segunda-feira, 25, novembro, 2024

Amanhã (23) começa a programação da Mostra Audiovisual Wallace Leal

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A Secretaria Municipal da Cultura e a Fundart, com o apoio cultural do Sesc Araraquara e parceria com o ICine (Fórum de Cinema do Interior Paulista), iniciam nesta terça-feira, 23 de fevereiro, a 9ª Mostra Audiovisual Wallace Leal com uma programação inteiramente digital e gratuita que pode ser acompanhada pela plataforma TodesPlay (todesplay.com.br) e nas redes sociais da Mostra (mostrawallace). 

São 6 longas-metragens, 10 curtas-metragens, 4 mesas de bate-papo, 2 oficinas e 1 Master Class, além de 24 curtas-metragens produzidos em Araraquara com o recurso da Lei Aldir Blanc. A programação geral é bem diversificada, “olhando não só para a temática, mas também para quem produziu a fim de trazer diversidade ao programa”, explicam os curadores da Mostra, Maurício Coronado e Paulo Delfini.  

Com recorde de filmes inscritos – foram um total de 448 – a Mostra apresenta os filmes selecionados na plataforma TodesPlay, de 23 a 28 de fevereiro. Todas as produções poderão ser acessadas no período da Mostra, a qualquer hora.   

As mesas de bate-papo acontecem em dia e horário específico e, depois de efetuadas, também continuarão à disposição dos internautas na plataforma TodesPlay e na página do YouTube e redes sociais da Mostra. Por fim, as oficinas, com número limitado de participantes, serão efetuadas através do aplicativo Zoom. Para realizar inscrição, os interessados devem acessar o Sympla – as inscrições já estão abertas.   

No site da Prefeitura de Araraquara e nas redes sociais da Mostra é possível acompanhar as informações dos filmes e convidados participantes, assim como as outras atividades da programação.   

Filmes – Os longas-metragens selecionados e que podem ser acessados a qualquer hora, no período de 23 a 28 de fevereiro, são: “Chico Rei entre nós” – vencedor na última edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (direção: Joyce Prado, gênero: documentário, ano de produção: 2020, classificação: livre), “Servidão” (direção: Renato Barbieri), “A Terra Negra Kawa” (direção: Sérgio Andrade, ficção, 2019, 14 anos), “Selvagem” (direção: Diego da Costa, ficção/drama, 2018-2021, livre), “Luciene” (direção: Juliana Curvo, documentário biográfico, 2020, livre) e “Essa terra é nossa” (direção: Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero; documentário, 2020, livre).  

 Já os curtas apresentam: “Pega-se Facção” (direção: Thais Braga, documentário, 2020, livre), “Alcatéia” (direção: Carolina Castilho, drama/ficção, 2020, classificação: 04 anos), “Seremos Ouvidas” (direção: Larissa Nepomuceno, documentário, 2020, livre), “Alfazema” (direção: Sabrina Fidalgo, ficção, 2019, 14 anos), “Filhas de Lavadeira” (direção: Edileuza Penha de Souza, documentário, 2019, livre), “Yaõkwa, imagem e memória” (direção: Rita Carelli e Vincent Carelli, documentário, 2020, livre),  “Mãtãnãg, A Encantada” (direção: Shawara Maxakali e Charles Bicalho, animação/drama, 2019, livre), “Modelo Morto, modelo vivo” (direção: Iuri Bermudes e Leona Jhovs, drama/romance, 2020, 16 anos), “Homens Invisíveis” (direção: Luís Carlos de Alencar, documentário, 2019, classificação: 07 anos) e “Supremacia da fumaça” (direção: Marcelo Mendes Gomes, drama/ficção, 2019, 10 anos).  

Confira as sinopses dos filmes selecionados no final da matéria.  

 Abertura – A abertura nesta terça conta com a mesa de bate-papo “Caipirismo no Cinema: história do Cinema da Paulistânia”, com a participação de Reinaldo Volpato e Mário de Almeida e mediação de Paulo Delfini.  

A proposta é realizar um panorama conceitual, histórico e contemporâneo do “Cinema Caipira”, além da representação do universo caipira no audiovisual brasileiro, passando pela definição de “caipira”, abordando os ciclos do cinema e as produções na história até a atualidade. O caipirismo no cinema, o cinema no interior, os cineastas em destaque, Mazzaropi e seu legado, são alguns dos conteúdos apresentados na atividade.  

Reinaldo Volpato é cineasta formado pela ECA/USP e diretor, produtor, roteirista e montador de filmes cinematográficos e programas de televisão e integrante do ICine; eqnuanto Mário de Almeida atua há 18 anos no mercado audiovisual como diretor, roteirista, produtor e editor, e pesquisa o universo atual da viola caipira.   

A atividade tem início às 19 horas na plataforma todesplay.com.br. Vale lembrar que, a partir desta terça, todos os filmes da programação podem ser acessados a qualquer horário, gratuitamente.  

  Sinopses filmes:  

“Chico Rei entre nós”- Chico Rei foi um rei congolês que se tornou escravo e libertou a si mesmo e a seus súditos durante o Ciclo de Ouro em Minas Gerais. Sua história é o ponto de partida para explorar os diversos ecos da escravidão brasileira na vida dos negros de hoje em dia, entendendo seu movimento de autoafirmação e liberdade a partir de uma perspectiva coletiva.  

“Servidão”- Muitos brasileiros pensam que a escravidão acabou com a assinatura da Lei Áurea. Mas as relações de exploração escravista do trabalho perduram até hoje. Estima-se que nesse exato momento existam 369 mil brasileiros vivendo e trabalhando como escravos. Através do testemunho de abolicionistas modernos e de trabalhadores rurais que foram vítimas da escravidão contemporânea, SERVIDÃO investiga a mentalidade escravagista da sociedade brasileira que remonta a 5 séculos.  

“A Terra Negra Kawa” – Um grupo de cientistas faz escavações em terrenos no interior do Amazonas em busca de uma terra preta fértil, usada para fins agrícolas. Conforme se aproximam do sítio dos indígenas Kawa, notam que a terra adquire poderes energéticos e sensoriais.  

“Selvagem” – Sofia tem um objetivo muito claro: passar no vestibular, achar um emprego e sair de casa. Porém, quando a escola onde estuda é ocupada pelos seus amigos e colegas de classe, ela se vê em um dilema entre continuar estudando sozinha ou compartilhar seu conhecimento na transformação da escola.  

“Luciene”- O processo de construção de um documentário sobre a poeta mato-grossense Luciene Carvalho e a fronteira entre documentar o real ou aquilo que se conta, são os assuntos do filme Luciene. Abordando os aspectos do autobiográfico e da autoficção foram utilizadas linguagens artísticas, trazendo a poesia de Luciene, primeira preta imortal da academia mato-grossense de Letras. A antagonista-diretora só conseguiu conduzir as filmagens quando foi contaminada pela poeta, apresentando uma segunda autonarrativa e contando sobre a origem do filme que não consegue fazer.  

“Essa terra é nossa”- Antigamente, os brancos não existiam e nós vivíamos caçando com os nossos espíritos yãmĩyxop. Mas os brancos vieram, derrubaram as matas, secaram os rios e espantaram os bichos para longe. Hoje, as nossas árvores compridas acabaram, os brancos nos cercaram e a nossa terra é pequenininha. Mas os nossos yãmĩyxop são muito fortes e nos ensinaram as histórias e os cantos dos antigos que andaram por aqui.  

Pega-se Facção – Em uma região onde a seca dura a maior parte do ano e a agricultura familiar não garante o sustento, mãe e filha veem como única saída a costura domiciliar terceirizada na zona rural de Caruaru-PE. Mas qual é o preço a ser pago?  

  “Alcatéia”- Mulheres que correm umas com as outras. Curta-metragem livremente inspirado pelo livro “Mulheres Que Correm Com os Lobos”, de Clarissa Pinkola Estés.  

“Seremos Ouvidas”- Como existir em uma estrutura sexista e ouvinte? Gabriela, Celma e Klicia, três mulheres surdas com realidades diferentes, compartilham suas lutas e trajetórias no movimento feminista surdo.  

 “Alfazema” – É carnaval e Flaviana vive um difícil dilema; como se livrar do amante que se recusa a sair de seu chuveiro?  

“Filhas de Lavadeira” – O documentário apresenta histórias de mulheres negras que graças ao trabalho árduo de suas mães puderam ir para escola e refazer os caminhos trilhados pelas suas antecessoras. Suas memórias, alegrias e tristezas, dores e poesias se fazem presente como possibilidades de um novo destino. Transformando o duro trabalho das lavadeiras em um espetáculo de vida e plenitude.  

“Yaõkwa, imagem e memória” – O vídeo nas Aldeias realizou com os índios Enawenê Nawê, durante quinze anos, extensos registros do Yaõkwa, seu mais longo ritual, em que os mestres de cerimônia puxam, durante sete meses, uma miríade de cantos, afim de manter o equilíbrio do mundo terreno como mundo espiritual. Neste filme, outros quinze anos mais tarde, os Enawenê Nawê reencontram essas imagens e, com elas, parentes falecidos, costumes que caíram em desuso e preciosos cantos rituais.  

 “Mãtãnãg, A Encantada” – A índia Mãtãnãg segue o espírito de seu marido, morto picado por uma cobra, até a aldeia dos mortos. Juntos eles superam os obstáculos que separam o mundo terreno do mundo espiritual. Uma vez na terra dos espíritos, as coisas são diferentes: outros modos regem o sobrenatural. Mas Mãtãnãg não está morta e sua alma deve retornar ao convívio dos vivos. De volta à sua aldeia, reunida a seus parentes, novas vicissitudes durante um ritual proporcionarão a oportunidade para que mais uma vez vivos e mortos se reencontrem. Falado em língua Maxakali e legendado, Mãtãnãg se baseia em uma história tradicional do povo Maxakali. As ilustrações para o filme foram realizadas em oficina na Aldeia Verde, no município de Ladainha, em Minas Gerais.  

 “Modelo Morto, modelo vivo” – Manuela, uma mulher trans, ao frequentar uma oficina de desenho de modelo vivo, desperta para sua própria beleza e potência.  

“Homens Invisíveis” – A situação da população transgênera masculina no cárcere a partir dos problemas de Saúde acarretados pelo binarismo de gênero que embasa o sistema penal. Homens trans são aquelas pessoas que nasceram designadas mulher, mas que ao longo de sua vida passaram a se identificar como homem.   

Supremacia da fumaça – O filme reflete sobre como a mineração e produção de aço impactam o meio ambiente de forma avassaladora. Uma distopia que alerta sobre o futuro da cidade, sem o controle necessário da emissão de poluentes no ar, mar e terra.  

SERVIÇO:  

Abertura da 9ª Mostra Audiovisual Wallace Leal  

Data: terça-feira (23 de fevereiro)  

Horário: 19 horas  

Local: plataforma TodesPlay (todesplay.com.br)  

Grátis  

Programação:  

19h: Mesa de abertura “Caipirismo no Cinema: história do Cinema da Paulistânia”, com a participação de Reinaldo Volpato e Mário de Almeida e mediação de Paulo Delfini  

A qualquer hora: exibição dos filmes selecionados na Mostra + vídeos do Festival Aldir Blanc de Araraquara  

  

Redação

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