Caroline Gonçalves, de 30 anos, realizou todo o pré-natal na rede particular, mas escolheu a Maternidade Gota de Leite para dar à luz Sofia, seu terceiro filho (ela já tinha um menino e uma menina). O parto foi normal, ao contrário do que os médicos que a tinham atendido antes da Gota recomendavam.
“Quando eu decidi pelo parto normal, não foi fácil. Eu vim de duas cesáreas”, conta a mãe, que afirma ter encontrado na Gota de Leite o acolhimento e a motivação que precisava. “A doula me apoiou muito e me manteve firme nesse propósito. Fui muito bem atendida. As enfermeiras e obstetras foram ótimas e me deram um suporte maravilhoso, dividindo todas as decisões comigo e meu marido”, revelou.
Carol deu esse depoimento, emocionada, no café da manhã em comemoração ao aniversário da Maternidade Gota de Leite e ao primeiro ano da unidade como Hospital da Mulher e da Criança. Nos últimos meses, a maternidade teve novos serviços sendo cadastrados no Ministério da Saúde e ampliou seu atendimento.
“A Fungota está ganhando credibilidade. Diversos segmentos estão procurando os serviços da maternidade, como convênios médicos e pessoas buscando atendimentos particulares”, explicou a diretora-executiva da Fungota, Lúcia Ortiz.
Entre as mudanças da Gota também estão a realização de cirurgias ginecológicas (como histerectomia), de laqueadura e vasectomia, de cirurgias pediátricas e do exame de histeroscopia (inspeção da cavidade uterina).
A Gota de Leite acabou com um dilema antigo: muitos leitos ociosos (mais de 40%) na maternidade, com uma fila imensa de pacientes buscando esses serviços especializados na Secretaria de Saúde, e não tendo onde serem atendidas. Atualmente, com a integração, as filas de espera sofreram forte redução, e a taxa de ocupação na maternidade aumentou.
“Essas mudanças extrapolam a questão financeira, com a ocupação dos leitos ociosos existentes e impactando firmemente na qualidade dos serviços oferecidos em Araraquara para a criança e para a mulher. A rede municipal de saúde passou a ter um local para cirurgias de média complexidade em crianças e mulheres”, disse Lúcia.
“A gente tinha as unidades básicas de saúde, com o médico da família e ginecologista, que cuidavam das patologias mais simples. Na média complexidade, as mulheres tinham o diagnóstico, mas ficavam na fila aguardando a cirurgia e o caso iria piorando”, concluiu.
Outra evolução foi a implantação da Ucinca (Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru). “É uma unidade que tem estrutura de UTI [Unidade de Tratamento Intensivo], mas a criança conta com apoio da mãe ou um acompanhante”, explicou a diretora.
E quem sente a diferença são os pacientes e acompanhantes.