sábado, 6, julho, 2024

APÓS QUATRO ANOS DE CRISE ECONÔMICA, PERFIL DO MICRO E PEQUENO INDUSTRIAL SOFRE REVÉS SIGNIFICATIVO

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O Perfil do Empreendedor, parte integrante da 61ª rodada do Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi) ao Datafolha, revela mudanças no perfil do empreendedor da categoria durante os quatro anos de crise econômica brasileira, com piora na vida financeira, pessoal e mais horas trabalhadas.

Em 2014, 35% dos empresários não estavam empregados quando abriram o próprio negócio. Este ano, subiu para 45% a fatia de empreendedores que estavam desempregados ao fundarem a empresa. “Esses números indicam o crescimento de empreendedores que abriram MPIs por estarem desempregados”, explica o presidente do Simpi, Joseph Couri.

O estudo realizado em março também mostra que, em 2018, 40% dos empresários da micro e pequena indústria afirmam que a vida financeira está igual ou pior do que antes da abertura da empresa. Quatro anos atrás esse número era de 30%.

Os dados apontam ainda para uma diminuição na percepção de que a vida, de um modo geral, melhorou após a abertura da empresa. Em 2014, 69% dos empresários das MPIs sentiam que suas vidas haviam melhorado depois de terem o próprio negócio. Agora, em 2018, apenas 54% vêm melhora na vida pessoal.

Mais trabalho, menos rentabilidade

Para tentar amenizar a piora da situação financeira, os empresários das MPIs estão trabalhando mais em 2018 do que há quatro anos. Ao todo, 55% trabalham nove horas ou mais por dia, contra 48% em 2014. Outros 49% trabalham seis ou sete dias por semana atualmente.

Para Couri, os dados revelam que a cada ano está mais difícil para o micro e pequeno industrial continuar empreendendo. “Com a crise econômica brasileira dos últimos anos, a maior dedicação ao próprio negócio não está se transformando em renda maior e nem na melhora da vida pessoal para os empresários da MPI”, completa.

Retomada difícil

Outros dados indicam que as micro e pequenas indústrias continuam enfrentando dificuldades no ambiente de negócios. Em março o nível de empresas da categoria que demitiram subiu de 13% para 17%, em comparação com fevereiro.

As altas taxas de juros e a falta de linhas de crédito adequadas ao tamanho do negócio ainda representam um empecilho para o acesso ao crédito das MPIs. Dos 11% dos micro e pequenos empresários da categoria que fizeram consulta a empréstimos ou financiamentos, 59% não conseguiram obter o crédito. Esse é apenas um dos fatores que dificultam a retomada das MPIs”, finaliza Couri.

No próximo mês, o Simpi divulgará uma nova pesquisa, também encomendada ao Datafolha, intitulada Termômetro da Crise, com dados compilados de 2013 a 2017. O objetivo é traçar um comparativo do período de pré-crise ao otimismo de recuperação atual.

A Pesquisa

O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como sinalizador de tendência. É importante salientar que 42% das MPIs de todo Brasil estão em de São Paulo.

A íntegra das 61 pesquisas Simpi/Datafolha, desde março de 2013, está disponível no site da entidade (http://www.simpi.org.br).

Redação

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