sexta-feira, 22, novembro, 2024

Fogos de artifício causam polêmica em encenação da Paixão de Cristo

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Adriel Manente

Há pouco mais de um mês, foi sancionada a lei em Araraquara que proíbe a comercialização e o uso de fogos de artifício ruidosos na cidade. O projeto de lei, encabeçado pela vereadora Juliana Damus (Progressistas) atendeu a diversos pedidos, feitos em sua grande maioria pelas entidades que cuidam de animais, de idosos e de crianças com autismo. A argumentação era de que o barulho dos fogos causava impacto direto a toda essa classe de interessados. O projeto foi um sucesso, tanto que foi aprovado, por unanimidade, pelos vereadores do legislativo araraquarense.

No entanto, há apenas algumas semanas, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revogou a lei na cidade de São Paulo, atendendo a um pedido da Associação Brasileira de Pirotecnia (Assobrapi). Em seu discurso de revogação da lei em São Paulo, o ministro reiterou que nenhuma lei municipal deve se sobrepor a Constituição Federal. A partir disso, a expectativa da Assobrapi era de que a lei fosse revogada em todas as cidades que tiveram projetos semelhantes ao imposto na Morada do Sol. Porém, cabe ressaltar que essa ainda não é uma realidade, portanto a proibição continua valendo, pelo menos em Araraquara.

Acontece que, mesmo com a proibição vigente na cidade, fogos de artifício foram usados na encenação da Paixão de Cristo, que aconteceu na última sexta-feira (19), no estádio Municipal do Jardim Botânico. E, além disso, a reportagem do jornal O Imparcial teve acesso a uma permissão, concedida pela Delegacia Seccional da cidade, a fazer o uso dos fogos na festa cristã.

Fogos autorizados

Procurada para dar a sua versão do ocorrido, a Delegacia Seccional de Polícia esclareceu que a autorização referente ao uso de fogos de artifício na peça teatral se limitava a fogos não ruidosos, aqueles coloridos que são geralmente usados para colorir e deixar o espetáculo mais bonito, e está escrito claramente na lei que a proibição é só com relação a artefatos com estampido, ou seja, aqueles que fazem barulho.
A Seccional explica ainda que, concedida a solicitação, o solicitante fica obrigado a apresentar relatórios que descrevem exatamente como tudo ocorreu, de acordo com a lei.
Porém, é possível que as pessoas tenham ouvido algo, pois como esse final de semana também foi de final do Campeonato Paulista, fica difícil distinguir se os fogos eram clandestinos ou não.

Redação

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