O artigo intitulado “TEMPO-oxidized cellulose polyionic drawn fiber, a cell support system proof of concept”, desenvolvido pela ex-aluna do curso de Biomedicina da Universidade de Araraquara – Uniara, Mariana Alves Rios, foi aceito e será publicado em breve na revista internacional “Journal of Materials Science”. O estudo foi orientado pela docente Eliane Trovatti e desenvolvido no Programa de Iniciação Científica em Biotecnologia – PICBiotec, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Medicina Regenerativa e Química Medicinal – PPGB-MRQM da universidade.
De acordo com Eliane, “o projeto da Mariana nasceu a partir de um outro estudo, no qual, em colaboração com pesquisadores da Engenharia de Materiais da Universidade de São Paulo -USP de São Carlos, professores Antônio Junior Carvalho e Rafael Grande, no qual conseguimos fiar fibras usando gel de celulose e quitosana”.
“A partir desse primeiro trabalho, tivemos a ideia de incorporar células nessas fibras feitas com hidrogel. Então, o trabalho dela se resume a celularizar fibras e utilizá-las para administrar células. A proposta era usar o material para medicina regenerativa no qual as fibras pudessem, num primeiro momento, mimetizar o ambiente celular e manter as células vivas dentro delas. Depois, a fibra iria se degradando e liberando as células no local. Além de liberar as células, a degradação das fibras também fornece o espaço para que o tecido original vá se formando e é isto o que está demonstrado no artigo, como nossa contribuição nessa área”, explica a orientadora.
Em relação ao estudo, Mariana relata que “a partir do bagaço da cana-de-açúcar fizemos vários tratamentos para desenvolver uma fibra de hidrogel, com a finalidade de colocar células nessa fibra e mantê-las vivas para uso na medicina regenerativa”. “No caso do meu artigo, conseguimos induzir a diferenciação dessas células para formação de um novo tecido. Com isso, pretendemos, no futuro, usar as fibras celularizadas para regeneração de tecidos formados por fibras”, relata.
Sobre a relevância social do trabalho, ela menciona que “atualmente a medicina regenerativa é muito discutida, é uma ciência nova no Brasil e no mundo e muitos assuntos ainda estão sendo estudados para consolidação”. “O meu estudo vai ajudar no desenvolvimento de pesquisas futuras que buscam a regeneração e recuperação de tecidos e, consequentemente, a melhora do tratamento de doenças e a possibilidade de cura de doenças que hoje em dia ainda não é possível serem curadas. O que torna meu artigo importante é que com ele podemos abrir caminhos para essa área se tornar cada vez mais aprimorada, já que é a primeira vez que este material foi utilizado para administração de células”, completa a ex-aluna.
“É um resultado que geramos e que fica disponível para todos verem no formato de artigo, porém, algo de igual importância é despertar nas pessoas, e, no caso da Iniciação Científica, dos estudantes de graduação, o interesse pelo conhecimento. Dessa forma, acredito que o artigo foi uma consequência do envolvimento da Mariana no trabalho. Além de desenvolver toda a parte experimental, ela também se preocupou em organizar o texto, que foi tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso – TCC e, depois, aprendeu a organizar novamente estes resultados em um formato de divulgação para um público internacional. Dessa forma, não só o artigo tem importância, mas todo o aprendizado e a vivência da rotina de um laboratório de pesquisa contribuíram para a formação da Mariana durante seu estágio de IC. Fico feliz quando vejo que uma pessoa está satisfeita com o trabalho que fez e considero que este foi um caso de muito sucesso”, finaliza Eliane.
Informações sobre o PICBiotec e o PPGB-MRQM da Uniara estão disponíveis no endereço www.uniara.com.br/ppg. Detalhes sobre o curso de Biomedicina da instituição podem ser obtidos em www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.