segunda-feira, 25, novembro, 2024

“Inventário Participativo do Patrimônio AQA”: ação pensa a preservação do patrimônio histórico e cultural da sociedade

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A Secretaria Municipal da Cultura, por meio da Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico, lança no site da Prefeitura de Araraquara, o “Inventário Participativo do Patrimônio AQA” – a fim de mapear o que é relevante para a sociedade do ponto de vista do patrimônio histórico.

O Inventário Participativo está alinhado com os princípios mais avançados de pensar a preservação do patrimônio histórico e cultural de uma sociedade. Com este instrumento, a sociedade é convidada a ser agente dessa ação, apontando bens culturais que sejam relevantes no seu cotidiano, como um prédio, uma casa, um objeto, uma árvore, uma festa, um modo de fazer.

“Um inventário participativo é um instrumento contemporâneo e democrático, importante para identificar e documentar os bens culturais que representam as diversidades e pluralidades culturais existentes na sociedade”, explica o coordenador de Acervos e Patrimônio Histórico, Weber Fonseca.

O inventário participativo está assegurado no artigo 216 da Constituição Federal de 1988, especificamente no parágrafo primeiro. Segundo o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o inventário participativo é “um exercício de cidadania e participação social, onde os seus resultados possam contribuir para o aprimoramento do papel do Estado na preservação e valorização das referências culturais brasileiras, assim como servir de fonte de estudos e experiências no contínuo processo de aprendizado.”

Para a Secretária de Cultura Teresa Telarolli, “esta iniciativa da Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico inaugura uma nova maneira de pensar o patrimônio de Araraquara. Reúne ingredientes essenciais para o efetivo envolvimento de cada cidadão com a história da cidade, pois agrega a participação individual e o afeto para a tradução de memórias que o mapeamento pode revelar.”

Em Araraquara, o projeto está sendo realizado com a colaboração de todos os servidores que integram a rede de museus e biblioteca da Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico que ainda no início do processo passou por uma rodada de oficinas sobre a construção de mapas afetivos a fim de se familiarizar com o tema.

Patrimônio – De acordo com Weber, entende-se por Patrimônio Cultural o conjunto de bens culturais produzidos por uma sociedade, seja de natureza material ou sensível, como, por exemplo, edificações, objetos, manifestações e celebrações, festas, ritos. Em suma, tudo aquilo que os seres humanos tornam passível de apreensão e compartilhamento.

“Quando se pensa em patrimônio histórico é comum centralizar o debate em torno do conceito de tombamento. Mas o tombamento é apenas um instrumento jurídico entre tantas ações possíveis. Devemos ampliar o debate sobre preservação, pois uma comunidade consciente sobre a importância de preservar bens relevantes para o seu processo histórico, naturalmente, produzirá uma cidade viva que dialoga passado, presente e futuro”, alerta.

É importante destacar que, quando o assunto é patrimônio cultural, não existe apenas uma versão sobre as coisas. Em seu manual sobre Inventário Participativo, o IPHAN lembra que “as pessoas podem ter diferentes informações sobre uma mesma referência cultural e, dependendo das suas relações com a referência, podem até ter visões contrárias sobre ela. Quanto mais informações e versões forem obtidas, mais profundo será o conhecimento sobre a referência, os seus significados e a importância para as pessoas.”

Araraquara – O Inventário Participativo do Patrimônio AQA nasce em uma plataforma digital aberta, sendo utilizada nessa versão inicial a ferramenta “My Maps” do Google. Ali, encontram-se mapeados edifícios tombados pelo CONDEPHAAT, pelo Conselho Municipal, por lei municipal, bens relevantes na paisagem, lugares de memórias, monumentos, a presença negra, bens paleontológicos, arqueológicos e paisagísticos.

O coordenador lembra que o inventário guarda uma estreita relação com mapas afetivos. “Ou seja, tudo aquilo que as pessoas consideram importante e seja de reconhecimento em sua comunidade é passível de ser mapeado, como: um centro comunitário, uma árvore centenária, uma liderança social, uma receita reconhecida no bairro, uma festa… O inventário pode ser de natureza material ou imaterial, que hoje em dia dizemos, sensível ou intangível.”

O projeto teve início com uma rodada de oficinas sobre Mapas Afetivos com servidores dos museus da cidade, pois a coordenadoria acredita na importância destes profissionais estarem familiarizados com os conceitos.

“Gostaríamos muito de aplicar o curso sobre Patrimônio junto às escolas para que professores sejam multiplicadores dentro da sala de aula, aplicando os mapas do inventário como atividade. Seria um ganho enorme conquistar a perspectiva das crianças e jovens. Estamos disponíveis para este diálogo. Quem se interessar pode nos procurar”, comenta Weber.

Weber conta que existe uma parceria com a Secretaria de Meio Ambiente para fornecer registros de espécimes vegetais significativos na cidade. Também, há o objetivo de ampliar a ação em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular, por meio da Coordenadoria do Orçamento Participativo. “Também queremos desta forma estreitar a comunicação com os órgãos de Turismo da cidade, pois o mapeamento fornece dados sobre cada ponto identificado”, complementa o coordenador.

Como participar – Para a produção do inventário é utilizada a metodologia da história oral, por meio de entrevistas específicas com os sujeitos sociais. “O Inventário Participativo, como diz o próprio nome, tem em si a colaboração do usuário da cidade, o cidadão, o transeunte”, explica Weber.

As pessoas podem acessar o Mapa e sugerir – em fichas disponíveis no site da Prefeitura/Secretaria de Cultura – bens que considerem relevantes.

Neste início da ação serão trabalhadas cinco categorias: Lugares (https://bit.ly/lugaresAQA), Objetos (https://bit.ly/objetosAQA), Saberes (https://bit.ly/saberesAQA), Celebrações (https://bit.ly/celebracoesAQA) e Formas de Expressão (https://bit.ly/expressaoAQA).

O usuário pode sugerir complemento ou mesmo atualizar um dado: basta escrever para patrimoniohistorico@araraquara.sp.gov.br descrevendo as informações.

Pelo site da Prefeitura de Araraquara é possível entrar em contato com todo o conteúdo descrito:  https://bit.ly/SECcultura.

A Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico fará uma avaliação e triagem de todo o material recebido, a fim de entrar em contato para obter registros fotográficos e videográficos dos bens catalogados na ação.

Para conferir o Mapa do Inventário Participativo, acesse: https://bit.ly/aqamapa   onde vem sendo construído um mapa coletivo. Também é possível, pelo link https://bit.ly/AQAroteiro, acessar os roteiros propostos pela Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico. “Estes roteiros são gatilhos para estimular a população no sentido de apreender que a rua é um espaço de todos e deve ser vivida. Ali está o patrimônio. E ele é de todas e todos”, comenta Weber.

Já estão disponíveis: o roteiro com as obras de intervenção urbana localizadas por toda a cidade do artista visual Sidney Rodrigues; assim como um roteiro dentro do Cemitério São Bento, com sepulturas tombadas pelo Conselho Municipal, além de outras relevantes e curiosas.

Confira os links para participar do Inventário Participativo AQA:

– Formulários do Inventário Participativo

Redação

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