Preço da cesta básica cai 1,8% em outubro

Os três grandes grupos avaliados pela pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio apresentaram queda de preço em Araraquara

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O valor médio da cesta básica em Araraquara caiu 1,18% em outubro, segundo a pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. No mês, o preço médio registrado foi de R$ 1.031,86, um barateamento de R$ 12,30 na comparação com setembro, quando o preço da cesta analisada foi de R$ 1.044,15.

Os três grandes grupos avaliados apresentaram queda de preço no período: 1) alimentação, que possui maior peso no custo total da cesta, apresentou variação negativa de 1,03%, ou queda de R$ 8,80 no preço médio; 2) limpeza doméstica diminuiu 1,34%, ou barateamento de R$ 0,92; 3) e higiene pessoal, que deflacionou 2,11%, ou queda de R$ 2,58.

Os principais aumentos percentuais foram:

1) cebola (18,2%); 2) batata (10,5%); 3) farinha de trigo (5,4%); 4) margarina vegetal (5,2%) e 5) linguiça fresca (4,3%). E os produtos com maior decréscimo percentual foram: 1) queijo muçarela (-12,7%); 2) alho (-11,8%); 3) farinha de mandioca torrada (-10,7%); 4) frango resfriado inteiro (-7,1%); 5) desodorante spray (-6,5%).

Em termos monetários, a carne de primeira – contrafilé foi o item responsável pelo maior aumento no custo médio da cesta, provocando o acréscimo de R$ 3,90, em razão do aumento de R$ 1,30/kg. Na outra ponta, o item que mais aliviou o bolso dos consumidores foi o frango resfriado inteiro, com um decréscimo de R$ 4,16 no custo da cesta analisada, em razão da diminuição de R$ 0,83/kg.

“Entre as quedas de outubro, o maior destaque foi o frango resfriado inteiro, com resultado que pode ser proveniente do impacto das restrições nas exportações, sobretudo pela manutenção da suspensão das compras pela China, importante destino do produto brasileiro. Esse cenário reduziu a demanda externa e ampliou a oferta no mercado doméstico, o que pode ter pressionado os preços internos, segundo análise do Cepea/Esalq-USP”, explica Bruno Camacho, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio.

O arroz branco também foi responsável por diminuir o preço do grupo da alimentação, apresentando queda nas cotações em outubro de 2025. O Indicador CEPEA/IRGA-RS recuou 6,19% no mês, refletindo um mercado com baixa liquidez e preços abaixo dos custos de produção, o que desmotivou os produtores, levando alguns a reduzir a área de plantio ou migrar para culturas mais rentáveis.

As indústrias também limitaram as compras, com dificuldade de repassar custos ao consumidor, enquanto as exportações seguiram enfraquecidas, mesmo com leve valorização do dólar. Esse conjunto de fatores manteve as cotações do arroz pressionadas, especialmente no Rio Grande do Sul, principal estado produtor.

Já o item responsável pelo maior aumento monetário no período, a carne de primeira – contrafilé, teve alta mesmo com o avanço moderado do boi gordo em outubro de 2025. “Enquanto os contratos antecipados entre frigoríficos e confinadores limitaram a alta do boi no mercado interno, a forte demanda externa e a redução da oferta doméstica pressionaram os preços da carne para cima”, detalha Bruno.

Assim, o Indicador CEPEA/ESALQ (São Paulo) registrou leve valorização, e o atacado da Grande São Paulo apresentou aumento de cerca de 6% no preço da carne bovina, reflexo direto das exportações recordes e da maior competitividade externa.

Inflação

No acumulado de janeiro a outubro de 2025, a cesta básica encareceu R$ 0,44 – o que corresponde a 0,04% de aumento. Dois dos grandes grupos tiveram seus preços incrementados. Enquanto os itens de alimentação reduziram 3,58%, o equivalente a R$ 31,35, o grupo de higiene pessoal obteve inflação de 4,70% ou R$ 5,38, e os produtos de limpeza doméstica registraram aumento de 0,51%, ou R$ 0,34.

Com relação aos produtos, 20 dos 32 itens apresentaram encarecimento entre os meses de janeiro e outubro de 2025. Os itens com maior alta acumulada foram: 1) café torrado e moído (82,46%); 2) creme dental (39,42%); 3) desodorante spray (28,36%); 4) extrato de tomate (25,58%); 5) molho de tomate (13,86%). Já as maiores reduções foram: 1) cebola (-72,4%); 2) batata (-44,71%); 3) feijão carioca (-16,38%); 4) farinha de trigo (-14,52%); 5) sabão em barra (-10,94%).

A variação acumulada em 12 meses foi de 6,43%, ou seja, encarecimento de R$ 62,30. Sobre grupos, o de alimentação registrou inflação de 6,31%, equivalente a R$ 50,16, o de higiene pessoal aumentou 8,51%, ou R$ 9,41, e os produtos de limpeza doméstica ficaram 4,23% ou R$ 2,73 mais caros.

Entre os produtos, 19 dos 32 oscilaram em direção ascendente – o que corresponde a 59,3% dos itens que compõem a cesta básica analisada. No acumulado de novembro de 2024 a outubro de 2025, destacam-se entre os maiores aumentos: 1) café torrado e moído (59,28%), 2) margarina vegetal (23,21%), 3) óleo de soja (19,94%), 4) sabão em barra (18,25%) e 5) creme dental (17,24%). Já os produtos com as maiores reduções percentuais foram: 1) batata (-49,5%), 2) cebola (-42,23%), 3) alho (-25,81%), 4) arroz branco (-22,3%) e 5) queijo muçarela – peça (-18,77%).

Salário-mínimo

O custo médio da cesta básica em Araraquara representa até o mês de outubro de 2025 cerca de 68,0% do salário-mínimo. O valor está aproximadamente 0,7 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, isto é, em outubro de 2024, quando o valor da cesta básica representava 68,7% do salário-mínimo vigente à época. Em outubro de 2023 e 2022, a cesta básica custava, em média, R$ 888,41 e R$ 948,29, representando, respectivamente, 67,3% e 78,2% do salário-mínimo do araraquarense.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, para um trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.518,00, ficou em 149 horas e 32 minutos, aproximadamente. Essa jornada é inferior ao mês anterior, setembro de 2025, quando eram necessárias 151 horas e 19 minutos de trabalho para consumir a mesma quantidade de produtos.

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