sexta-feira, 5, julho, 2024

Walter Miranda questiona bandeiras partidárias em manifestações públicas

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Da redação

Durante a concentração da greve geral na Praça Santa Cruz, no último dia 14 de junho, sindicalistas e estudantes da UNESP entraram em conflito sobre o percurso a ser seguido durante a passeata.

De acordo com Walter Miranda, auditor da Receita Federal e integrante do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), foi realizada uma reunião no sindicato dos bancários com dirigentes e militantes sindicais, objetivando organizar a manifestação da Greve Geral. Em nenhum momento os participantes combinaram de misturar a bandeira principal que é a luta contra a reforma da Previdência e cortes nas verbas para educação, com a questão do ‘Lula Livre’, que pode ser entendida como campanha política em ano pré-eleitoral.

“As centrais sindicais vinham discutindo a greve há dois meses para construir a pauta em cima do eixo da reforma da Previdência e depois agregados à luta contra o corte na educação. Nós da CSP Conlutas temos visões diferentes em termo de concepção política de como chegar ao poder, como dirigir e, para quem dirigir, mas nesse momento é importante nos unirmos, pois temos um inimigo maior, que é o governo Bolsonaro”, disse Walter Mirada.

A primeira manifestação contra os cortes na educação e a reforma da Previdência foi feita no dia 15 de maio e cerca de cinco mil pessoas foram às ruas de Araraquara. No dia 30, durante o segundo protesto, o número de participantes caiu para 1.500. Já na Greve Geral, apenas mil pessoas se juntaram à passeata. Segundo Walter Miranda, isso se deve ao racha ocorrido entre estudantes e sindicalistas.

“Nós não concordamos com a palavra de ordem ‘Lula Livre’ do dia 14, porque quem puxou foram as centrais sindicais e movimentos estudantis. Não tinha que ter bandeira de partido”, explicou Miranda.

O auditor ressaltou que o PSTU não concorda com a prisão do ex-presidente Lula, pois é evidente que o julgamento foi manipulado para tirá-lo das eleições. “Nós somos contra a prisão do Lula, está errado. Se o Brasil fosse um país sério, o Sérgio Moro já estaria preso”, reforçou.

Início do PT
Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) em Jundiaí-SP em 1981, Walter Miranda questionou o motivo de não organizarem uma greve geral exclusiva para o ‘Lula Livre’. “Vamos chamar uma mobilização nacional para chamar a atenção do mundo para essa armação”, opinou o sindicalista, que acredita que toda essa situação atual é consequência de um desgoverno do PT. “Os trabalhadores começaram a perceber o desemprego, a crise que estava vindo e que o banqueiro continuava cada vez mais rico”, enfatizou Miranda.

Passado
Walter Miranda relembrou quando membros do Partido dos Trabalhadores iam nas portas das fábricas fazer greve e os proprietários chamavam a polícia. “A polícia chegava com tudo para cima da gente. Nós sofremos para construir esse partido, porque nós tínhamos uma clareza. Nós íamos para as portas das fábricas gritar “Quem pica cartão, não vota em patrão”, para dar uma demarcação de classe e linha marxista. No marco capitalista, o capital e o trabalho são igual a água e óleo. Um quer lucro, acumular dinheiro, o outro quer salário e trabalho”, relatou o ex-filiado ao PT, agora militante do PSTU e CSP Conlutas.

Redação

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