segunda-feira, 20, maio, 2024

Poder municipal

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Por Luís Carlos Bedran

Tempos sombrios esses da política moderna. No mundo e no Brasil. O poder é o objetivo da política. Faz-se de tudo para ele ser alcançado: promessas, plena visibilidade na mídia, conchavos secretos ou não entre dirigentes partidários, traições, palavras não cumpridas, o mundo e o fundo.

Depois de o poder ser conquistado, os candidatos eleitos pelo voto secreto e universal e sem possibilidade de fraudes, com o pressuposto de que as eleições ocorram num regime democrático, aí então eles tentarão fazer o que realmente deveria ser a principal finalidade da política: encontrar meios para promover o bem-estar dos cidadãos e realizá-los.

Mas o bem-estar, as condições para que as pessoas consigam viver dignamente e em paz, o que implica que elas não sejam tão sacrificadas, a ponto de que o remédio seja mais prejudicial do que a cura, irá depender fundamentalmente da economia do país.

Porque o poder em si mesmo considerado não é nada, mesmo porque, atrás dele pressupõe-se que haja condições materiais para tanto, pois não há almoço grátis. Como diz o caboclo, saco vazio não para em pé. A economia é inseparável da política.

Pode haver a impressão que esses tempos sombrios sejam característica da modernidade. Mas não o são, porque o passado não era diferente, senão pior ainda. O que irá diferenciar apenas é o pleno conhecimento que a humanidade tem atualmente de tudo quanto se passa no mundo e que não se consegue mais esconder. Por isso dificilmente consegue-se ser otimista.

Não obstante, apesar de tudo, as pessoas continuam a viver, mal ou bem, reproduzindo-se, tocando o barco e, pelo menos por enquanto, sem guerras declaradas. Apenas ameaças entre os países, disputas comerciais a ponto de repercutirem em todo o globo e, o que mais nos interessa, em nosso país.

Pois aqui temos um novo presidente que, na campanha, prometeu não se candidatar à reeleição. Parece que, nesses poucos meses de mandato, em que nem ainda conseguiu sanar os imensos problemas da Nação, principalmente os da área econômica, pretende em 2022 candidatar-se novamente. Vamos aguardar os acontecimentos.

O Congresso faz sua parte, pois está a conseguir reformar a Previdência. Mas, como todos não desconhecem, a economia do País não se resolverá de um dia para outro. Segundo os mais ponderados economistas, demorará anos para o País conseguir se recuperar da gravíssima crise econômica que sofreu nesses últimos 13 ou 14 anos. Isso se tudo der certo e se não houver atribulações na ordem internacional.

É precipitado falar-se em eleição agora para daqui a alguns anos. E como todos nós sabemos de tudo o que se passa no País e no mundo, de nada adiantará tentar dourar a pílula. Ainda há muito chão pela frente.

Isso em termos nacionais, porque as eleições municipais já estão aí, como se observa nas pré-candidaturas para os cargos de prefeito e de vereador e que serão o termômetro para as futuras candidaturas de 2022. Nestas, as municipais, é que definirão as forças políticas que pretenderão o poder nacional.

O que se espera é que o eleitor — tendo amplo conhecimento pela mídia honesta do que se passa em seu próprio município —, consiga separar a volúpia pelo poder em si, a vaidade no mando pelos pré-candidatos, daquilo que é bom para ele, sua família e para a sociedade em que vive.

E que não se deixe encantar pelos cantos da sereia…

Redação

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