Na próxima terça-feira, 13 de maio, Araraquara realiza a cerimônia do Prêmio André Braz 2025, que homenageia dez homens negros – pretos e pardos – com trajetórias de destaque na luta por justiça social, igualdade racial e valorização da cultura afro-brasileira. O evento será às 18h30, na Casa SP Afro Brasil “Oswaldo da Silva Bogé”, com entrada gratuita e aberta ao público em geral.
Nesta edição, serão premiados: Morfy Bomani, Carmo Bonifácio, Claudio Sebastião Jesuíno Alexandre, José Roberto Ribeiro, Luiz Geraldo Vaz, Nildão Soares, Flávio Eduardo Luiz, Ricardo Martins, Sebastião Benedito Laurindo (Thiana), e Ogan Valmir Silva.
A data da premiação, o 13 de maio é lembrado, em muitas comunidades, como o Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo, e não apenas como marco da abolição da escravatura. É um momento de visibilidade à luta antirracista e de reconhecimento das lideranças negras que constroem, todos os dias, uma sociedade mais justa.
A escolha do mês de maio para a cerimônia também se deve à data de nascimento do Pércio Damázio, antigo morador da Vila Xavier, que nasceu em 1º de maio de 1928. Pércio Damázio é patrono do Prêmio André Braz e é reconhecido pelo movimento negro como um grande entusiasta e incentivador da cultura negra araraquarense.
O prêmio é uma política pública participativa, em que representantes da sociedade civil – como entidades, conselhos, comerciantes e cidadãos – enviam indicações de nomes que se destacam em suas áreas de atuação. A seleção final é feita por integrantes do Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo (Comcedir), com apoio técnico da Subsecretaria Executiva de Políticas Étnico-Raciais, que realiza o mapeamento étnico-social de Araraquara.
Mais que uma homenagem, o prêmio é um instrumento de reconhecimento institucional à luta contra o racismo, valorizando trajetórias que atuam em múltiplas frentes: arte, esporte, educação, espiritualidade, política e movimentos sociais. O nome do prêmio é uma homenagem ao ativista André Luis Braz, mestre de bateria e liderança cultural, falecido em 2015. André foi idealizador da Associação dos Amigos Afrodescendentes de Araraquara e Região (ACAAAR) e responsável por eventos históricos do calendário da Consciência Negra na cidade, como a Comunidade do Samba ao Brilho da Luz de Vela e a Copa Zumbi dos Palmares.
A memória de André Braz segue viva nas políticas que ajudam a transformar a cidade. E neste 13 de maio, mais uma vez, Araraquara reafirma seu compromisso com a inclusão racial e o reconhecimento das lideranças negras que fazem a diferença todos os dias.
A Casa SP Afro Brasil “Oswaldo da Silva – Bogé” está localizada na Av. Paulo da Silveira Ferraz, n° 1195, na Vila Xavier.
Confira os homenageados do Prêmio André Braz 2025:
- Morfy Bomani – Jornalista e arte-educador, com atuação marcante no hip hop, juventude negra e segurança alimentar dos povos tradicionais. Apresenta programa semanal na web rádio Salve Quebrada.
- Carmo Bonifácio – Aos 73 anos, é um dos nomes mais respeitados da comunidade negra da cidade. Referência de memória viva e resistência, mantém vínculos com os movimentos sociais locais.
- Claudio Sebastião Jesuíno Alexandre – Ferroviário aposentado, empreendedor e fundador do Grupo Teatral Gana, superou o racismo estrutural e abriu caminhos para profissionais negros em Araraquara.
- José Roberto Ribeiro – Economista, escritor e professor, atuou no legislativo e no movimento negro. Idealizador do Museu Virtual da Comunidade Negra, também luta contra o racismo religioso.
- Luiz Geraldo Vaz – Docente da Unesp, referência em projetos voltados a quilombolas e estudantes afrodescendentes. Atua pela equidade racial na ciência e na academia.
- Nildão Soares – Mestre de artes marciais e fundador do projeto “Comunidade Ativa”. Há mais de 30 anos, oferece aulas gratuitas para jovens da periferia, unindo esporte e cidadania.
- Flávio Eduardo Luiz – Bailarino, coreógrafo e voluntário. Seu trabalho conecta arte e saúde para promover bem-estar, especialmente entre crianças e populações vulneráveis.
- Ricardo Martins – Professor e historiador, é militante do movimento negro e atua na formação de professores. Defensor da obrigatoriedade do ensino da história afro-brasileira.
- Sebastião Benedito Laurindo (Thiana) – Eletricista e ex-jogador amador, formou e empregou diversos jovens negros. É conhecido por incentivar o esporte e a autoestima negra.
- Ogan Valmir Silva – Percussionista e ogã, há 21 anos atua nas religiões de matriz africana ao lado de Mãe Rita. É reconhecido por seu compromisso espiritual e cultural com a cidade.
SERVIÇO
Prêmio André Braz 2025 – Cerimônia de entrega
Data: 13 de maio (terça-feira)
Horário: 18h30
Local: Casa SP Afro Brasil Oswaldo da Silva – Bogé (Av. Paulo da Silveira Ferraz, n° 1195 – Vila Xavier)
Entrada gratuita
Foto: Arquivo