quinta-feira, 21, novembro, 2024

Fake news sobre câncer são um desafio para os médicos

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Ter silicone faz com que a mulher tenha mais chances de ter câncer de mama, existem combinações de remédios de farmácia que substituem a quimioterapia, há cremes, pomadas ou chás que podem curar o câncer. Todas as afirmações acima são falsas, mas são propagadas na internet como verdadeiras.

Por isso, a Oncologia D’Or aproveita o Dia Mundial de Combate Câncer (8 de abril) para alertar sobre o impacto das fake news no tratamento e diagnóstico da doença. Se por um lado a internet facilitou o acesso à informação, por outro apresenta o desafio da veracidade de muitos conteúdos que circulam na web. Como resultado da desinformação, há casos de pacientes que abandonaram o tratamento convencional e o acompanhamento médico por conta de notícias falsas.

Diariamente os médicos precisam lidar com o desafio de mostrar ao paciente que muito do que eles leem na internet não é verdadeiro.

A oncologista Lucila Rocha explica que “Muitas vezes o paciente oncológico encontra-se fragilizado pelo diagnóstico e pelas toxicidades do tratamento tornando-se vulnerável às notícias que proclamam tratamentos mais curtos, mais eficazes, mais definitivos e com menor efeito colateral.

Muitas vezes são tratamentos ditos “naturais” baseados em dietas radicalmente restritivas ou combinação de ervas medicinais e, portanto, considerados frequentemente inofensivos. Importante atentar que algumas vezes tais tratamentos alternativos, podem não apenas ser ineficazes como também serem tóxicos, seja através de lesão direta a órgãos como o fígado, seja potencializando as toxicidades ou anulando o efeito do tratamento oncológico tradicional”.

 Não acreditar em tudo

Um ponto fundamental é sempre checar a fonte da notícia. Informações adquiridas a partir de sites de hospitais de referência são mais confiáveis. É preciso ter uma postura mais crítica e questionar se aquela informação se baseia em evidências científicas.

“Lembre-se sempre, o médico responsável pelo seu tratamento, assim como você, tem grande interesse no restabelecimento de sua saúde e pode ser um grande aliado no esclarecimento sobre a veracidade e benefício de determinado tratamento divulgado nas mídias não científicas.

A função do seu oncologista não é a de te julgar pelo tipo de informação que buscou e sim lhe ajudar a descartar aquelas que podem prejudicar sua saúde e a evolução de seu tratamento, agindo de forma empática, afinal nada mais natural do que procurar alternativas que possam melhorar sua saúde em bem estar, desde que isto seja feito de forma compartilhada e responsável”, orienta Lucila Rocha.

O que é o Câncer de Mama e como identificar

O câncer de mama é um dos principais tipos de câncer que podem atingir a mulher, e acontece devido à multiplicação de células anormais no tecido mamário, formando um tumor maligno, inicialmente imperceptível, que pode aumentar e atingir outros locais do corpo.

Apesar de, nas fases iniciais, o câncer de mama não causar sintomas, o principal sinal que pode indicar a presença do tumor é a palpação de um nódulo endurecido, além de sintomas como dor, vermelhidão ou saída secreção pelos mamilos, por exemplo. O câncer de mama pode ter cura, entretanto isso varia de acordo com o tipo e com o estágio em que se encontra, por isso, é muito importante a realização da prevenção através do auto-exame e da mamografia.

Geralmente, o tratamento varia de acordo com a extensão do tumor, e costuma ser feito com tratamentos com cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia, além de medicamentos para aliviar sintomas que podem surgir, como enjôo ou dor.

Principais sintomas

Nas fases mais iniciais, o câncer de mama pode não provocar sintomas. À medida que cresce e as células tumorais se multiplicam, alguns sintomas que podem surgir são:

Aparecimento de um nódulo duro na mama ou próximo da axila, que pode ser percebido através do toque e do auto-exame da mama;

Saída de liquido pelo mamilo quando pressionado, podendo ser sangue; Tamanho ou formato diferente das mamas, que antes não existia; Ter a mama inchada, vermelha e quente e que causa coceira; Ferida na mama que não cicatriza e tem mau cheiro.

Além disso, podem surgir nódulos na axila, já que os gânglios linfáticos destas duas regiões se comunicam. Saiba mais detalhes sobre os sinais e sintomas para identificar o câncer de mama em 12 sintomas do câncer de mama.

Como confirmar

O autoexame da mama e a mamografia pode levantar a suspeita do câncer de mama, entretanto, a confirmação é feito após consulta como mastologista, que irá fazer uma avaliação mais detalhada do nódulo e do exame e, se necessário, solicitar exames que podem ser mais específicos, como ultrassom, ressonância magnética ou, se a suspeita persistir, uma biópsia do nódulo mamário.

Exames de sangue também são feitos para identificar inflamação ou marcadores tumorais. Entenda como e quando fazer os exames que confirmam o câncer de mama.

Além disso, os testes genéticos podem ser feitos em alguns casos para avaliar se o câncer é causado por mutações genéticas ou para identificar se há risco deste câncer quando existem familiares próximos como pai, mãe, avós, tios ou irmãos diagnosticados com a doença.

Quais são os fatores de risco

Alguns dos fatores que aumentam o risco para desenvolver o câncer de mama são:

Ter mais de 50 anos; Já ter tido um câncer de mama anteriormente; Ter alguém na família com câncer de mama, como mãe, irmã ou filha; História familiar de câncer de mama em homens; Alteração genética deste tipo de câncer, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2; Ter entrado na menopausa depois dos 55 anos; Obesidade e sobrepeso; Sedentarismo; Consumo de bebida alcoólica; Exposição frequente a Raios-X ou outros formas de radiação;

No entanto, qualquer mulher pode ter este tipo de câncer. Para saber mais detalhes sobre alguns destes fatores e como evitar, confira quem tem mais risco de ter câncer de mama.

Como é feito o tratamento

O tratamento para câncer de mama depende varia com a gravidade e do estágio do câncer e, por isso, o médico oncologista poderá optar por um ou pela combinação de vários tratamentos. Ele é disponível através do SUS, nos centros de oncologia da cidade, assim como pode ser feito de forma particular.

Geralmente, são utilizadas intervenções com quimioterapia, radioterapia e cirurgia para a retirada do tumor, e a ordem do tratamento depende das condições em que o tumor foi diagnosticado. A cirurgia também é variável, podendo-se retirar toda a mama ou parte dela, podendo ser necessária a remoção dos nódulos linfáticos da axila, se estes tiverem sido atingidos.

Após a cirurgia, em alguns casos, o tratamento pode ser continuado, como forma de tentar eliminar ou evitar a progressão da doença, o que também depende das características e gravidade do tumor. Para saber como é o pós-operatório da cirurgia confira como é a recuperação após retirada da mama.

 

Redação

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