O enterro do sargento da Polícia Militar Paulo Sergio de Arruda, de 43 anos, foi marcado pela comoção dos irmãos de farda e familiares, na tarde dessa terça-feira (20). Centenas de pessoas, entre elas, muitos policiais militares e civis acompanharam o velório e o sepultamento do militar. Arruda perdeu a vida na noite da segunda-feira (19) ao ser baleado duas vezes no peito por um indivíduo que estaria tentando extorquir o padre Edson Maurício, de 50 anos, na cidade de Matão. O PM teria ido até a casa do pároco a pedido de um amigo de Araraquara, depois que ele havia sido ameaçado por um rapaz integrante de uma facção criminosa.
Segundo o apurado, há algum tempo o padre teria conhecido um rapaz que mora no bairro Jardim Paraíso, na cidade de Matão, e desde então mantinha um relacionamento com ele. Porém, o indivíduo pertence a uma facção criminosa e teria exigido que o religioso lhe desse a quantia de R$ 80 mil, caso contrário sofreria as consequências.
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Como o pároco disse que não tinha o dinheiro, o suspeito então teria dado um ultimato a ele, dizendo que iria até a sua casa na noite dessa segunda-feira (19) para buscar a quantia. Temendo a ação do rapaz, a vítima pediu ajuda a um amigo que possui uma garagem em Araraquara, e que tem colegas policiais. Além do sargento Arruda, outros três PMs à paisana foram até a casa do padre e por volta de 23h, o rapaz chegou ao local na companhia de dois comparsas e no momento que notou a presença dos policiais atirou duas vezes contra o peito de Arruda que chegou a ser socorrido ao Hospital Carlos Fernando Malzoni, mas não resistiu aos ferimentos.
Em seguida os bandidos fugiram e ainda não foram localizados pela polícia que segue fazendo buscas na região. Os três suspeitos já foram identificados pela polícia.
O tenente coronel PM Adalberto, comandante do 13º Batalhão PM, foi até Matão na manhã de ontem para acompanhar a elaboração do inquérito policial. Além do padre, os outros três policiais e o garagista foram ouvidos na delegacia de Matão.
Diocese
Em nota oficial, a Diocese de São Carlos, relata que acompanhou o ocorrido e aguarda a conclusão da investigação da polícia para tomar as medidas cabíveis no âmbito eclesial com relação ao padre, além de manifestar condolências aos familiares e amigos do PM.
O pároco já se envolveu em outras ocorrências policiais. Ele chegou a ser detido por embriaguez ao volante duas vezes, em 2015 e 2016.
Polícia nas veias
O sargento Paulo Sergio de Arruda era filho do policial militar reformado Luis Lázaro de Arruda e Aparecida Magalhães de Arruda. Ele ingressou na corporação em 1.996 e no ano passado recebeu o diploma de honra ao mérito concedido pela Câmara Municipal de Araraquara por sua atuação exemplar na corporação ao longo de mais de 20 anos.
Seu sepultamento foi realizado às 16h dessa terça-feira (20), no Cemitério São Bento. Várias viaturas da Polícia Militar e Civil permaneceram estacionadas em frente ao Cemitério em sinal de respeito ao guerreiro que se foi.