quinta-feira, 19, setembro, 2024

Paulinho dá arrego

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O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, assinou nessa quinta-feira (11) manifesto em favor da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deputado pelo Solidariedade, Paulinho votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, mas procurou Lula em busca de apoio no Congresso Nacional para discussão da reforma trabalhista. No fim do ano, os dois conversaram ao telefone e deverão se encontrar ainda neste trimestre. “Se quiserem tirar o Lula, tem que ser na eleição, no voto. Não no tapetão”, disse Paulinho. O abaixo-assinado é feito em razão do julgamento de Lula pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal), em Porto Alegre, marcado para dia 24. Se o colegiado confirmar a condenação no caso do tríplex de Guarujá, o ex-presidente pode se tornar inelegível. O secretário-geral da Unasul e ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper, também assinou manifesto pelo direito de Lula concorrer. Em maio de 2016, Samper provocou reação do governo Temer ao questionar publicamente a legalidade do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, afirmando que o processo expunha o Brasil à aplicação de cláusula democrática da Unasul. Ministro das Relações Exteriores à época, o ex-governador José Serra afirmou que os argumentos de Samper eram errôneos e deixavam “transparecer juízos de valor infundados e preconceitos contra o Estado brasileiro e seus poderes constituídos”.

Bolsonaro bravo

Afirmando que só abandona a sua candidatura à Presidência da República se for morto ou tirado “na covardia”, Jair Bolsonaro (PSC-RJ) publicou em suas redes sociais a primeira manifestação de viva voz sobre reportagens da Folha que relataram o patrimônio dele e dos filhos parlamentares, além do recebimento de auxílio-moradia mesmo tendo apartamento próprio em Brasília. “Só em duas situações eu posso não estar neste ano no debate presidencial: se me tirarem na covardia por um processo qualquer, na covardia, (…) ou se me matarem. Não to preocupado com isso. Se me matarem vão ter que me enterrar, vão arranjar outro Celso Daniel [prefeito petista, assassinado em 2002].” Em um vídeo de 11min39s postado no final da noite desta quarta-feira (10), Bolsonaro afirmou estar propenso a vender seu apartamento na capital federal e passar a ocupar um imóvel funcional da Câmara e acusou a Folha de ser um jornal “canalha”.

PPC nas eleições

O desembargador aposentado Wálter Maierovitch, que se dedica a estudar a ação de organizações criminosas, afirma que o fortalecimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) e o aumento de conflitos entre as gangues podem ter impacto no resultado das eleições deste ano.

Maierovitch explicou em entrevista à ‘BBC’ que o PCC – maior facção do Brasil – ainda não alcançou a importância econômico de antigos grupos mafiosos italianos ou de cartéis colombianos e marroquinos, mas vem expandido a sua atuação e tem força suficiente para influenciar as próximas eleições.

O especialista cita que há relatos de que o grupo paulista patrocine eventos de igrejas na periferia de São Paulo.

De acordo com ele, facções criminosas costumam se infiltrar no poder político para fazer acordos que reduzam a repressão policial, o que, segundo ele, já acontece na periferia da capital paulista. “A polícia não vai à periferia, onde o PCC atua livre, leve e solto. Há uma lei do silêncio na periferia de São Paulo”, explicou. Em nota ao site, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo contestou a afirmação.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Sérgio Etchegoyen, já demonstraram essa preocupação.

Redação

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