quinta-feira, 19, setembro, 2024

DER na Lava Jato

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O diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná, Nelson Leal Júnior, adquiriu um apartamento de R$ 2,5 milhões em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Deste montante, o dirigente pagou cerca de R$ 500 mil em espécie ‘ou com recursos cuja origem não foi identificada’. Nelson Leal Júnior foi preso na Operação Integração, 48.ª fase da Lava Jato, deflagrada ontem (22).

A investigação apontou ‘evidências’ de que Nelson também ‘teve as despesas do aluguel de um iate de luxo custeadas por um empresário que prestava serviços de engenharia às concessionárias de pedágio’.

A Integração investiga o pagamento de propina da concessionária Econorte, do grupo Triunfo, a agentes públicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), do DER, do Paraná, e da Casa Civil do Governo do Estado. A empresa teria usado os operadores financeiros Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran para fazer os repasses.

O juiz federal Sérgio Moro mandou prender também o agente do DER, do Paraná, Oscar Alberto da Silva Gayer, o atual diretor-presidente da Econorte, Helio Ogama, o dirigente da empresa Rio Tibagi, Leonardo Guerra, o diretor financeiro da Triunfo Participações, Sandro Antônio de Lima, e do empresário Wellington de Melo Volpato. Todos foram capturados pela Polícia Federal.

Muitos “MM”

A defesa de Marcelo Odebrecht apresentou e-mails trocados entre executivos do grupo que tratariam da venda de um terreno para a construção do Instituto Lula.

Os documentos foram anexados aos autos do processo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de beneficiar indevidamente a empreiteira em troca de vantagens como o terreno em São Paulo para o instituto.

Marcelo Odebrecht teve acordo de colaboração premiada homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em janeiro de 2017. Na petição dessa quarta, os advogados afirmam que os e-mails não foram apresentados antes porque o empresário só teria tido acesso a eles quando passou a cumprir regime domiciliar, em dezembro do ano passado.

Em um dos e-mails, Odebrecht diz que precisa se aprofundar nas dificuldades e riscos que “estão vendo para o prédio instituto”. Em outro e-mail, Paulo Baqueiro de Melo, ex-Odebrecht, afirma ter sido procurado pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. “Ele deseja retomar rapidamente o assunto da reforma/construção do Instituto (…) Segundo estimativas do próprio José Carlos, o investimento na reforma será da ordem de R$ 30 MM a R$ 40 MM.”

Vai na marra

Diante da repercussão negativa em relação à criação do novo Ministério da Segurança Pública, inclusive por parte dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, o presidente da República, Michel Temer, já cogita a possibilidade de nomear um ministro extraordinário, por meio de decreto.

A lei permite que o presidente crie até quatro cargos de ministros extraordinários para áreas consideradas críticas no país. A alternativa seria uma forma de evitar custos com a criação de uma nova estrutura ministerial, além de evitar a edição de medida provisória ou projeto de lei, necessários quando do surgimento de um novo ministério.

Rodrigo Maia, nos últimos dias, teria se posicionado de forma contrária à criação da pasta. Para ele, o ideal seria, em tempos de crise fiscal, que o governo cortasse ministérios.

Redação

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