Restrição do foro
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski votou ontem (2) a favor da restrição ao foro por prorrogativa de função, conhecido como foro privilegiado, para deputados e senadores. Dez ministros já votaram, todos a favor da restrição do foro, mas falta o voto de Gilmar Mendes para o encerramento do julgamento, que foi suspenso e será retomado hoje (3).
Apesar de 10 ministros terem votado a favor da restrição do foro privilegiado, há divergências em relação ao marco temporal. Com o voto de Lewandowski, há maioria de 7 votos a 3 favor do entendimento de que os parlamentares só podem responder a um processo na Corte se as infrações penais ocorreram em razão da função e cometidas durante o mandato. Caso contrário, os processos deverão ser remetidos para a primeira instância da Justiça.
Temer hostilizado
O presidente Michel Temer disse “não ter se incomodado” com as hostilizações das quais foi alvo na terça-feira (1º) ao visitar o local onde um prédio desabou no centro de São Paulo. “Eu não me incomodo com isso, o importante era o gesto de autoridade. Você é presidente da República, num caso como esse, convenhamos, uma tragédia das mais dramáticas, e com gente naturalmente muito carente, muito pobre. Eu estando em São Paulo e não comparecer lá, seria objeto de críticas”, disse. Dilma chegou tarde em Mariana e Temer também no incêndio, além de não fazerem nada de maneira preventiva.
Maggi na panela
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ofereceu ontem (2) denúncia por corrupção contra o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, por participação em um esquema de venda de vagas no Tribunal de Contas do Mato Grosso (TCE-MT) em 2009, quando ele era governador do estado.
A denúncia é resultante da Operação Ararath, iniciada em 2013 para apurar a atuação de “bancos de propina” clandestinos no Mato Grosso, bem como a existência de organização criminosa no alto escalão dos poderes Executivo e Legislativo do estado. A operação resultou na abertura de mais de 50 inquéritos policiais.
Perigo
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), é quem julgará a reclamação com a qual a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende retirar do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, a ação penal sobre o sítio em Atibaia (SP).
A reclamação foi autuada no sistema do STF nessa quarta-feira (2), e Toffoli foi escolhido relator por prevenção, por ter sido autor do voto vencedor no julgamento da semana passada em que a Segunda Turma da Corte decidiu retirar das mãos de Moro as citações a Lula nas delações premiadas de executivos da empresa Odebrecht. O material foi enviado para a Justiça Federal de São Paulo.