Carla Zambelli deixa o Brasil após condenação

Deputada federal do PL-SP foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão e diz que ficará fora do país para “resistir” e continuar denunciando suposta perseguição política

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Duas semanas após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil e afirmou ter se mudado para um país da Europa. Em entrevista ao canal AuriVerde, no YouTube, a parlamentar disse que não revelará sua localização, mas justificou a decisão com base em sua cidadania italiana, o que, segundo ela, impede uma eventual extradição ao Brasil.

“Estou fora do Brasil já faz alguns dias. A princípio, vim em busca de um tratamento médico que já fazia aqui”, disse Zambelli, afirmando que irá pedir afastamento sem vencimentos da Câmara dos Deputados. Com sua ausência, o suplente Coronel Tadeu (PL-SP) deve assumir o mandato.

Condenação no STF e críticas à Justiça

Zambelli foi condenada em 14 de maio por invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o auxílio do hacker Walter Delgatti, que também foi condenado no processo. Ambos foram considerados culpados por crimes como falsidade ideológica, além de serem condenados a pagar R$ 2 milhões em danos morais coletivos. A parlamentar também pode perder o mandato após o trânsito em julgado da sentença.

Durante a entrevista, Zambelli declarou que sua decisão foi influenciada pela condenação. “Eu poderia me entregar. Mas que Justiça é essa que prende a Débora por 14 anos e quer me prender por 15?”, disse, ao citar o caso de Débora Rodrigues dos Santos, condenada pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Outros processos e discurso de perseguição

Zambelli também responde a outro processo no STF por porte ilegal de arma e perseguição ao jornalista Luan Araújo, episódio ocorrido durante a campanha eleitoral de 2022. “Minha vida se transformou em um inferno astral. Depois daquilo, minha vida virou de ponta cabeça”, afirmou, alegando que agiu em legítima defesa.

A deputada também afirmou que pretende continuar sua atuação política no exterior, citando como inspiração o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se mudou para os Estados Unidos sob alegação de denunciar “ditadura” no Brasil. Eduardo é alvo de um inquérito por coação e obstrução de investigação, aberto pelo STF a pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Redes sociais, denúncias e alegações contra o sistema eleitoral

Zambelli revelou que sua mãe será responsável por administrar suas redes sociais, que somam mais de 10 milhões de seguidores, e pediu ao público que continue acompanhando seus posicionamentos. “Vou continuar denunciando os desmandos. Só que agora de fora do país.”

Sem apresentar provas, voltou a questionar a segurança das urnas eletrônicas e das pesquisas eleitorais. “Não dá para acreditar em pesquisas no nosso país. Elas são manipuladas. E não dá para acreditarmos em urnas eletrônicas, que não são confiáveis”, afirmou, criticando abertamente ministros do STF. “Aqui fora, eu posso falar o que penso sem medo de ser cassada”, concluiu.

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