Vila Vicentina pede ajuda

Com dificuldades financeiras, a instituição que cuida de idosos há 82 anos, precisa do apoio da comunidade e do poder público

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Fundada há 82 anos, a Vila Vicentina é referência em atendimento humanizado em Araraquara, abrigando hoje 69 idosos que recebem moradia digna, alimentação e assistência integral. Todos os custos são, na sua quase totalidade, conseguidos através de doações e muito esforço dos colaboradores da instituição que se desdobram fazendo rifas e massas para vender.

Risco de fechamento

Infelizmente, a instituição enfrenta dificuldades financeiras e corre risco de fechar as portas se não houver apoio mais efetivo do poder público e da comunidade.

De acordo com os responsáveis pela entidade, a Vila Vicentina sobrevive graças às doações. “O que vem, a gente usa tudo – alimento, produtos de limpeza, RPI -, o que for. Se não fosse a ajuda das pessoas, isso aqui já teria fechado”, relata um dos diretores.

Custo alto

A instituição gasta mensalmente somente com carne quase R$ 20 mil. Além disso, há as despesas fixas com salários dos funcionários, encargos trabalhistas, manutenção das casas e reformas estruturais. Recentemente, parte do prédio cedeu e precisou ser reconstruída às pressas. Os reparos custaram mais de R$ 16 mil.

Ao todo, são 49 funcionários entre cuidadores, enfermeiros e técnicos, e a recente atualização do piso salarial da enfermagem aumentou ainda mais os custos. “O idoso sai para nós hoje cerca de R$ 4.200, mas ele paga apenas R$ 1.060. Essa diferença a gente cobre com doações e eventos. Mas está cada vez mais difícil”, lamenta a direção.

Com a aproximação do fim do ano e os custos do 13º salário dos funcionários, as dificuldades aumentam. O medo maior é de que, após 82 anos de dedicação aos idosos de Araraquara, a Vila Vicentina feche suas portas.

Falta de apoio

Segundo os responsáveis pela Vila Vicentina, enquanto municípios vizinhos como Matão e Rincão destinam mensalmente valores fixos para seus asilos, Araraquara não conta com um repasse mensal para as entidades por parte do poder público.

“O único auxílio que recebemos da Prefeitura é pontual, quando intercedem por uma verba ou convênio específico. Mas o custeio mensal mesmo, que ajudaria a pagar despesas fixas, não existe”, afirma a direção.

Burocracia

A instituição também enfrenta entraves burocráticos com a Prefeitura. Um exemplo é o processo para regularização de um imóvel, que exige o pagamento de uma contrapartida municipal de quase R$ 10 mil — valor inviável para uma entidade que luta para pagar suas contas básicas.

Esperança na ajuda da comunidade

Mesmo diante das dificuldades, a Vila Vicentina continua prestando um serviço exemplar. Cada idoso possui seu próprio quarto e é tratado com carinho e respeito. “Aqui, a gente cuida deles como se fossem nossos pais. Se algum funcionário destratar um idoso, ele é desligado na hora”, conta a direção.

Como ajudar?

A população em geral pode ajudar de várias formas. As principais necessidades do momento são:

• Café

• Óleo de cozinha

• Leite

• Fraldas geriátricas

• Perfex (pano de limpeza)

As doações podem ser entregues diretamente na Vila Vicentina, localizada na R. São Vicente de Paulo, 252 – Vila Santa Maria (Vila Xavier).

LOA 2026

Os 18 vereadores da Câmara Municipal de Araraquara assinaram uma emenda na LOA de 2026, para destinar mais R$1 milhão para as instituições. É uma iniciativa da Frente Parlamentar em defesa e Garantia do Direto dos Idosos, que tem como presidente o vereador Paulo Landim (PT).

“As três instituições filantrópicas que cuidam dos nossos idosos em Araraquara vivem uma situação crítica. Agora, precisamos que a Prefeitura não vete essa emenda. E também, que garanta, ainda este ano, o repasse da sobra orçamentária da Câmara Municipal para o Fundo Municipal do Idoso. Essa é uma questão de respeito, dignidade e humanidade. Não podemos permitir que quem dedicou a vida inteira à nossa cidade seja esquecido. Prefeito, não abandone os idosos”, disse o vereador Paulo Landim.

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