horizontes de atuação profissional. Como todo trabalho desenvolvido no projeto articula questões relacionadas à ciência e gênero, o objetivo também é mostrar às meninas que fazer ou não fazer ciência é uma escolha que cabe a elas, contudo as atividades desenvolvidas buscam destacar que o campo de atuação nas ciências, sejam elas exatas, humanas, biológicas ou tecnológicas, é bastante amplo, com inúmeras possibilidades e que o ensino superior e a pesquisa estão ao alcance delas”, destacou.
O Diretor da FCLAr, Jean Cristtus Portela, falou sobre a importância da iniciativa. “O ‘Projeto Meninas ComCiência’ desenvolve ações importantes para diminuir a desigualdade de gênero e de raça na universidade, na escola e no mercado de trabalho, na medida em que mostra a jovens estudantes que a universidade é um lugar diverso e acolhedor para se desenvolver pessoal e profissionalmente. A ideia das organizadoras do projeto é despertar vocações profissionais e científicas, mostrando às jovens que elas são capazes e podem abraçar a carreira que desejarem. Apresentar as instalações físicas, os projetos e as carreiras dos diferentes cursos da Unesp de Araraquara conecta as estudantes à nossa comunidade e as estimula a pleitear o ingresso nas carreiras universitárias”, opinou.
Julia Gomes Henrique, aluna de ensino médio e bolsista da pesquisa, também comentou sobre o projeto. “Todos sabemos ou deveríamos saber como a ciência é importante e como ela tem um impacto em nossas vidas. O projeto é uma oportunidade onde os jovens do ensino médio conseguem ser apresentados a essa vivência no meio científico, onde novas experiências são descobertas fora do contexto apenas escolar, bibliografias novas são apresentadas e um novo meio de produção de conhecimento também. Como estudante do ensino médio, estou tendo novas oportunidades para compreender o conhecimento acadêmico sobre outras visões, estou expandindo minha visão sobre o mundo científico e sendo apresentada ao que é fazer ciência”, revelou.