Após quase quatro anos sem ocorrência de sarampo, a capital paulista registrou em março o primeiro caso confirmado da doença desde setembro de 2015. A confirmação foi dada pela Secretaria Municipal da Saúde ao Estado. Segundo a pasta, trata-se de uma infecção importada – a contaminação ocorreu na Noruega.
Não há ainda casos autóctones da doença (quando a transmissão é interna) confirmados na cidade de São Paulo – o último ocorreu justamente em 2015. No entanto, além do caso confirmado, outros 35 suspeitos foram notificados neste ano e estão sendo investigados pela Prefeitura.
A secretaria não informou detalhes sobre o caso confirmado da doença nem sobre o estado de saúde do paciente. O mais recente boletim do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde, no entanto, datado do dia 20 de março, informa que o caso confirmado na capital é isolado e tem como vítima um bebê de 5 meses.
Ele teria viajado para a Europa, continente que vive um grave surto da doença. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), somente em 2018 foram 82,5 mil casos confirmados da doença e 72 mortes por sarampo na Europa. Dos 53 países que compõem a região, 47 tiveram registro do vírus. O surto de 2018 foi o pior em uma década.
Já, no Brasil, o recente surto tem castigado mais Estados do Norte do País e levou à perda do certificado de eliminação do sarampo, conquistado pelo Brasil em 2016. Desde que a doença voltou a circular em território brasileiro, no ano passado, já foram 10,3 mil casos confirmados e 12 mortes.
As unidades da federação com o maior número de infecções são Amazonas (9.803) e Roraima (355), mas registraram casos da doença também Pará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Sergipe, Pernambuco, São Paulo, Bahia, Rondônia e Distrito Federal.
Casos suspeitos em São Paulo
Em todos os casos notificados na capital paulista, mesmo que ainda suspeitos, técnicos da secretaria realizaram as chamadas ações de bloqueio na região da notificação. Nessas ações, os agentes municipais buscam pessoas não vacinadas em um raio de oito quarteirões ao redor do caso para que todas sejam devidamente imunizadas.
Essa busca também pode ser realizada em locais frequentados pelo paciente, como escolas, creches e comércios. O procedimento é uma recomendação do Ministério da Saúde e deve ser seguido em todo o País.
Na última semana, um caso suspeito foi notificado no bairro de Santa Cecília (região central) e continua em investigação. Além das ações da secretaria no entorno, escolas infantis do bairro também tomaram medidas para diminuir o risco para os alunos.
Carteira. Em uma delas, os pais receberam um e-mail sobre o caso suspeito e foram convocados a enviar uma cópia da carteira de vacinação dos filhos atualizada para a escola até a próxima quinta-feira.
A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba, está disponível em todos os postos de saúde da cidade e deve ser aplicada em duas doses, aos 12 e aos 15 meses. Crianças maiores de 1 ano e adultos até 29 anos que não foram vacinados ou não têm certeza sobre a imunização devem também tomar duas doses. A partir dos 30 anos, apenas uma dose é recomendada.
Veja perguntas e respostas sobre o sarampo
Quais os sintomas da doença?
Os sintomas do sarampo são febre alta, acima de 38,5°C; exantema (erupções cutâneas vermelhas); tosse; coriza; conjuntivite e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal de 1 a 2 dias antes do aparecimento do exantema.
O sarampo pode matar?
Sim. Complicações infecciosas decorrentes do sarampo podem levar à morte, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.
Qual a forma de prevenção?
Como é uma doença extremamente contagiosa, a única forma de se prevenir é com a vacinação, que deve ser aplicada em duas doses: uma aos 12 meses e a outra, aos 15 meses.
Quem deve se vacinar?
A primeira dose deve ser dada a crianças de 12 meses de idade. Já a segunda, a crianças de 15 meses (1 ano e 3 meses). Gestantes, crianças com menos de 6 meses e imunocomprometidos não devem receber a dose. A gestante deve esperar para ser vacinada após o parto.
Adultos estão livres da doença?
Não. E adultos na faixa de 30 anos devem, especialmente, ficar atentos. Isso porque, no passado, a vacinação era feita aos 9 meses e em apenas uma dose. Portanto, eles devem procurar o serviço de saúde para atualizar a caderneta de vacinação.
(Com informações da agência Estado)