quarta-feira, 13, novembro, 2024

Ato de nova denominação da Praça Santa Cruz teve missa presidida pelo bispo diocesano Dom Luiz Carlos

Espaço público passa a levar o nome do Padre José Afonso Savassa, sacerdote de grande relevância para a comunidade religiosa

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Em solenidade realizada nesta quinta-feira (27), foi oficializada a denominação da Praça da Igreja Santa Cruz “Padre José Afonso Savassa”. A atividade, que aconteceu no próprio espaço público, ocorreu após a missa presidida pelo bispo diocesano Dom Luiz Carlos e também co-celebrada pelo reitor Padre Nelson Antônio Linhares. A missa foi dedicada à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, santa homenageada com uma programação desenvolvida pela igreja entre os dias 18 e 27 de junho.

O prefeito Edinho falou sobre a importância do evento. “Foi emocionante participar desta homenagem e celebrar a vida e a história do Padre Afonso Savassa. A cerimônia foi marcada pelo descerramento da placa de denominação da praça, um tributo a quem tanto fez pela nossa comunidade. Uma réplica da placa que ficará na praça foi entregue a Fernando, um grande amigo do Padre Afonso que veio diretamente de Tietê, sua cidade natal. Ele trouxe ainda um quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que era do Padre Afonso, para deixar na Igreja de Santa Cruz”, comentou.

A nova denominação da praça foi sancionada pela lei municipal no 10.027, de 12 de agosto de 2020, de autoria do vereador Rafael De Angeli (Republicanos), que participou do ato. Também participaram da solenidade as deputadas estaduais Thainara Faria (PT) e Márcia Lia (PT); e a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Cidinha Silva; Padre Rodolfo Faria, reitor da Basílica de São Bento, entre outros padres da cidade.

A história do Padre Afonso

Padre Afonso nasceu no Bairro da Cruz das Almas, em Tietê-SP, no dia 5 de março de 1951, filho de José Savassa e Leonilde Milani Savassa. O religioso vivenciou o pré-juvenato na Penha, em São Paulo, quando tinha apenas 11 anos. Em 1964, passou para o pré-juvenato da Pedrinha, em Guaratinguetá-SP e no ano seguinte passou a residir no Seminário Santo Afonso, em Aparecida, onde terminou os estudos iniciais em 1970.

Continuou sua formação com a etapa do Noviciado na cidade de Sacramento-MG no ano de 1971 e professou os primeiros votos de pobreza, castidade e obediência, além do juramento de perseverança na Congregação do Santíssimo Redentor em 1972. Após este ano de grande importância em sua formação religiosa, começou os estudos de Filosofia, passando a morar no Alfonsianum, em São Paulo.

Em 1973, deixou a congregação para um estágio vocacional e depois dessa experiência, voltou para a Congregação, professando novamente os votos religiosos em 1975. A Profissão Perpétua aconteceu em 1978, no Alfonsianum, em São Paulo. Recebeu a Ordem do Diaconato no mesmo ano, na Paróquia de Santo Agnelo, na Vila Liviero, em São Paulo, por Dom Tarcísio Ariovaldo Amaral, então bispo de Limeira. Em 1979, foi transferido para São João da Boa Vista como auxiliar da igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Foi ordenado sacerdote no dia 25 de fevereiro de 1979, na Igreja de Santa Teresinha, em Tietê-SP, por Dom Antonio Pedro Misiara, bispo de Bragança Paulista. Em 1980, foi transferido para Aparecida, para atuar como formador no Seminário Santo Afonso. Em 1981 retornou a São João da Boa Vista, como membro da Equipe Missionária. Em 1982, passou a colaborar no Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro até se tornar reitor do Santuário no mesmo ano. Três anos depois, em 1985, foi residir em Tietê, assumindo o cargo de reitor da Igreja de Santa Teresinha. Também foi nomeado superior da comunidade religiosa em 1985 e ficou neste cargo até 1994. Ao deixar a função continuou cuidando da Igreja de Santa Teresinha até 1997.

No segundo semestre de 1997, passou a residir em Roma, na Itália, para os estudos de Especialização em Teologia Catequética, na Pontifícia Universidade Salesiana. Em 1999, voltou de Roma para morar na Comunidade de Araraquara. Nesta cidade residiu por muitos anos. Foi nomeado reitor da Igreja de Santa Cruz em 8 de fevereiro de 2000. No mesmo ano, também foi nomeado superior da comunidade religiosa, ficando no cargo até 2008. De 2009 a 2011, deixou esta função, mas continuou reitor da igreja. Em 2011, retornou ao cargo de superior.

Padre Afonso fez um belo trabalho de restauração da Igreja de Santa Cruz, tanto interna como externamente, mediante longas campanhas de arrecadação na região. Com ajuda do economato provincial, construiu o salão de festas, anexo ao prédio da comunidade, que também foi ampliado. Durante os anos de 2002 a 2005, ele também foi conselheiro provincial na gestão do padre José Ulysses.

Em 2015, deixou Araraquara para residir novamente em Tietê-SP, onde atuou como reitor da Igreja Santa Teresinha até 2017. A partir de abril de 2018, passou a integrar a comunidade iniciada no Santuário Bom Jesus de Pirapora, em São Paulo, e ali permaneceu por quase um ano, quando foi nomeado pároco da Paróquia Santuário São Geraldo Majella, em Sorocaba-SP, onde permaneceu até sua morte. Em 2020, passou por uma cirurgia na coluna e depois de algumas complicações foi internado no Hospital Samaritano, em São Paulo, onde faleceu no dia 27 de fevereiro.

Ao longo de seu ministério, de quase 69 anos de vida, com 45 anos de profissão religiosa e 41 anos de sacerdócio, ocupou diversos cargos de liderança e sempre o fez com muito comprometimento e determinação. Padre Afonso viveu sua vocação com fidelidade, sempre disponível para o trabalho e orientação pessoal aos que o procuravam. Muito colaborou para uma Catequese renovada e para a formação de catequistas. De coração bom, alegre na convivência, com facilidade na comunicação, buscando sempre a força de Deus na oração, conseguiu suportar com paciência as cruzes que a vida lhe ofereceu. Padre Afonso peregrinou por muitos lugares e levou inúmeras pessoas para experimentarem as belezas e bênçãos dos lugares santos e de diversas culturas.

História da igreja e da praça

A história da Igreja Santa Cruz começa com a inauguração da capela de Santa Cruz em 3 de maio de 1871, construída a partir de uma doação feita por Antônio Garcia de Oliveira; a capela ficava na praça localizada em frente à atual igreja e era voltada para a Rua 9 de Julho; o construtor da capela foi José Inocêncio de Camargo, veterano da Guerra do Paraguai e que também o primeiro zelador do local.

Em 1911, a capela foi demolida e teve início a construção de uma nova igreja, já no alinhamento da Rua São Bento. A construção se arrastou e a obra só foi inaugurada, ainda inacabada, em 1920, com a chegada dos missionários redentoristas. Mais tarde, em 1932, começou-se um trabalho de remodelação da igreja, com inauguração em 1936 pelo padre Francisco Alves.

Em 1952, por iniciativa do missionário redentorista Padre Miguel Poce, uma nova reforma foi iniciada. Ele achava que a igreja nada tinha de artístico e era pequena para comportar o povo. Nesta obra, as paredes externas passaram a ser internas, pois foram aproveitadas com mais uma construção externa, que formam as atuais naves laterais. Seguindo o estilo gótico, as antigas paredes foram abertas em arco e foram colocadas colunas. Também destacam-se os magníficos vitrais e a grande porta de ferro na entrada principal. No ano seguinte, derrubaram a torre e isso fez com que a igreja avançasse alguns metros para frente, ficando no local exato onde está hoje. Essa grande reforma foi concluída em 1962, pelo padre João Ribeiro de Carvalho.

Depois disso, novas reformas e adaptações foram realizadas, mas sempre mantendo as características da igreja. No final dos anos de 1990, se deu a grande remodelação da praça Santa Cruz, com o fechamento do trecho da Avenida Osório, entre as ruas Nove de Julho e São Bento, e foi feita mudança geral no paisagismo da praça, com nova reconfiguração e instalação de quiosques para ambulantes.

Nos anos 2000, tendo Padre Afonso como Reitor da Igreja de Santa Cruz e Superior da Casa dos Redentoristas por 15 anos (2000 a 2015), foi realizada nova restauração da igreja, tanto interna como externamente, mediante longas campanhas de arrecadação na região. Com ajuda do economato provincial, Padre Afonso construiu um belo salão de festas, anexo ao prédio da comunidade, que também foi ampliado.

Em 21 de setembro de 2020, a comunidade redentorista da Igreja Santa Cruz celebrou 100 anos, o que faz dela a segunda comunidade mais antiga da Província de São Paulo e a primeira constituída no interior de São Paulo.

Em fevereiro de 2023, a praça passou por remodelação, dessa vez na iluminação pública. A Prefeitura realizou licitação e instalou na praça 48 luminárias de 135 watts, com tecnologia LED, e mais 14 projetores de 200 watts no entorno da igreja. Também o tradicional ponto de táxi da praça, na Avenida José Bonifácio, foi contemplado com seis novos projetores de 60 watts. Ao todo, foram investidos na praça R$ 82 mil de recursos próprios do programa municipal “Ilumina, Araraquara”.

Neste ano, a Igreja Santa Cruz, administrada pela Congregação do Santíssimo Redentor – Redentoristas, retomou a festa a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e a novena abordará o significado do ícone do Perpétuo Socorro. A festa começou no sábado, dia 22, com quadrilha e quermesse com comidas típicas. A missa nesta quinta-feira marcará a homenagem ao Padre Afonso Savassa com o descerramento de placa de denominação do nome da praça.

Redação

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