Bolsonaro articulava CPI contra Moraes e viagem à Israel nos bastidores, revela PF

Ex-presidente usou celular apreendido para guiar ataques ao STF e tratar viagem custeada por ex-embaixador israelense — material mostra articulação golpista pós-2022

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Mensagens recuperadas pela Polícia Federal no celular de Jair Bolsonaro, apreendido em maio de 2023 durante operação sobre fraudes em certificados de vacinação, revelam ações diretas do ex-presidente para desestabilizar o Supremo Tribunal Federal e manter influência nacional e internacional. As conversas foram divulgadas em 28 de julho de 2025 por veículos como Brasil 247, com base em investigação do Estadão.

Entre os diálogos inéditos, Bolsonaro orienta o deputado Hélio Lopes (PL‑RJ) a assinar proposta de CPI contra o ministro Alexandre de Moraes e demais integrantes da Corte. Em áudio de 26 de abril de 2023, Lopes expressa receio sobre retaliações, ao que Bolsonaro responde: “Eu controlaria. Sempre existe a possibilidade de retaliações.” Logo depois, Lopes confirma: “Já assinei”.

Em outra gravação, Bolsonaro instruía o filho Eduardo Bolsonaro (PL‑SP) a articular a derrubada do PL das Fake News, apelidado de “PL da Censura”. Eduardo informou que a proposta fora retirada de pauta, e o pai respondeu: “Tem que votar hoje”, pressionando pela oficialização do movimento.

A PF também encontrou mensagens entre Bolsonaro e o ex-embaixador Yossi Shelley, que ofereceu financiar uma viagem do ex-presidente a Israel em 2023, inclusive hospedagens para três pessoas por até 14 dias. Shelley manteve contato após deixar a diplomacia, e chegou a reafirmar o convite com tom pessoal e financeiro.

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