sexta-feira, 20, setembro, 2024

Liberação das armas

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José A C Silva

As armas não podem ser comparadas aos liquidificadores, pois revólver e espingarda matam, o que é bem diferente de um acidente com um liquidificador. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, comparou o risco para uma criança de alguém manter uma arma de fogo em casa ao de a mesma criança se acidentar com um liquidificador. Segundo o ministro, evitar acidentes é uma questão de orientação. “A gente vê criança pequena botar o dedo dentro do liquidificador e ligar o aparelho e perder o dedinho. Então, nós vamos proibir os liquidificadores? Não. É uma questão de educação, é uma questão de orientação. No caso da arma, é a mesma coisa. Então, a gente colocou isso [a exigência de cofre] para mais uma vez alertar e proteger as crianças e os adolescentes”, afirmou o ministro Onyx Lorenzoni.

O presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que facilita a posse de armas de fogo. A autorização de posse permite manter uma arma dentro de casa. Cumpridos os requisitos de “efetiva necessidade”, cidadãos das zonas rural e urbana em todo o país poderão ter até quatro armas cada um. Nas residências onde há crianças, adolescentes ou pessoas com deficiência mental, é preciso comprovar existência de cofre ou local seguro para armazenamento. Parece que cada cidadão vai poder ter sua proteção, desde que tenha dinheiro para comprar até quatro armas, já que a polícia é insuficiente para combater o crime.

Nos Estados Unidos em vários momentos subiu de maneira alarmante a criminalidade, foi preciso reforçar o policiamento em locais abertos de tráfico de drogas. Achou-se necessário ter agilidade para prender com respaldo judiciário, mantendo os criminosos na cadeia.

O que é bem diferente no Brasil, onde a polícia prende a justiça solta por falta de presídios e acúmulo de processos.

A favor

O Ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que a lei anterior que proibiu a posse de armas no Brasil não teve êxito em reduzir o número de homicídios e disse que pesquisas sobre o tema que indicam mais riscos com a liberação do armamento são controversas.

Em entrevista, ele indicou o próprio Brasil como um exemplo de que o desarmamento não resolve problemas de criminalidade.

“Essa questão de estatística, de causa de violência, sempre é um tema bastante controvertido. Claro que especialistas que trabalham com isso devem ser valorizados, até valorizamos isso reportando a estatística colhida por institutos, mas o fato é que isso é controverso. A política anterior não resultou numa diminuição significativa do número de homicídios no Brasil. Se a política de desarmamento fosse tão exitosa, o que teria se esperado era que o Brasil não batesse ano após ano o recorde em número de homicídios”, afirmou.

Contra

 Várias organizações da sociedade civil, entidades de classe, profissionais e ativistas que atuam com direitos humanos no Brasil assinaram um documento contra a ampliação da posse de armas de fogo no Brasil; o texto afirma: “este manifesto tem como objetivo construir um diálogo com as autoridades do Executivo e do Legislativo de nosso país para reafirmar uma conclusão fundamental dos pesquisadores do campo dos estudos de Violência e de Segurança Pública: o relaxamento da atual legislação sobre o controle do acesso às armas de fogo implicará em mais mortes e ainda mais insegurança no Brasil”.

Repercussão em Araraquara

A reportagem do O Imparcial foi às ruas nessa quarta-feira (16) para saber a opinião dos araraquarenses a respeito do tema polêmico. O que se viu foi que a população está muito dividida.

Contrária

“Eu acho que eles deveriam amadurecer mais essa lei antes de coloca-la em vigor. Em minha opinião, ela tem os prós e os contras. Eu acho que um empresário tem a necessidade de ter uma arma em seu comércio para se defender dos ladrões que, muitas vezes, agem de forma violenta e tiram a vida da vítima sem necessidade. Já a pessoa manter uma arma de fogo em sua casa eu sou contra, pois em um descuido pode acontecer uma tragédia. Uma discussão de casal pode terminar em um homicídio. Outro ponto que não ficou claro é sobre como será feita a fiscalização para saber se a pessoa tem mesmo um cofre em casa para guardar a arma. Será que vai ter fiscal para realizar esse trabalho? Eu não sei”, declarou a vendedora Gisele Cristina Assis.

Favorável

“Eu sou a favor, pois têm muitos roubos acontecendo, muitos ladrões a solta por aí e a gente tem que ter alguma forma de nos defender. Acredito que os bandidos vão ficar com mais medo de cometer um assalto de agora em diante, sabendo que a vítima pode estar armada”, opinou a comerciante Kátia Martins.

 

Solução

As armas não vão deter o crime no país, o que é preciso é findar as facções criminosas e a corrupção em nossa nação. Como pode ter tantas armas pesadas nas mãos de bandidos, oriundas do Exército Brasileiro e do Paraguai?

Redação

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