segunda-feira, 8, julho, 2024

Família de vítima da dengue faz apelo para que outras pessoas não percam as vidas

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José Augusto Chrispim/Adriel Manente

 

“Perdi minha irmã para um mosquito”. Essas foram as palavras da educadora física, Gisele dos Santos, de 51 anos, ao descrever a perda da irmã, a professora de história e secretária, Ângela Maria dos Santos, de 66 anos, na última sexta-feira (15). Ângela morreu no Hospital São Paulo com sintomas de dengue hemorrágica.

Ângela morreu aos 66 anos. Foto: Arquivo Pessoal

Gisele relatou à reportagem de O Imparcial que a irmã começou a se sentir mal no último dia 8 e, já no dia 12 estava acamada. “Foi tudo muito rápido, em menos de uma semana a Ângela começou a sentir os sintomas da dengue e na sexta-feira (15) nós a perdemos para um mosquito. Eu me recuso a acreditar nisso, pois a minha irmã era uma mulher dinâmica, saudável e que se preocupava com a situação de todos. Ela não cuidada apenas da casa dela. Em frente a sua casa existe um terreno particular com mato alto e lixo depositado na área, que não é limpa ou capinada há muito tempo, e a Ângela pagava um jardineiro para carpir a parte que ficava em frente à casa dela, pensando nos criadouros da dengue que podiam existir em seu interior. Nós estamos preocupados também porque dois sobrinhos nossos que estiveram na casa da minha irmã estão com dengue. A gente não leva mais perfume na bolsa, hoje em Araraquara a gente precisa levar o repelente se quiser tentar se proteger. Eu trabalhei 7 anos e meio na prefeitura nos anos 90 e via os secretários e o prefeito andando nas ruas da cidade para acompanhar a situação dos problemas que pudessem atingir os munícipes. Hoje, Araraquara está abandonada. Eu não quero mais enterrar nenhum parente meu, nenhum amigo meu e nem um vizinho meu com essa doença, por isso, eu peço ao senhor Edinho Silva, prefeito de Araraquara, faça alguma coisa por que já se faz tarde, faça porque minha família está desolada com a perda da minha irmã para um mosquito. Eu peço para as autoridades dessa cidade que têm meios para isso, façam alguma coisa por Araraquara. A minha irmã virou apenas um número nas estatísticas, e a dor fica para nós da família”, desabafou Gisele.

Situação crítica

Araraquara já registra 1.668 casos de dengue até agora, essa é a informação mais recente concedida pela Prefeitura Municipal, através da sua Vigilância Epidemiológica. Os dados foram divulgados nessa segunda-feira (18). Esses números representam 395 casos a mais que 7 dias atrás, quando as análises davam conta de 1.273 confirmações. Fazendo uma conta rápida, esses números significam, em média, pouco mais de 34 confirmações por dia até agora. E estamos ainda na metade de fevereiro. Vale destacar que 4 óbitos foram registrados na cidade. Todos eles por suspeita de dengue. Os casos estão ainda sob investigação.

Essa epidemia na cidade, que já ultrapassa com folga os números de 2018 inteiro, (1.181 casos em 2018), tem despertado sinal de alerta nos araraquarenses, e na própria Prefeitura também.

Ações da Prefeitura

Tanto que, na semana passada, foram abertas inscrições para um processo seletivo para recrutar 500 trabalhadores para ajudar no combate ao mosquito Aedes Aegypti. Além disso, foi aprovado na Câmara Municipal uma lei que prevê multas altíssimas, tanto para indústrias quanto para residências, para quem manter criadouros ou focos do mosquito em sua propriedade.

No mês passado, a prefeitura inaugurou também o “dengário” da cidade, exclusivo para pacientes com a doença. Nessa segunda-feira (18), após os últimos dias chuvosos na cidade, a Prefeitura retoma a atividade de Nebulização nos bairros. O Jardim Hortênsias foi o escolhido nesta semana. Segundo a Prefeitura, as ações se estendem também nos bairros Santana, Vale do Sol e Adalberto Roxo.

Redação

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