Saúde mental materna é foco do Maio Furta-Cor na Gota de Leite

Ações de apoio e conscientização são trabalhadas na Maternidade não apenas durante o mês, mas o ano todo

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O Maio Furta-Cor, campanha de sensibilização e promoção da saúde mental materna, foi oficialmente integrado ao calendário de eventos do município de Araraquara por meio da lei n° 10.613, de 13 de outubro de 2022, de autoria do subsecretário de Promoção de Direitos Humanos João Clemente, que na época era vereador. A campanha tem alcance nacional, mas na FunGota ela acontece há anos, oferecendo continuamente medidas de promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde mental materna durante todo o ciclo gravídico-puerperal, que abrange a gravidez, o parto e o puerpério.

Entre os desafios que envolvem essa fase, estão as mudanças físicas, hormonais, sociais e emocionais, e como lidar com elas. Para Ticiana Tortorelli, psicóloga perinatal e coordenadora da equipe multiprofissional da maternidade Gota de Leite, as ações devem ir além do atendimento psicológico. Para a profissional, a saúde mental materna tem impacto até mesmo nas crianças. “Pode representar um indicador significativo do desenvolvimento do bebê, especialmente nos primeiros anos de vida”.

No ano de 2025, a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania se engajou na campanha do Maio Furta-Cor – além de eventos na Casa da Mulher Paulista e no Centro de Referência da Mulher, a secretária da pasta, Jéssyca Alencar, e a psicóloga Aline Freitas visitaram a Gota de Leite nesta sexta-feira (16), para fortalecer a parceria. “É muito importante conscientizarmos as gestantes, puérperas e mães de que elas possuem apoio. Queremos mostrar para essas mães que nós estamos juntos com a equipe multiprofissional e psicoterapêutica da Gota de Leite para apoiá-las em tudo o que elas precisarem”. E reafirma seu compromisso com a causa: “Nós reconhecemos a importância de sempre estarmos ativos nas políticas públicas voltadas para as mulheres e, no caso de hoje, para as mamães”.

Atendimento humanizado com foco no bem-estar físico e mental

Desde sua reinauguração, em março de 2012, a Gota oferece diversas ações e estratégias promotoras de saúde mental materna, que impactam direta ou indiretamente não apenas a gestante e a puérpera, mas também a criança e seu núcleo familiar. Conheça algumas delas:

Programa Saúde mental materna da recém-mamãe: criado 2019, consiste na visita de um psicólogo para conversar com a mulher que acabou de dar à luz, procurando acolher suas emoções, ansiedades, expectativas no momento, bem como sua percepção sobre como foi a experiência do parto. É um momento que pode revelar sinais de melancolia puerperal ou depressão pós-parto, por exemplo, possibilitando assim uma eventual intervenção.

Visita das gestantes: são encontros em grupo na maternidade, realizados a cada 15 dias. Na ocasião, as gestantes podem conhecer as instalações físicas da maternidade e se familiarizar com o ambiente onde terão seus bebês, bem como tirar dúvidas com a equipe multidisciplinar e a enfermeira obstetra ou obstetriz.

Atendimento da equipe de apoio: psicólogo, assistente social e fisioterapeuta fazem um trabalho em rede, acolhendo tanto a gestante – preparando essas mulheres para o parto -, quanto a puérpera, apoiando suas demandas. A psicóloga dessa equipe realiza, ainda, atendimento para pais e mãe que passaram por perdas gestacionais ou neonatais.

Acolhimento pós-alta hospitalar: a equipe de apoio realiza acolhimento à mulher em casos delicados e críticos, como em abortos e sangramentos, após a alta hospitalar. Por meio de contato telefônico, a equipe busca acolher a mulher nas suas questões emocionais e apoia-la nesse momento de enfrentamento.

Atendimento da equipe multiprofissional hospitalar: psicólogos, assistente sociais, terapeuta ocupacional e nutricionista atuam na promoção da saúde mental durante a internação. A equipe atende também as famílias das pacientes, procurando auxiliar nesse momento impactante de suas vidas, particularmente em situações adversas como o nascimento com problemas de saúde ou síndromes; bebês que precisam ficar internados na UTI (Unidade de terapia intensiva) ou na UCI (Unidade de cuidados intermediários); quando a mulher ou o bebê precisam permanecer internados por tempo prolongado; quando questões emocionais ou sociais impactam diretamente na saúde da paciente; situações em que há óbitos de bebês ou abortos. Além das situações de violência sexual contra mulher ou criança do sexo feminino, e outras ações que ultrapassam o contexto do parto.

Ações do grupo GTH (Grupo de Trabalho de Humanização): grupo de colaboradores voluntários na instituição, que realizam junto com a diretoria ações de humanização em datas especiais durante o ano todo, para pacientes e funcionários da maternidade. Alguns exemplos incluem: músicos tocando violino no hospital; entrega de mimos para pacientes; decoração do hospital para trabalhar comunicação visual com as pacientes e famílias; campanhas de conscientização diversas para gestantes e puérperas.

Casa da gestante: local dentro do complexo da maternidade Gota de Leite elaborado especialmente para hospedar as gestantes e recém-mamães em suas necessidades diversas, como precisar e querer permanecer mais próxima do seu bebê no caso de internação na UTI ou UCI, ou em outras situações em que a Casa represente apoio e acolhimento. Nessa casa, a mulher recebe alimentação, toma banho, dorme, assiste a televisão, e é assistida por uma técnica de enfermagem durante sua permanência.

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