Ariane Padovani
O gás de cozinha ficou mais caro em todo o país após mais um reajuste nas refinarias. O aumento de 3,4% é resultado da cotação do gás no mercado internacional e, como o valor do dólar está bem acima do real, o preço tende a subir ainda mais.
Algumas das revendedoras do produto seguram ao máximo para não repassarem o aumento para seus clientes, enquanto outras preferem nem aumentar para não perdê-los. Um exemplo é Thiago Alves, proprietário de uma revendedora de gás na Vila Xavier, que explica que optou por não repassar o reajuste para seus clientes.
“É um aumento que seria natural para cobrir os custos com gasolina, impostos, e outros fatores. Se o salário aumenta, o gás também teria de aumentar. Mas nós não conseguimos repassar para os clientes. Nós acabamos espremendo a nossa margem de lucro e seguramos o preço para não perdermos o cliente”, conta o empresário.
Thiago ainda cita a alta concorrência como um dos fatores para tomar a decisão. “O correto seria repassar, mesmo que fossem dois ou três reais. A concorrência hoje em dia está grande, não só no nosso ramo, como em todos. Tem alguns lugares que não sabem trabalhar e colocam o preço lá embaixo para tirar o lucro na quantidade, mas não é assim que funciona. Para uma empresa se manter saudável, crescer e contratar funcionários, seria preciso ter uma margem boa de lucro, o que infelizmente não é possível de acontecer atualmente”, completa.
O ramo alimentício passa pela mesma situação. Adilson Luiz Sbrussi, proprietário da Churrascaria e Choperia Tchê, também será afetado com o aumento, mas não pretende repassá-lo para seus fregueses por enquanto. “O movimento está tão ruim, se eu repassar vou perder ainda mais clientes. O preço de tudo aumentou e a concorrência está grande”.
Esse é o segundo reajuste do gás no ano, o último havia sido em fevereiro.