A enfermeira, professora universitária e funcionária pública por 38 anos, Eliana Honain, participou como palestrante na noite desta terça-feira, dia 16, da Semana de Administração Pública da Unesp (SEMAP). Ao lado do Professor Doutor Sérgio Fonseca, a ex-secretária municipal de Saúde do Governo Edinho falou sobre a construção do SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil na mesa intitulada “Saúde e Administração Pública”.
“Falar de gestão pública é, acima de tudo, falar de pessoas e de futuro. Falamos sobre o SUS, desde antes da Constituição de 88 até sua implementação, sobre a sua importância como uma das principais políticas públicas do país e sobre como uma gestão eficiente precisa ser organizada para cuidar cada vez melhor da população”, destacou Eliana ao final do evento em suas redes sociais. O convite para a palestra partiu da diretoria do Centro Acadêmico de Administração Pública (CAAP), organizador da atividade que reuniu estudantes, professores e coordenadores.
A Semana da Administração Pública (SEMAP) é um evento anual da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP. Iniciado em 1998, tornou-se uma das semanas acadêmicas mais tradicionais na área, sendo a 28ª edição realizada em 2025. Eliana dividiu a mesa com o Sérgio Fonseca, doutorado em Administração pela Universidade de São Paulo e livre-docente em Administração pela Unesp. Atualmente, Fonseca é Professor Adjunto do Departamento de Administração Pública da Unesp Araraquara. Atua, também, como docente do Programa de Pós-Graduação em Administração e Sociedade, da Universidade Federal de São Carlos.
Participação Popular para o fortalecimento do SUS
Em sua palestra, Eliana destacou os pilares que marcaram a construção do SUS: universalidade, integralidade e equidade e reforçou a importância da participação popular e dos conselhos gestores para o fortalecimento do sistema.
A gestora falou também sobre a necessidade de os municípios darem centralidade à pauta saúde pública. Lembrou ainda que é fundamental a força e a vontade política para atrair recursos para os municípios, citando como exemplo as Santas Casas, que são instituições filantrópicas, mas dependem de cerca de 70% de financiamento público para manter seus atendimentos.
“O SUS nasceu baseado em pilares fundamentais: universalidade, integralidade e equidade. Mas, para que ele se fortaleça é essencial a participação popular e o funcionamento dos conselhos gestores. É preciso ter força política para garantir a sustentabilidade do sistema, como na manutenção das Santas Casas, que cumprem papel decisivo no atendimento à população”, afirmou.
Ela também falou sobre a importância da ética na gestão pública, do acolhimento aos pacientes e da necessidade de tratar a saúde de forma multissetorial, lembrando que não há como falar em qualidade de vida sem saneamento básico, alimentação saudável, educação e emprego.
Ao comentar sua atuação na gestão da saúde em Araraquara, Eliana afirmou que o cuidado às pessoas sempre foi prioridade. Destacou que, na gestão Edinho, o município investia mais de 40% do orçamento em saúde, enquanto a obrigatoriedade legal é de apenas 15%. Citou ainda as constantes idas a Brasília em busca de recursos e emendas para suprir as demandas do setor, como os mais de R$ 60 milhões em investimentos no programa Saúde Cidadã, que previa mutirões de exames e cirurgias eletivas.