Vanessa Macedo faz duas apresentações gratuitas no SESI Araraquara

A coreógrafa, diretora e dançarina Vanessa Macedo em ação

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A coreógrafa, diretora e dançarina Vanessa Macedo, à frente da Cia Fragmento de Dança, explora o feminino e o universo dos sonhos no solo La Mariposa.O espetáculo tem duasapresentações gratuitas noSESI Araraquara, no dia 27 de novembro, às 15h, e dia 28, às 20h. Além disso, a artista também ministra no espaço o workshop Corpo Depoimento – Construções Dramatúrgicasno dia 28, das 16h às 18h. 

O solo e a oficina serão apresentados em outras cidades do interior e litoral de São Paulo ao longo do ano. As atividades integram um projeto contemplado pelo edital 20/2023 – Difusão Cultural – Lei Paulo Gustavo.

La Mariposa segue a pesquisa que Vanessa Macedo vem chamando de “dança depoimento”, buscando uma dramaturgia que se constrói nas memórias, documentos e narrativas de momentos e situações que marcam, principalmente, as maneiras como pensa o corpo e o feminino. 

A dramaturgia passa pelo diálogo entre uma mãe e sua filha, dos seus 7 aos 9 anos. A menina narra seus sonhos, enquanto a mãe os registra um a um. E, dessa forma, a história de uma família marcada pela presença de mulheres vai sendo contada. Corpo suspenso pelos cabelos, uma profusão de imagens projetada na caixa preta, movimentos que subvertem as figuras de sagrado e profano de mulheres retratadas em quadros, museus e livros. 

Em cena, a artista usa uma máscara de chifres para mergulhar no universo onírico. Real e ficcional são explorados por meio do trauma, da ancestralidade, dos arquétipos, das sombras, da dor de outras mulheres que ecoam em nós.

“De um lado, o trabalho amplia a discussão sobre gênero, explorando representações da mulher ao longo do tempo. De outro, convida o público a pensar em um outro mundo possível, que nos pede um olhar para o inconsciente, para uma temporalidade diferente, na qual passado, presente e futuro não se apartam. Uma proposta poética engajada em questões políticas que flerta com referências mitológicas e fricciona experiências pessoais a contextos sociais”, revela a Vanessa Macedo.

“O que nos contam as imagens de mulheres queimadas na fogueira? O que vejo na figura da virgem Maria? Ao longo do tempo, a mulher tentou se desvencilhar do destino de bruxa e de santa na luta pela humanização de seus corpos. O depoimento pessoal é uma estratégia cênica que pensa o contexto político do “eu”, o seu lugar de fala e a transição de objeto para sujeito de nossas histórias de vida. Contar a si mesma é tornar-se sujeito”, acrescenta a intérprete.

Redação

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