O sargento Rulian Ricardo foi morto dentro do local de trabalho pelo seu superior no início da tarde desta quarta-feira (5). O crime ocorreu dentro da 6ª Companhia do 46º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano (BPM/M), no Jardim Santa Emília, zona sul da cidade de São Paulo.
Segundo informações de companheiros de farda, Rulian estava insatisfeito com a sua escala de plantões, que o impedia de retornar para sua casa na cidade de Franca, no interior paulista, a 416 km de distância da capital. A maior parte do efetivo do companhia é de fora da cidade de São Paulo. De acordo com os PMs, nos últimos meses foram registrados vários casos de danos a viaturas e, como punição, o comandante da companhia, capitão Francisco Laroca, 44 anos, teria alterado a escala dos subordinados, fazendo com que eles não conseguissem voltar para casa. Esse teria sido o motivo para um desentendimento nesta quarta, após o almoço, entre o sargento e o capitão.
Houve uma discussão entre os dois, onde Rulian teria apontado uma arma para Laroca, que revidou disparando três vezes. O motorista do capitão, cabo Rizzo, também fez um disparo. O sargento foi atingido no pescoço e na região do tórax. Uma unidade de resgate foi acionada, porém o Rulian já havia morrido no local.
Em sua conta em uma rede social, o autor dos tiros se define como “cristão, armamentista, defensor da família e protetor das crianças”. Em 2006, quando ainda era tenente, Laroca foi afastado da PM por ter simulado o sequestro de um empresário para justificar duas mortes. Com isso, o policial militar foi transferido para o Corpo de Bombeiros, onde foi promovido a Capitão, retornando a PM em novembro de 2020. Antes disso, ele esteve no corpo de bombeiros, também como capitão, onde trabalhou por 12 anos.
Natural de Araraquara, o capitão Laroca foi candidato a vereador na capital paulista pelo PSB. Ele obteve 2.275 votos e está como suplente da Câmara de Vereadores da capital paulista.
A vítima estava na corporação desde junho de 2006.
Outro lado
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que “todas as providências de Polícia Judiciária Militar estão em andamento neste momento e a Corregedoria da Instituição acompanha as apurações”.